sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Homenagem aos irmãos de Portugal...

Esta semana estivemos em Pinheiros, passando por uma rua muito tranqüila chamada ''Rua Lisboa''. E, para fazer o post sobre a decoração de Natal- na Rua Canadá, no meio dos Jardins- acabamos em frente ao Consulado Português em São Paulo. Muito bonito, cheio de flores na frente. Uma vez só é coincidência. Duas vezes, duas vezes na semana encontrando símbolos portugueses que remetem àquela nação amiga, já é pretexto para um post...Viva Portugal! PS: É isto mesmo que vocês leram. O consulado fica na Rua Canadá, nos Jardins. E a bela Rua Lisboa fica em Pinheiros, que não é região de consulados...E a última foto é do ''Edifício Estoril'', situado na mesma Rua Lisboa- tudo a ver, aliás, em uma bela combinação portuguesa...PS2: Sabemos que Estoril é outra região portuguesa, e que não faz parte de Lisboa...Salvo em São Paulo...

Falando em Rio de Janeiro, São Paulo também tem túneis...

São Paulo tem de tudo. Até alguns túneis, tais como os feitos pela ex-Prefeita Marta Suplicy( que, segundo os críticos, ''levam do nada a lugar algum''). Não é o caso deste antigo e imponente Túnel da 9 de Julho, que liga as regiões do Centro e dos Jardins. Lá no alto, o Masp- e toda a sua beleza...''Mas o túnel da 9 de Julho não passa pelo meio de uma montanha'', replicariam os cariocas mais apressados. É que estamos em outra ''selva'': a ''selva de pedra''( t´ítulo de uma antiga novela da TV Globo...). O que importa é que Sampa tem também os seus túneis...E não estamos aqui para brigar com a ''Cidade Maravilhosa'', imbatível em simpatia e beleza...Imagens 1 e 2- Túnel da 9 de Julho( lá em cima o viaduto e o Masp ao fundo...). Imagem 3- Passarela sobre a 9 de Julho( já vista em outro post, por outro ângulo)e Imagem 4- 9 de Julho sentido Centro.

Outra rua com nome que remete ao Rio de Janeiro...

Depois da Rua Atlântica, nos Jardins, já mostrada em um post desta semana, encontrei agora uma outra rua com nome bem carioca- ou melhor, marinho. Rua Leme, nas proximidades da Rua Tutóia e do Parque do Ibirapuera...Fica o registro...

Já é Natal em São Paulo...

Os paulistanos não brincam mesmo em serviço. Com mais de um mês de antecedência, as ruas da maior cidade do país já estão tomadas por diversas decorações de...Natal! Uma das mais belas é esta, situada na Rua Canadá- no meio dos Jardins...Fala a verdade: dá vontade de ficar brincando por ali, como quando éramos crianças...

Abençoe-os a todos...

Este pequeno livrinho ''Viva um vida de Prosperidade''( Live Life First Class!), de Kenneth Thurston Hurst, publicado pela Editora Pensamento, é definitivamente um ''livro de cabeceira''. Em especial por sua proposta, que é a de ser uma espécie de ''Manual para o bem viver''. Quando acho que estou ''esquecendo'' um pouco o que é isto, retorno a ele para ''centrar-me'' novamente. Um de meus capítulos prediletos chama-se ''Abençoe-os a todos''. Eis alguns trechos: ''Durante a Segunda Guerra Mundial, havia uma canção muito popular na Real Força Aérea: ''Abençoe-os a todos. Os altos, os baixos e os normais, Os sargentos e os oficiais, Um por um os caporais, E seus filhos virginais''. Aplicado á vida de hoje, eis aí um bom hábito a adquirir: abençoar tudo aquilo que encontramos, tudo aquilo que nos cerca( nosso grifo). Por exemplo, por que não abençoar seu carro quando entra nele? Ou quando o põe na garagem?Abençoe a sua lavadora quando gira o botão para acioná-la. Abençoe a geladeira. Abençoe a banheira quente. Abençoe todas estas utilidades mecânicas que tanto participam da sua vida, pois, fazendo-o, estará agradecendo-as pelo seu trabalho e encorajando-as a continuar trabalhando, e bem(...)Sempre mantive um relacionamento pessoal com automóveis. Dou-lhes nomes, e, por alguma razão, nomes italianos. E são sempre femininos, como os que os marinheiros atribuem aos seus navios( Há mais: qualquer marinheiro lhe dirá que um navio tem vibrações. Logo ao subir a bordo, será capaz de dizer se ''ela'' é uma nave afortunada ou não). Meu carro atual chama-se Constanza. Toda manhã, ao abrir a porta da garagem, digo-lhe: ''Bom dia, Constanza''. Ao dar a partida e sair, visualizo nós dois dentro de uma redoma de luz alva, uma proteção que nenhum dano pode romper. Enquanto corremos pela rodovia, agradeço Constanza por fazer seu trabalho e garanto-lhe que ela nos levará ao nosso destino sãos e salvos, com todas as partes do seu ser, do motor às rodas, funcionando na mais perfeita ordem. De todos os tipos de máquinas, suponho que os automóveis são as que possuem o mais elevado grau de consciência( OBS: no tempo dele não havia o Computador Pessoal...). A certa altura, carro e motorista se tornam um. Você pode dizer muito a respeito de uma pessoa examinando-lhe o carro, como poderia fazê-lo observando seus animais domésticos. Pessoas que maltratam seus carros não podem reclamar quando eles não as obedecem nas curvas fechadas. Por exemplo, certa manhã, ao sair da garagem para a rua coberta de gelo, vi-me a deslizar inapelavelmente para a fila de carros estacionados. ''Por favor, Regina( era o nome do meu carro anterior), ajude-nos. Eu sempre amei você, sempre cuidei bem de você! Toda semana levo-a ao salão de beleza( ao posto, para a lavagem). Por favor, me ajude!". E Regina o fez. Parou com o nariz literalmente a dois centímetros do outro carro''( páginas 58/59). Imaginação? Superstição? Ou certos homens são, instintivamente ou conscientemente, mais abertos para a Totalidade do Cosmo? De toda forma, é sempre delicioso reler mais um trecho deste pequeno, em tamanho, mas grande no conteúdo livrinho...

Não sabemos mais esperar...

Imaginem uma cultura em que as galinhas fossem expostas a luzes artificiais para botarem seus ovos mais cedo. Em que o gado fosse injetado com hormônios de crescimento, para dar mais lucros. Em que crianças tivessem uma agenda mais carregada do que a de muitos executivos. Em que milhares de novos negócios morressem prematuramente por falta de capital para subsistir. Em que casamentos não passariam de meses, por falta de paciência para uma relação mais duradoura. Isto não é ficção. Esta é a nossa cultura...Andy Warhol disse, uma vez, que no futuro ''todos seriam famosos, ao menos, por 15 minutos''. Ele conseguiu antever o You Tube...Olhamos ao redor, e tudo parece andar cada vez mais rápido. ''A pressa- diz o ditado popular- é inimiga da perfeição''. Todas as atividades, ao seu modo, dependem de uma atitude que se assemelha mais à do plantador, no campo: é preciso arar o solo, plantar as sementes, irrigá-las e, enfim, esperar pacientemente por vários meses até o resultado final( torcendo para que o tempo também colabore...). Bebês levam, em média, 9 meses para nascer. Grandes criadores, ou artistas, todos tiveram algo em comum: as inúmeras ''portas na cara'' que levaram. Seu sofrimento foi modulando o seu trabalho, aperfeiçoand0-o. Ante isto, o que dizer destas ''carinhas novas'' que infestam a mídia todos os dias? Apenas que elas mais parecem ''ter nascido hoje''. E talvez seja isto mesmo...Não plantaram nada. Não sofreram. Não esperaram. E nem sabem. Talvez seja ainda mais grave: nós todos não sabemos mais esperar por nada. Apertamos um botão qualquer, seja do caixa eletrônico ou do celular, buscando um resultado imediato. Quando isto não acontece, amaldiçoamos o mundo. Triste época esta em que projetos são iniciados ou cancelados por causa da ''audiência''. O que quer esta ''audiência''? A Apple teria lançado o Ipod se tivesse consultado a ''audiência''? O que é que esta sabia deste estranho aparelhinho uue hoje alcança a marca de mais de 100 milhões de vendas? Em um mundo de apressados, acelerados, melhor fazer as coisas sem pensar no resultado. Se você vai criar algo, inventar algo, que tenha condições de manter isto custe o que custar, e por quanto tempo for, até atingir a sua meta. Não espere que o seu negócio seja descoberto ''em meses'', que a sua loja caia na boca da mídia por alguma descoberta casual, que o seu restaurante se torne repentinamente o ''queridinho da cidade''. Em tempos de ''facilidades''- mais prometidas do que efetivadas- precisamos voltar a uma visão ''básica'' e meio ''antiquada'': a de que a vida é árdua, cheia de dificuldades, e o que é bom demora muito tempo para acontecer- quando acontece. Deixemos o amor florescer, os bichos terem suas crias no prazo apropriado, os negócios crescerem na hora certa, o sucesso vir quando estivermos todos preparados, a boa forma retornar após meses de alimentação saudável( e não de alguma dieta ''da moda'' ou de uma arriscada lipoaspiração...). Ao contrário do ''mantra'' atual, segundo o qual ''tempo é dinheiro'', tempo continua sendo uma mercadoria abundante. Na nossa vida, se buscarmos de fato o que é mais importante, descobriremos uma vez mais que temos ''todo o tempo do mundo''...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais loja do ET...

Já me perguntaram se eu não estou trabalhando ''a serviço destes ET's todos'', que ilustram o blog e os emails que mando para os amigos. Ainda não, ao menos conscientemente...Se é que já não fizeram alguma ''lavagem cerebral'' anterior, após a minha abdução, para que eu responda aqui justamente isto...Isto é uma piada, por favor! Mas aqui estão mais ET's, para satisfazer a sua e a minha curiosidade...Imagem 1: ET em loja de miniaturas nos Jardins. Imagens 2 e 3: ''Loja do ET'', na Rua Augusta( que, aliás, já está com OUTRA decoração...).

Filme: ''Cashback''

Este ''Cashback'', do diretor britânico Sean Ellis, é tão bom que me dei ao trabalho de assistí-lo novamente( a primeira foi na Mostra Internacional de Cinema de 2007, onde incrivelmente ele não figurou entre os mais votados pelo público). Em uma quinta-feira, após o encerramento da Mostra ''Indie 2008'' do Cinesesc. Uma curiosidade: você sabia que a inteira no Espaço Unibanco da Augusta, às quintas-feiras, custa módicos 5 reais??? Eu não sabia. Por isto, acabei premiado duas vezes. Por assistir um filme excelente, pelo qual eu pagaria inteira comum sem hesitar, e pela ''pechincha'' descoberta na bilheteria. O filme conta a estória de um estudante de Artes que rompe o relacionamento com a namorada, também universitária, e, movido pela insônia que passa a ter e pela falta de dinheiro, arranja um emprego em um supermercado. A peculiaridade deste personagem é que ele tem o incrível dom de congelar o tempo: imaginem só o que ele não faz com isto...Não, ele não aproveita para roubar toda a grana do caixa! Não sejam tão materialistas...Como pintor, ele congela o tempo e aproveita para desenhar as belas freguesas que passam pela loja. Detalhe: ''ajeitando'' aqui e ali determinadas peças de suas roupas para ter uma ''visão mais ampla da coisa''...No mercado, ele acaba se interessando por uma colega- caixa- que passa a ser o objeto de seu desejo e de suas criações artísticas...Como dizia o saudoso poeta Waly Salomão, ''o sonho não acabou; a vida é feita de sonhos''. O cinema- ontem, hoje e sempre- é a máquina de criação destes sonhos. Por isto chiamos tanto quanto vemos o nosso imaginário invadido gratuitamente por cenas de tortura, tiroteios em favela, filmes britânicos com mafiosos( aliás, esta repetição já virou clichê...), entre outras barbaridades. Ah, mas você não é fã de 24 Horas, com o truculento agente Jack Bauer? Sou, fã de carteirinha...E não pretendo posar aqui de ''arauto da moralidade'', defendendo a censura para filmes mais violentos. Mas tudo depende do contexto, de como se mostra a estória...Como consumidores culturais, às vezes adquirimos um disco de uma banda predileta por causa de 2 ou 3 músicas. Um livro inteiro por causa de um trecho mais interessante. Assistimos inúmeros filmes que, em uma edição mais caprichada, não passariam de meia-hora. No entanto, este ''Cashback''- que por ora estréia em São Paulo em pouquíssimas salas e quase sem divulgação, mais para ''tapar algum buraco na programação''- é um belo exemplo de filme ''redondinho'', bonito, cujas duas horas mais parecem poucos minutos, tal o prazer que sentimos assistindo-o. Por isto o assisti hoje pela segunda vez, e assistiria mais uma se ele resistir mais algumas semanas em cartaz, e comprarei o DVD- quando sair- sem pensar duas vezes. É muito bom estar diante de cinema de primeira. Antes era a regra. Hoje, uma feliz e casual exceção...

O que Obama vai herdar do ''governo''(?)Bush...

Qual é o tamanho do rombo? Qual é a herança maldita que Obama irá herdar de Bush, e qual o preço disto nos próximos anos? Uma matéria no jornal ''O Estado de São Paulo'' do último dia 9 de novembro mostra qual o tamanho do prejuízo. O título da reportagem já é sugestivo: ''Crise Financeira adia 'mudança' prometida por novo presidente''. Segundo a jornalista Patrícia Campos Melo, correspondente do ''Estadão'' em Washington, ''o déficit do orçamento deve chegar a U$1 trilhão( nosso grifo)em 2009 com o pacote de resgate do sistema financeiro e mais medidas de estímulo fiscal que o Congresso quer aprovar. A dívida dos EUA, no fim do Governo Clinton(OBS nossa: que entregou o cargo para seu sucessor com superávit nas contas públicas...), era de cerca de U$5,6 trilhões. Agora está em U$10,3 trilhões- o maior aumento já ocorrido na história( nosso grifo). E pode chegar a U$11,8 trilhões até o fim do ano fiscal. ''Com um déficit de U$1 trilhão, a agenda de qualquer um fica mais modesta'', diz Tyler Cowen, professor de economia na George Mason University. ''Acho que Obama poderá agir bastante na área de regulamentação do sistema financeiro, que não requer muitos recursos, mas seus planos ambiciosos em saúde e energia serão todos adiados''. Esta é a ''herança maldita'' do Governo Bush que Obama irá herdar. Como administrar esta ''bomba econômica'' e as elevadas expectativas de seus eleitores será uma equação política de dificílima resolução. Alguns torcedores da candidatura Obama mundo afora já podem estar inclusive se perguntando: ''por que é que sempre sobra para um negro a limpeza de toda a sujeira criada por seus antecessores?''. Por outro lado, sem a desorganização completa e o derretimento de trilhões de dólares no mercado financeiro mundo afora, quase certamente o candidato ''novato'' e ''fora dos padrões'' não teria sido eleito...O mais realista neste momento é não esperar grandes mudanças no início do Governo Obama. Primeiro ele terá de ''arrumar a casa'', ''manter o barco à tona''- navegando apesar do casco todo furado...A sua própria presença, e a forma audaciosa e original de campanha que surpreendeu os adversários e trouxe uma vitória arrasadora, esta já é, no momento, a grande mudança pela qual todos esperávamos. O resto, que virá aos poucos, e exigirá muita paciência, já será lucro...Alcnol.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

É primavera...

Como dizia a famosa e antiga música do saudoso Tim Maia, ''é primavera, te amo, é primavera, trago esta rosa para te dar...''. Florescem as árvores em São Paulo, apesar de tudo...Olha o coro: ''é primavera''...

Torcida são-paulina já tomou as ruas...

Por todas as partes, o tradicionalmente retraído e desconfiado torcedor do São Paulo já mostra toda a sua confiança no título próximo. No mercado onde flagramos esta cena, um outro freguês perguntou a esta torcedora: ''e aí? vamos ser campeões?''. O que vocês acham que ela respondeu? Eu acho que não nos tiram este título ''nem a bala''...Sorry, gremistas...

Botequim na Oscar Freire- a prova...

Tentando enquadrar na mesma imagem o botequim e o nome da famosa rua- sede das principais grifes nacionais e internacionais- o resultado não saiu lá grande coisa, mas serve como prova: este boteco fica na Rua Oscar Freire, esquina com a Rua Melo Alves...

''Rua Atlântica''???! Em São Paulo???!

Conheço a famosa Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, que faz jus ao nome: fica em Copacabana, a poucos metros do mar...No entanto, ao rumar para o bistrô de Pinheiros que comentamos no último post, passamos por uma ''Rua Atlântica'' no meio dos Jardins. Qual será o motivo deste prosaico nome de rua? Afinal, o mar mais próximo está a cerca de 60 km de distãncia( que nos feriados podemos atingir em meras 5 horas de espera no meio dos engarrafamentos...). Mas São Paulo tem milhares de ruas que merecem ser batizadas. E esta rua tranqüilona aí levou o nome de ''Rua Atlântica''. Surpreendeu-nos, no nosso caminho, assim como acho que pode surpreender vocês também. ''Onde está'', perguntarão novamente, ''o mar?''

Almoço em Pinheiros- no ''Le Manjue Bistrô''( produtos orgânicos)...

Uma ampla parcela da população desta cidade prefere a rapidez e o preço à saúde, isto é um fato. Daí tantas pizzarias, padarias, lugares que servem ''cachorros quentes''. Mas também é uma realidade o fato de que a mesma cidade é servida por uma ampla rede de restaurantes vegetarianos- estamos relatando isto aqui quase todos os dias...Pelo histórico, podemos dizer que os restaurantes e entrepostos de produtos orgânicos tem travado uma árdua luta para se implantar por aqui. Seria impensável pensar, no momento, em um estabelecimento que sirva apenas produtos da chamada ''culinária viva''- como no Rio de Janeiro. Só este ano, os apreciadores de produtos orgânicos aqui em São Paulo tiveram dois contratempos, com o encerramento das atividades do restaurante ''Empório Siriúba''- memorável lugar, com um belíssimo jardim onde comíamos à sombra das árvores- e do Empório Orgânico Taya- ambos situados nos Jardins. Por isto mesmo, a notícia da abertura de um novo estabelecimento da linha de produtos orgânicos- este ''Le Manjue Bistrô'', na Rua Inácio Pereira da Rocha, 273, Vila Madalena- deve ser saudado com aplausos por todos aqueles que buscam a alimentação mais saudável e, ao mesmo tempo, saborosa. O chef, quem diria, é o mesmo Renato Caleffi- que conduzia a cozinha nos tempos do Siriúba, com uma inventiva linha de pratos que incluía até mesmo uma inédita ''sopa de banana''...Caleffi é especialista em gastronomia funcional e molecular, tendo criado e adaptado diversos pratos para celíacos(alérgicos ao trigo), intolerantes à lactose, diabéticos e desintoxicantes. Além da preocupação com a saúde, o lugar também está ligado à chamada Responsabilidade Social: em parceria com a ONG ''Projeto Arrastão'', treina e recruta jovens talentos, dando-lhes não só a oportunidade de conquistarem o primeiro emprego como também de exercerem sua cidadania. Diversas peças da decoração, quadros e utensílios expostos no ''Le Manjue Bistrô'' foram confeccionados por jovens desta mesma ONG, e estão á venda no local- com renda totalmente convertida para os projetos desta instituição. A decoração original do lugar mescla traços da ''Belle Époque'' francesa e elementos da arte modernista brasileira, estilo concebido durante a Semana de Arte Moderna de 1922( entre os seus representantes podemos citar Mário de Andrade, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral). Bom, e a comida? Começamos com uma sopa de abóbora de entrada, acompanhando pedaços pequenos de torrada e uma colher com caldo de goiaba. O prato principal foi penne integral com hambúrguer orgânico( só a carne, bem macia e saborosa...). Fechando, compota de jaca com uma bola de sorvete de doce de leite orgânico- além de uma pequena farofa de quinua cobrindo tudo isto. Eu ficaria até bastante surpreso com a qualidade e delícia desta refeição, se já não conhecesse o trabalho anterior deste chef no Empório Siriúba. Quem disse que não se pode aliar a saúde ao gosto? E ao preço, pois tudo isto- incluindo o café orgânico no fecho- saiu por módicos 30 reais( detalhe: este é o prato executivo; pedidos ''a la carte'' podem ter preços diferenciados). Ao sair, ainda descobri que o bistrô fica a poucos passos da Rua Fradique Coutinho e, melhor!, da Livraria da Vila- um ótimo ''programa casado''...PS: Aquele pano pintado e cheio de flores é o guardanapo do restaurante( deu até pena de ter de sujá-lo após a refeição...).

Último dia da Mostra Indie 2008: documentário japonês ''Emprego Temporário, Agonia Permanente''...

Segundo a resenha do catálogo da Mostra Indie 2008, ''O Diretor Hiroki Iwabuchi documenta sua bizarra situação e os sentimentos contraditórios que tem como trabalhador temporário. Ele conseguiu um trabalho na fábrica da impressora Canon através de uma agência de empregos, é em tempo integral, mas temporário. Nos dias da semana monta cartuchos de tinta, enquanto aluga um apartamento e usa uma bicicleta cedidos pela agência. Nos fins de semana procura trabalho em Tóquio, onde sonha morar(...)''. Confesso que perdi um pouco o entusiasmo por esta mostra ao assistir um filme japonês meio ''sujo'', com má qualidade de imagem. Pensei até que seria por conta do fato de estar ''mal acostumado'' com as imagens digitais da TV a Cabo. Mas hoje, no último dia oficial da Mostra, decidi ''arriscar'' e assistir este documentário japonês, mais por conta do tema interessante. Não me arrependi...É até irônico que este filme- um dos mais ''desagradáveis'' da Mostra, por conta da realidade que traz à tona- tenha imagens ''bonitas'', ''redondas''. Pois o que ele revela é justamente o pior da realidade do trabalho no Japão, uma das maiores potências do Planeta Terra: a vida dos funcionários ''temporários'', trabalhadores de meio-período. Sem direito a férias remuneradas, horas extras, bônus e demais vantagens, os temporários já representam um terço da mão-de-obra total no País do Sol Nascente. A Canon, famosa empresa apresentada no filme, chegou a empregar 20 mil trabalhadores com direitos normais, e 20 mil temporários, no período mostrado pelo documentário...''Fifty- fifty''...Boa parte dos trabalhadores temporários é jovem: entre eles, a proporção de temporários chega a 1/5 da força de trabalho. O jovem mostrado neste interessante documentário recebe cerca de 180 mil ienes, dos quais restam- após pagar a Faculdade e o aluguel- meros 60 mil ienes. Por conta disto ele, como muitos dos temporários, passa uma parte relevante de seu tempo ''livre'' nos Mangás Cafés- que tem pacotes especiais por várias horas- ou nas lanchonetes ''fast food'' que todos já conhecemos( certamente sendo atendido por outros ''temporários'' ou pessoas sub-empregadas...). Comprar um pacote de várias horas em um cybercafé pode representar a diferença entre dormir na rua ou ter, provisoriamente, um ''teto'' sobre sua cabeça...Os temporários são definidos por alguém, em um debate pela TV, como ''escravos''. Termo muito apropriado...Outra ironia é o fato de que os temporários- uma realidade tão forte no Japão que eles fazem inclusive grandes manifestações na capital japonesa em defesa dos seus direitos- tenham crescido significativamente justo nos chamados ''anos de ouro'' da economia mundial- antes do ''crash econômico de 2008''...Não são só os trabalhadores chineses os mais maltratados nesta estória. Mundo afora, sob o pretexto de caso contrário levarem seus negócios para o país oriental, funcionários de importantes empresas ocidentais passaram a ter tradicionais direitos trabalhistas minimizados ou simplesmente eliminados- uma realidade não muito diferente da mostrada neste documentário japonês...Empregos bem remunerados, uma vida inteira de trabalho na mesma empresa? Esta já não é mais a realidade do Japão, descobrimos espantados diante deste belo- mas também duro, ''inconveniente''- filme. O personagem se faz interessantes perguntas: ''se sou escravo, sou escravo de quem?''( resposta: de um sistema impessoal, e transnacional- sem nome nem endereço...); ''e qual será a minha perspectiva dentro de 10 anos?''( resposta: a mesma de hoje, trabalhar incessantemente- sem férias- e até morrer- uma vez que muito provavelmente estes trabalhadores temporários todos não terão os mesmos Direitos Previdenciários que os demais...). A Crise Econômica abriu novamente os nossos olhos para os chamados ''problemas sociais''- que nunca deixaram de existir mas foram convenientemente escamoteados pelos filmes e pela mídia. Este documentário ''Emprego Temporário, Agonia Permanente'' marca um modo desconfortável, incômodo, duro- mas necessário- de acordarmos novamente para a dura realidade que nos cerca...Alcnol. PS: Imagem do saguão do Cinesesc...

Um dia, quando eu quiser lembrar do passado...

Um dia bem distante no futuro, quando eu quiser lembrar do passado, quero lembrar daquela noite de festejos e alegria no mundo inteiro. Quero lembrar das horas passadas em claro, das projeções de voto nos Estados, do discurso da vitória em Chicago. Quero lembrar dos buzinaços, dos abraços trocados entre desconhecidos, do sorriso de volta na cara de todo mundo. Quero lembrar do dia em que o mundo, de repente, lembrou que era um só. Do dia, e da prolongada noite, em que descobrimos que o que afeta um país não é apenas problema daquele país, mas da humanidade como um todo. Quero lembrar do dia em que redescobrimos o conceito de humanidade, em que relembramos o que é ser bom, honesto, ético, digno, solidário e não solitário...Quero lembrar do dia em todos fomos jovens outra vez, idealistas e esperançosos. Quero lembrar do dia em que a palavra ''paz'' voltou ao nosso vocabulário, ao menos como um ideal distante. Quando eu quiser lembrar do passado, que me surjam na mente as imagens deste dia 04 de novembro de 2008, a maior prova da capacidade de reação das pessoas que habitam este planeta Terra...No dia e na noite em que nos tornamos um só, para o bem e para o mal, reunidos enfim neste mágico instante...Alcnol.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Prédio com nome que remete a Porto Alegre...

Bem que poderíamos iniciar uma outra série: lugares na cidade de São Paulo cujos nomes remetem ao Rio Grande do Sul. Nas ruas desta metrópole, é bem comum encontrar cidadãos vestidos com as camisetas das equipes gaúchas, bem à vontade. Assim como flamenguistas, e outros adversários notórios das equipes locais ( São Paulo, Palmeiras e Corínthians). Prova do espírito democrático e acolhedor da grande megalópole paulista...Bom, mas voltando ao tema do post, eis o que achamos em uma breve passagem por Pinheiros: ''Edifício Rio Guaíba''. Alguém conhece outro Rio Guaíba que não aquele célebre que banha as margens de Porto Alegre?

Outro boteco na Rua Oscar Freire...

Como é que eu fui perder esta, no post que fiz sobre este verdadeiro shopping de luxo a céu aberto da cidade de São Paulo: em plena esquina das Ruas Melo Alves com Oscar Freire, bem no início da chamada parte ''glamorosa'' da famosa rua paulistana, há um outro boteco. Sem placa, sem ''charme'' algum, coexistindo com marcas famosas nacionais e internacionais- no melhor estilo que caracteriza a região dos Jardins...Eis mais um ''boteco'' na Rua Oscar Freire, este aqui na parte ''chique'' da rua( e não lá na ''longínqüa'' região de Pinheiros)...PS: Como não fotografei a placa com o nome da rua, nas proximidades, pode restar alguma dúvida. Os leitores deste blog que moram na cidade de São Paulo podem conferir pessoalmente...

Mais Metrô Alto do Ipiranga...

Apesar da impressão inicial que vocês possam ter tido sobre esta especial( ou seria espacial?)Estação, em um primeiro contato, ela é até bem normal- vista em retrospectiva. Tem belos painéis pintados, teto de vidro, e vejam só a multidão que se reuniu- lá no alto, após subirmos 3 lances de escadas rolantes- em um dia chuvoso...

Viagem Intergaláctica? Não, estação do metrô...

Esta, digamos assim, original Estação Alto do Ipiranga fica no final da Linha Verde( Vila Madalena- Alto do Ipiranga)do Metrô paulistano. Como vocês podem ver, pelas imagens, a Estação Alto do Ipiranga- longe aliás do famoso Parque do Ipiranga- é cheia de luzes e meio deserta, levando-nos inicialmente a uma pequena dúvida: ''- quando foi que nós decolamos? e onde é que pousamos com a nossa nave espacial???". Por estas fotos aí não dá para ter outra idéia não...

O Palmeiras perdeu para si próprio...

Quem acompanha as notícias sobre o alviverde paulista nas últimas semanas, há de pensar que esta equipe estaria nas últimas posições. A sensação, pelo noticiário e pelas notinhas nas colunas dos jornais, é que o técnico Vanderlei Luxemburgo era o principal responsável pelo rendimento ''insatisfatório'' do time. No entanto, até esta rodada do último fim-de-semana, o Palmeiras ocupava a segunda posição...O técnico se desgastou bastante com a decisão de não acompanhar a equipe até a Argentina, onde disputaria uma partida pela Sul Americana( torneio considerado ''secundário'' pelos dirigentes e pelo treinador). Vanderlei não foi à Argentina mas comentou a derrota de seu próprio time na TV Globo...Isto foi o ''estopim'' para uma série de críticas por parte da Diretoria do Palmeiras. E não se pense que estas fortes provas de uma divisão interna não seriam capazes de influenciar a própria equipe...Tanto foram que o Palmeiras entrou estranhamente ''frio'' para esta partida decisiva contra o Grêmio, no Palestra Itália. O jogo foi difícil de assistir: um festival de carrinhos, chutões para o alto, ''tostões'', cotoveladas e ''chuveirinhos'' para dentro da área- tudo o que tradicionalmente caracteriza a equipe gaúcha...O resultado é que a equipe da casa, tecnicamente superior mas abalada psicologicamente por tantas discussões internas, acabou derrotada- dando praticamente adeus ao sonho de ganhar o Campeonato. Minha impressão é que a Diretoria do Palmeiras agiu movida por uma lógica de ''tudo ou nada'' desde o início do Brasileirão. E nas últimas rodadas, quando ficou clara a ascensão do São Paulo- hoje o líder com 2 pontos de vantagem sobre os demais- o alviverde se desequilibrou. Quem ouvia ou lia tantas notícias, poderia pensar que o time estava ''mal'', não tinha chances. Enquanto o tricolor paulista, equipe definida pelo próprio Muricy como mediana, se ''fechava''( se unia)com o foco na conquista do título, o Palmeiras, no mesmo período, mostrava diversos sinais de desunião interna, de nervos abalados. As seguidas idas do Goleiro Marcos ao ataque, faltando cerca de 15 minutos para terminar o jogo- e contra as ordens do treinador- são apenas um reflexo do que faltou à equipe palestrina: um pouco mais de cabeça fria e paciência...O Palmeiras não perdeu para o Grêmio- equipe limitada e de futebol bastante inferior. Perdeu para si mesmo. Raciocinando em termos de ''tudo ou nada'', mesmo que ainda fique com uma vaga para a Libertadores a sensação no clube é que não ganhou ''nada''. Parece que os dias de Luxemburgo na direção da equipe estão contados...Alcnol.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Painel de Natal na Rua da Consolação

Com um mês e meio ainda para o Natal, a Lojas Pernambucanas da Rua da Consolação já providenciou este belo painel lembrando esta festa da cristandade...

Mais imagens do sebo sob a Rua da Consolação...

Vocês já viram fotos deste verdadeiro ''sebo subterrâneo''- aberto, em uma Galeria sob a Rua da Consolação- em um dos posts anteriores. Desta vez, parece que eles estão expondo algumas obras de arte...ou coisa do gênero...aí estão, para vocês tentarem adivinhar o que é...