Este ''Cashback'', do diretor britânico Sean Ellis, é tão bom que me dei ao trabalho de assistí-lo novamente( a primeira foi na Mostra Internacional de Cinema de 2007, onde incrivelmente ele não figurou entre os mais votados pelo público). Em uma quinta-feira, após o encerramento da Mostra ''Indie 2008'' do Cinesesc. Uma curiosidade: você sabia que a inteira no Espaço Unibanco da Augusta, às quintas-feiras, custa módicos 5 reais??? Eu não sabia. Por isto, acabei premiado duas vezes. Por assistir um filme excelente, pelo qual eu pagaria inteira comum sem hesitar, e pela ''pechincha'' descoberta na bilheteria. O filme conta a estória de um estudante de Artes que rompe o relacionamento com a namorada, também universitária, e, movido pela insônia que passa a ter e pela falta de dinheiro, arranja um emprego em um supermercado. A peculiaridade deste personagem é que ele tem o incrível dom de congelar o tempo: imaginem só o que ele não faz com isto...Não, ele não aproveita para roubar toda a grana do caixa! Não sejam tão materialistas...Como pintor, ele congela o tempo e aproveita para desenhar as belas freguesas que passam pela loja. Detalhe: ''ajeitando'' aqui e ali determinadas peças de suas roupas para ter uma ''visão mais ampla da coisa''...No mercado, ele acaba se interessando por uma colega- caixa- que passa a ser o objeto de seu desejo e de suas criações artísticas...Como dizia o saudoso poeta Waly Salomão, ''o sonho não acabou; a vida é feita de sonhos''. O cinema- ontem, hoje e sempre- é a máquina de criação destes sonhos. Por isto chiamos tanto quanto vemos o nosso imaginário invadido gratuitamente por cenas de tortura, tiroteios em favela, filmes britânicos com mafiosos( aliás, esta repetição já virou clichê...), entre outras barbaridades. Ah, mas você não é fã de 24 Horas, com o truculento agente Jack Bauer? Sou, fã de carteirinha...E não pretendo posar aqui de ''arauto da moralidade'', defendendo a censura para filmes mais violentos. Mas tudo depende do contexto, de como se mostra a estória...Como consumidores culturais, às vezes adquirimos um disco de uma banda predileta por causa de 2 ou 3 músicas. Um livro inteiro por causa de um trecho mais interessante. Assistimos inúmeros filmes que, em uma edição mais caprichada, não passariam de meia-hora. No entanto, este ''Cashback''- que por ora estréia em São Paulo em pouquíssimas salas e quase sem divulgação, mais para ''tapar algum buraco na programação''- é um belo exemplo de filme ''redondinho'', bonito, cujas duas horas mais parecem poucos minutos, tal o prazer que sentimos assistindo-o. Por isto o assisti hoje pela segunda vez, e assistiria mais uma se ele resistir mais algumas semanas em cartaz, e comprarei o DVD- quando sair- sem pensar duas vezes. É muito bom estar diante de cinema de primeira. Antes era a regra. Hoje, uma feliz e casual exceção...
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