Inacreditavelmente, não estava frio dentro de casa. Pensei até em botar uma camisa de mangas curtas. Porém, antes de sair consultei o site do Yahoo, e sua previsão de tempo. Pelo site, estava fazendo 11 graus, com máxima de 16 prevista para a tarde. Após o almoço, cruzei com várias pessoas- quase sempre mulheres- com braços cruzados e cara de quem estava sentindo muito frio. Era início de tarde, e o relógio de rua em frente ao Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, marcava 12 graus. Conforme ia andando, o tempo foi abrindo. Cheguei mesmo a lamentar não ter levado o meu protetor solar de bolso( isto antes de ver quanto marcava o primeiro relógio de rua, aquele dos 12 graus...). O sol foi me acompanhando, e ditando a leve subida de temperatura. O próximo relógio de rua marcava 13. Na altura da Brigadeiro Luís Antônio, meu ponto final de caminhada, já estava marcando 14. A volta foi contra o sol, mas pela rua paralela à Paulista- Luís Carlos Pinhal. Como sempre, fiz questão de passar pelo Elevado sobre a Avenida 9 de Julho. Que tem uma bela vista panorâmica, e altura equivalente à de um prédio de 7 andares. Em um café, entre executivos e adolescentes, havia uma senhora oriental com seu filhinho. Ela falava chinês, que eu aprendi a diferenciar do japonês pelos filmes chineses. O linguajar do país mais populoso do mundo é meio musical, tem uma sonoridade bem peculiar. O tempo mudava rápido como meus pensamentos. E senti que, desta vez, não haveria nenhum lugar especial de chegada, ou uma ''mensagem'' por trás daquilo que descrevo. Passeei. Passei.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Ainda Flamengo X São Paulo...
Mais que uma simples partida de futebol, este foi o confronto de duas cidades e de dois estilos. Os ''atirados'' e apaixonados cariocas, que se lançaram desde o início do jogo em busca do gol, incentivados pela multidão presente de mais de 55 mil torcedores. Contra os ''contidos'', eficientes, ''low profile'' paulistanos, que não foram ao Maracanã para garantir um empate ou se limitar a defender. Este seria o caminho certo para o insucesso...O São Paulo, nos contra-ataques certeiros e fatais, é mais do que um time: é um fenômeno da natureza. Como os furacões e os tsunamis...Caio Júnior, o treinador ''boa praça'' do Flamengo, é desenvolto, fala mansa, extrovertido. Como o time que comanda. Já o treinador do São Paulo, Muricy, mais parece um mineiro. É econômico nas declarações, sarcástico, sizudo, rabugento. Mesmo quando ''abre a boca'', Muricy aparenta muito mais estar desviando as atenções dos jornalistas- que o adoram por suas declarações ''sinceras''- do que revelando alguma informação relevante. É este estilo ''low profile'' de Muricy que disfarça o fato de que sua equipe, que para muitos ainda não ''encaixou'' este ano, está sempre entre os primeiros em qualquer torneio que dispute. Assim foi no Paulistão, onde chegou ás semifinais, bem como na Libertadores. Muricy jamais pode ser subestimado. Parece ''bronco'', inclusive na aparência, mas é, na realidade, um jogador de xadrez. É viciado, como todos os grandes talentos em qualquer área, naquilo que faz- e muito bem. Nas horas vagas assiste jogos de outras equipes, inclusive de basquete, para analisar suas posturas táticas. Neste Flamengo X São Paulo do último fim-de-semana, Muricy deu mais um de seus ''bailes'' nos técnicos adversários. Alguém duvida que o São Paulo já é um dos favoritos ao título? Não perguntem isto ao Muricy. O negócio dele é fazer o tipo ''aborrecido'', ''preocupado''...
Do infinito: trecho do último livro de Deepak Chopra
''Quando minha neta estava com quatro anos, eu a levei para um passeio na praia. Era uma noite linda, e as estrelas e a Lua brilhavam no céu. Eu me virei para ela e disse: ''Tara, eu a amo muito''. Assim que terminei de dizer a frase, ela perguntou: ''Quanto?''. Eu disse: ''Bem, eu a amo mais que as estrelas e a Lua''. E assim que terminei a frase, Tara perguntou: ''Por quê?'' Eu respondi: ''Porque você veio de lá''. E ela: ''Como?''. Pensei com meus botões: Não sei se consigo explicar isso para ela, mas vou tentar. ''Sabe, Tara, quando você come frutas e verduras, foi a luz do Sol, das estrelas e da Lua que fez a comida que você come. E, quando você come, está pegando a luz das estrelas para formar o seu corpo, porque tudo vem da luz. Você é um ser de luz; seu corpo é feito de luz''. Tive mais uma idéia e disse a ela: ''Até mesmo seus olhos são feitos de luz. As estrelas fizeram seus olhos para que elas pudessem se ver''. Tara pensou, pensou, e pela primeira vez ficou em silêncio. Mas, quando estávamos indo embora da praia, ela disse: ''Vovô, olhe para cima. As estrelas querem se ver''.
( Fonte: ''A fonte da felicidade duradoura': Poder, Liberdade e Graça"( em inglês: Power, Freedom and Grace), de Deepak Shopra, Editora Best Seller, 2008, páginas 185/186).
Filme interessante
A julgar pela reação da crítica, pensei que este ''Fim dos Tempos''( The Happening)- do diretor M. Night Shyamalan- seria mais uma ''bomba''. Muito pelo contrário. Aliás, ao reverso do que acontece tradicionalmente nos filmes atuais, muito explícitos e cheios de efeitos especiais, a estória é narrada em um crescendo. Pessoas param em um parque de Nova Iorque. Em outro lugar da cidade, outras começam a pular do alto dos prédios, em um estranho ímpeto suicida coletivo. Isto, e mais a musiquinha de suspense de fundo, começa a atrair a nossa atenção de modo irresistível. Notícias desencontradas informam que pode tratar-se de um ataque ''terrorista''. As pessoas fogem em massa. Uma coisa interessante foi ver como é a reação atual a uma catástrofe. Este filme retratou muito bem o que é uma catástrofe nos nossos tempos midiáticos. Todos tentam comunicar-se freneticamente com seus parentes por meio de...celulares...O truque funciona por um tempo, até que os celulares emudecem definitivamente. A viagem/fuga de trem dos protagonistas acaba em uma pequena cidade do interior, quando os funcionários do trem perdem qualquer contato com as demais localidades. Não há um vilão ''personificado''. A explicação, fantasiosa mas bem interessante, é que as plantas costumam reagir quando atacadas. Aquela seria a reação da natureza ao ataque dos humanos, emitindo um gás que eliminaria o senso de auto-preservação das pessoas e levando-as ao suicídio. Um filme de suspense com mensagem ecológica: o que mais poderíamos esperar? ''Fim dos tempos'' é diversão garantida. Nenhuma pretensão a obra-prima( o próprio diretor disse tratar-se de um filme ''tipo B'', ao estilo dos filmes com monstros dos anos 50). A estória é convincente, e cada ''ventinho'' que sacode as plantas nos dá um arrepio correspondente também...O filme consegue a difícil proeza de acalmar e silenciar as ruidosas platéias contemporâneas, e isto também é muito bom...Resta saber se agradará as platéias norte-americanas, uma vez que o nome do Diretor M. Night está em jogo. Mais um fracasso...Isto é o que deve estar assustando o próprio cineasta neste instante...
Um jogo memorável
Para um semestre cheio de grandes partidas de futebol, praticamente uma a cada quarta-feira- o dia dos ''Matas-matas''- é difícil qualificar este jogo ocorrido entre Flamengo e São Paulo, no último sábado. A primeira expressão que me vem á cabeça é ''Jogo do Século''. Mas logo penso melhor, e lembro que dois outros jogaços foram as duas partidas entre Fluminense X São Paulo, e Fluminense X Boca, sem contar as finais e semifinais dos Campeonatos Carioca e Paulista, e a recente final da Copa do Brasil...Enfim, mais apropriado seria qualificar a partida entre o tricolor paulista e o rubro-negro carioca como uma verdadeira DECISÃO do Brasileiro, sem nenhum exagero. Não é fácil jogar lá dentro do ''Caldeirão'' dos Urubus. Lá, eles venceram praticamente todas as partidas que fizeram no último Campeonato Brasileiro. Nem o campeão São Paulo conseguiu vencer lá. Aliás, perdeu por 1 X 0...A torcida pega no pé dos adversários mesmo, e os medianos jogadores flamenguistas viram ''leões'' incentivados pela massa que, como em Roma, ''quer ver sangue''... Neste último jogo, por sinal, até o juiz foi pressionado. Após ter a coragem de anular um gol ilegítimo do Flamengo, o árbitro deu uma ''mãozinha'' para compensar. Aliás, duas: dois pênaltis para o time da casa. Tudo conforme o figurino dos ''caldeirões''. Porém, do outro lado estava uma equipe guerreira e muito aplicada. Um time sem estrelas, agora que Adriano está de volta ao futebol europeu( aliás, como melhora este São Paulo sem Adriano...). Mas muitíssimo bem treinado. O São Paulo fez seu primeiro ataque apenas aos 25 minutos do primeiro tempo. Marcou...O Flamengo foi para cima, empurrado pela massa. Marcou no início do segundo tempo, de PÊNALTI. Nem assim o São Paulo deixou-se intimidar e, em dois contra-ataques, calou a torcida rubro-negra( auto-intitulada a ''maior do mundo'')com dois gols. Jogo decidido? Nunca, quando o negócio é Flamengo. Mais um pênalti, defendido parcialmente por Rogério Ceni mas convertido por Marcinho no rebote, e o Maraca volta a levantar. O Flamengo vai com tudo para o ataque. Faltam cerca de 20 minutos. O script parece indicar uma reação, uma virada rubro-negra. A torcida começa a gritar que o mengão é o ''time da virada''. Luzes se acendem por todas as arquibancadas. Mas o São Paulo, atual campeão brasileiro, não estava ali para ajudar, como mero coadjuvante. O time se fecha, bem ao estilo Muricy. Sua formação inclui uma linha de quatro, na defesa ( um dos quais fazendo papel de líbero), cinco no meio campo, e apenas um atacante. ''Defensivo'' este Muricy, né? Com esta formação o time fez o QUARTO gol já nos acréscimos, calando a imensa torcida local no ex ''maior do mundo''. Venceu um rival que disparava na liderança. Com esta vitória o tricolor paulista começa a ''botar fogo'' na disputa do Brasileirão/2008. Lembrem-se que foi no Maracanã, contra o Botafogo carioca, que o São Paulo( com uma expressiva vitória por 2 X 0 sobre o então líder do Brasileiro)começou a conquistar o título do ano passado. O semestre está terminando, mas não as emoções ligadas ao futebol. Estas estão ainda no início. E, para imitar algum destes inúmeros narradores do esporte bretão, ''haja coração!''. Semana que vem tem a final da Libertadores...
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