Durante muito tempo vendeu-se a ideia de uma Ciência ''neutra''.
De um observador que conseguiria manter-se ''distanciado'' dos fenômenos objeto de seus estudos...
A isto chama-se ''cartesianismo''( referência ao filósofo Renê Descartes ).
A Física Quântica, contudo, desmente frontalmente tal ideia, refazendo velhos conceitos: o objeto observado- mesmo meras partículas sub-atômicas- ''responde/reage'' aos olhares do observador.
Razão pela qual dificilmente haverá uma ''resposta única e padrão'', válida para todas as observações...
Tragamos esta experiência para nossas vidas.
Como é possível que tenhamos, em um só planeta, experiências tão díspares?
Haveria algo em comum entre o ser que labuta duramente no interior de uma mina na África, sob forte calor, e aquele que conduz seu iate no Lago Como( Itália ), com a companhia de algumas belas ''ragazzas''( moças )?
Cada uma destas pessoas, escolhidas aqui ao acaso, possui uma diferente versão de mundo...
Incrivelmente, há um ''ponto em comum'' entre os dois( e as demais bilhões de pessoas ): suas vidas lhes parecem incrivelmente ''reais''...
Sustento, no entanto, um ponto de vista radicalmente contrário: no que tange aos seres humanos, não existe ''objetividade''...
Viver é fazer escolhas, selecionar, adjetivar, qualificar...
O tempo todo você usa termos como ''bom'', ''ruim'', ''adequado'', ''horrível'', ''assustador'', ''temível'', ''belo/a'', etc...
Isto é tão ''natural'', que por vezes( quase todo o tempo, aliás)não nos damos conta disto...
''Tempo bom'', não?
''Bom para quem?'', respondo para fazer uma graça...
Para mim seria em termos de menos 3 graus Celsius, preferivelmente com neve...
Brasileiros em geral, contudo, e boa parte da população deste planeta, preferem o calor...Este é o tal ''tempo bom'' para eles...
''Subjetivo'' isto, diriam após a leitura destas linhas iniciais.
Verdade...Embora o próprio conceito de ''verdade'' seja questionável em si mesmo...
As tradições orientais, como o Budismo, resolveram tais contradições por meio do desenvolvimento de um olhar ''neutro'', ''equidistante''. ''Fundir-se ao Cosmo'' é o objetivo. ''Suprimir os desejos'' seria a saída deste ''mundo de sofrimento''...
Muito nobre. Acredito mesmo que funcione para várias pessoas...
Mas não para mim...
Defendo, ao contrário, um mergulho radical no meio desta mesma matéria...Um exacerbar de sensações e experiências...
Meus maiores desejos, como você já viu por aqui, estão ligados a viagens...Conhecer o mundo inteiro. Hospedar-me naquele hotel bacana lá de Dubai, ir a Tóquio, Cingapura, Hong Kong, Sidney, tudo em alto estilo...Comer bem...Morar bem, nos raros momentos em que estiver por aqui( momentaneamente a ''base'' é o Brasil...).
Descobri que, após muitos anos, um automóvel é necessário para meus deslocamentos( especialmente os profissionais).
E por aí afora...Você dificilmente verá algo por aqui sobre como ''suprimir os desejos''...
Os sensuais, então, nem se fala...
O propósito deste post é outro: como utilizar esta reconhecida ''subjetividade''- uma qualidade natural, inerente a todo ser humano- a nosso favor?
Para a resolução de problemas? Para atingirmos o que mais queremos nesta vida?
Voltemos um pouco à tal ''objetividade''. ''Objetivos'' seriam comentários pouco profundos, tais como ''faz sol'', ''está anoitecendo'', ''chove''...
Dignos de uma...criança...
Raciocinemos, contudo: você imagina um corpo agindo independentemente da vontade de quem o ocupa?
Uma mão, como naquele filme clássico de terror, que, transplantada, ''assombra'' seu atual usuário, atuando conforme as intenções de seu anterior ''proprietário''( um assassino condenado à morte)?
O exemplo é hilário, não é?
Sabemos que ''mãos'' não agem de modo independente( não dão ''beliscadas'' ou ''apalpam'' aquela garota bonita do seu serviço sem que você queira...). Pernas não caminham sozinhas. Olhos não se arregalam diante de uma pessoa atraente, independentemente da vontade de seus ''donos/as''...
A Mente comanda tudo...
O corpo é mero executante, ''cego'' às vontades de quem o ocupa...Corpos não ''discutem'' conosco...Podem, contudo, ''travar'' às vezes por meio de doenças, quando são muito ''maltratados''...
Do mesmo modo, há uma Mente Cósmica( faço referência ao norte-americano Ernest Holmes, o primeiro a estudar o tema mais aprofundadamente)que rege tudo.
Que ''comanda'' toda a matéria existente...
Que reina sobre todos os mundos e planos do Universo...
Mas voltemos ao tema específico deste post. Não existe ''realidade''. Não existe ''objetividade''. O observador muda tudo, por meio de seu olhar.
A grande questão, neste ponto, é: para onde queremos voltar o nosso olhar?
Veja bem, na ''subjetividade radical'' em que estamos inseridos tudo é ''informação''/''dado''/''conceito''/''avaliação''...
Alguém diz: ''minha vida é uma droga''. Replicamos: o que é ''droga''?
O que seria o ''ruim'' se soubéssemos que podemos ''colher'' qualquer experiência do mundo como quem ''colhe'' maçãs em um pomar?
Na verdade, aprendi isto no último ano a duras penas, não existe nada inerentemente ''ruim'' a ponto de ser combatido...
Mas existem coisas que são ''boas''/''melhores'' do ponto de vista da minha subjetividade...
Tão ''boas'' que decidi buscá-las a todo custo...
Elas são, do meu próprio ponto de vista, a razão da minha própria existência...
Vista, idealmente, como puro movimento...Viajar como a pura expressão daquilo que eu sou...
Veja: do ponto de vista da ''subjetividade radical'' que proponho, é perfeitamente possível que, neste mesmo momento, você esteja pensando em ''fincar raízes'' em algum outro lugar...Não tenho nada a ver com isto...É seu pleno direito...Todos tem o direito de serem felizes ao seu próprio modo, sem ''comandos'' ou ''interferências'' alheias...
Em suma, o que estou propondo por meio deste post?
Já descrevi duas posturas, indiretamente: você ''combate o ruim'', reagindo contra esta coisa( conduta mais popular atualmente entre seres humanos...). Ou você busca pairar idealmente entre conceitos como ''bem'' ou ''mal'', suprimindo seus desejos para ''fundir-se ao Cosmo''( postura das várias tradições orientais. Nobre, mas praticamente possível para seres que, como eu, possuem inúmeros ''desejos não-realizados''...).
Defendo o uso pleno e consciente da ''subjetividade'' radical inerente aos seres humanos para buscar o ''outro lado''( ainda visto apenas por uns poucos): o lado do que é ''bom'' para nós...
Perde-se muito tempo ''combatendo'' o que, supostamente, é ''ruim'', enquanto gastamos energias preciosas que poderiam ser utilizadas na conquista de nossos objetivos...
Autores do gênero conhecido popularmente como ''auto-ajuda'' se chocam de modo frontal contra este ''oceano de reclamões'' de todos os gêneros, quando propõem que concentremos nossos olhares naquilo que mais desejamos...
É uma questão de foco: tirar o olhar do ''indesejado'', para voltá-lo só e tão somente em direção ao que queremos...
Alguns propõem algo ainda mais radical: que atuemos como ''atores'', mergulhando profundamente na realidade daquilo que desejamos...
Citemos um destes melhores autores, a norte-americana Catherine Ponder( ''Leis Dinâmicas da Prosperidade''). Ela dizia que, se ansiamos pela riqueza/prosperidade, devemos nos inserir neste mesmo ambiente...E como ela mesmo fez isto: visitando bairros luxuosos para observar seus escritórios, carros de luxo, ruas arborizadas...
Veja que, naquele momento, ela ainda não tinha nada, sequer uma ocupação...
A riqueza, como todo o resto, origina-se na Mente...
Este será o tema de um dos nossos próximos posts...
Alcnol.