''Uma de nossas maiores dificuldades consiste em não conseguirmos nos afastar de certas coisas que estão muito próximas.
Costumamos avaliar os fatos em pleno ''calor da batalha''.
Já sugeri, aqui, adotar uma outra postura.
É nestas horas que precisamos olhar as coisas ''de cima'', com uma ''mirada estratégica'' que seja capaz de dar aos problemas- que nos parecem terríveis em determinado momento- a sua devida importância( muito menor do que a atribuída naquela hora...).
Uma forma é ''diluí-los'' no tempo: qual será o valor disto daqui a um ano? E em 5 anos ?
Outra, que exponho aqui, é o ''Olhar (de)Estrangeiro''...
Como viajante habitual costumo, na ''empolgação'' por estar passeando em terras conhecidas ou desconhecidas, NÃO ''JULGAR'' nada.
TUDO É LUCRO quando estamos viajando...
Até me divirto lendo o noticiário local, ao constatar o quando certos países- incluindo alguns muito bons, a exemplo do Chile- costumam ''super-dimensionar'' os seus próprios problemas..
O interessante é que nós também fazemos o mesmo aqui...
O ''Olhar Estrangeiro'' eu aprendi a utilizar no próprio Brasil também, ao viver em duas cidades distintas daquela em que nasci. Hoje moro por opção, no lugar em que escolhi( Curitiba-PR). Razão pela qual dificilmente sairei por aí ''detonando'' seus problemas, como fazem alguns dos ''locais''...
Imagine que você é um alemão, visitando o Rio de Janeiro.
A não ser que algo de profundamente desagradável aconteça- como um assalto, ou uma ''bala perdida''- não haverá motivos para ''espinafrar'' o ''caos'' brasileiro como nós gostamos de fazer...
Para os estrangeiros, para quem tem o tal ''Olhar Estrangeiro''( de viajante), nada está ''errado''.
O estranho passa a ser, a seus olhos, apenas ''exótico''...
Sempre que encontro um estrangeiro- aqui ou em outros lugares, onde eu mesmo posso ser também um deles- deparo com um olhar sorridente e amistoso.
Ele não veio nos ''conquistar'', ''invadir''. Apenas está de passagem, apreciando o que temos de melhor...
Além de gastar o seu dinheiro, o que contribui para a geração de empregos e o crescimento da nossa economia...
Com apenas 80 anos em média de vida, a cada passagem por este mundo, difícil não admitir também que somos todos um pouco ''estrangeiros''.
Já pegamos o ''bonde andando''...
Que saiamos dele, algum dia, com a alegria de tê-lo deixado um pouco melhor.
Se não por algo que tenhamos feito, ao menos pela felicidade que possamos ter espalhado por aí graças ao nosso ''Olhar Estrangeiro''.
Da vida, levaremos apenas estas lembranças...
Alcnol.