Escolhi nesta fria manhã de sábado percorrer uma área pela qual geralmente não passo. Região do Paraíso, rumo á Rua Tutóia e à Avenida 23 de Maio( sentido Aeroporto de Congonhas). No meio do Paraíso, de repente dei de cara com esta cena aí. Ipês roxos( ao menos foi assim que me informou outra passante)e flores caídas no chão. Belo cenário...Impossível não tirar uma foto de recordação deste início de inverno na capital paulista. Para os amantes da precisão: esquina das Ruas Evaristo de Morais com Abílio Soares- Paraíso. Próxima parada: Rua Tutóia...Alcnol.
sábado, 27 de junho de 2009
Mais um prédio com jardim externo, em Higienópolis...
Uma pesquisa realizada há algum tempo apontou que casas e prédios com altos muros são os preferidos pelos ladrões. E não é difícil de entender: uma vez lá dentro, eles se tornam ''invisíveis'' para os que estão do lado de fora...A decorrência lógica disto é que vivemos de modo mais seguro quando não tentamos proteger-nos em excesso. Bom, mas esta é a continuação de uma série que venho fazendo sobre prédios, em geral mais antigos, que não tem toda esta ''parafernália'' de segurança que caracteriza os tempos modernos: duas cancelas de entrada, câmeras de segurança, equipe de seguranças na porta, jardim interno e murado(às vezes até invisível para quem passa pela rua...). E, quanto mais presto atenção para os prédios que, ao contrário desta tendência dominante, possuem belos jardins externos compartilhados com quem passa pela rua, mais eles se apresentam ao meu olhar. Desta vez até no sofisticado bairro de Higienópolis- na Avenida de mesmo nome- foi possível flagrar um deles. Jardins abertos, afinal, não são sinônimo de menor segurança. Atrás das portas destes edifícios eles certamente tomam inúmeras precauções para defender-se de meliantes. E, vejam só que esperteza, tem ainda a vantagem de ser menos ''vistosos'' e ''atraentes'' para os ladrões...PS: Se pudesse viveria em um lugar assim. Mas há um ''pequeno detalhe'': este aí, em Higienópolis, não deve ser nem um pouco ''baratinho''...
Outro ''tesouro'' em cartaz nos cinemas da cidade...
Os franceses não estão brincando, a julgar pela ótima seleção de filmes da última Mostra ''Panorama do Cinema Francês''- exibida semana passada no Cinema Reserva Cultural( Avenida Paulista). Um dos mais especiais destes filmes foi este ''Há tanto tempo que te amo'', dirigido e roteirizado pelo escritor Phillipe Claudel. Assim como normalmente só decido conhecer um restaurante quando leio algo a respeito deste, costumo também escolher certos filmes pela presença de determinados atores ou atrizes. Neste caso, o nome-chave foi Kristin Scott Thomas, a célebre atriz inglesa indicada para o Oscar por sua brilhante interpretação em ''O Paciente Inglês''( The English Patient)em 1986. ''O que uma atriz inglesa faria em uma fita francesa?'', me perguntei. ''Como ela iria interpretar em outra língua que não a sua natal?'', foi a segunda questão.
Antes um parêntese: Mark Anstead, jornalista do jornal inglês Daily Mail, em uma reportagem investigativa sobre a atriz, qualificou-a com termos duros como ''glacial'' e ''ice maiden''( feita de gelo)...Vejamos um trecho desta matéria: ''It clearly suits the 47-year-old actress, known for playing upper-class bitches, to seem tetchy during interviews, presumably to scare anyone away from asking personal questions''( tradução não literal: ele fala que a atriz, conhecida por interpretar mulheres fortes de classe alta, assume uma máscara durante as entrevistas- presumidamente para assustar todos que pretendam fazer perguntas pessoais). A frieza de Kristin e seu personagem- uma mulher que passou 15 anos na prisão por ter cometido um assassinato- me surpreendeu no início. Fiquei me perguntando se o seu laconismo não seria por estar pouco familiarizada com o idioma francês( engano: radicada na França há vários anos, e casada com o francês François Olivennes, ela já estreou outras películas faladas nesta bela língua...).
Outro parêntese: assim como no futebol e na gastronomia, interpretar é uma atividade essencialmente coletiva. Às vezes esquecemos um pouco isto, por causa do onipresente ''star system''( sistema de estrelas)característico da cultura norte-americana, a mais influente de todo o planeta. Já que falei em futebol, várias duplas ficaram famosas no passado. Pelé e Coutinho. Pelé e Garrincha. Ademir da Guia e Leivinha. Entre outras. Este belo filme francês não pode ser separado do talentosissimo par de atrizes que o integra. A outra metade desta dupla chama-se Elsa Zylberstein. Uma matéria sobre o filme escrita ontem no ''Estado de São Paulo''- assinada por Luiz Carlos Merten- informa que ''ao longo de uma carreira que começou em 1968, Elsa Zylberstein participou de 50 filmes, trabalhando com diretores de prestígio, como Jacques Douillon, James Ivory, Maurice Pialat e Raul Ruiz. Ela é conhecida na França como atriz de teatro e, eventualmente TV, embora, como gosta de dizer, faz ''cinema na televisão, o que é diferente''. Elsa recebeu o César, o Oscar do cinema francês, como melhor coadjuvante por seu papel neste 'Há tanto tempo que te amo''. Embora esteja longe de ser uma atriz estreante, Elsa mais parece uma menina- com seu jeito terno e amoroso que faz o contraponto ideal ao estilo inicialmente contido de Kristin Scott. As duas são irmãs no filme, e o personagem de Elza é o único que apóia incondicionalmente o de Kristin...Ressalte-se que o estilo contido da inglesa vai progressivamente modificando-se, até entendermos o porque da extrema dor de sua personagem.
Não assisto filmes por sua origem, na maioria das vezes. Isto porque ser rotulado como ''francês'' não é sinal de qualidade por si só. Já vi umas belas ''bombas'' oriundas da França( uma das maiores polêmicas reside, por exemplo, no filme ''Guardas Chuvas do Amor'', protagonizado por Catherine Deneuve: ruim para muitos, entre os quais me incluo, obra-prima para outros, é um bom exemplo daquela frase ''gosto não se discute''...). Franceses costumam insistir com o gênero filmes musicais, que não são exatamente de minha preferência...
No entanto quando eles ''acertam a mão'', como é definitivamente o caso deste ''Há Tanto Tempo que Te Amo'', sabem como ninguém fazer uma obra cheia de delicadeza, silêncio e expressividade. O ''star system'' reside nas estrelas, assim como o futebol em seus craques. E é saboroso degustar o resultado de um ''prato'' preparado por um diretor renomado, cercado por duas excelentes atrizes no auge de sua forma física( ambas são belíssimas)e capacidade interpretativa.
Desejamos sucesso a mais este ótimo exemplar do cinema francês que acaba de estrear na cidade de São Paulo. Alcnol. PS: A bela face de Elsa Zylberstein aparece em destaque no cartaz da Mostra ''Panorama do Cinema Francês'', ao lado de outra ''fera''( protagonista do filme ''Paris'', em pré-estréia na cidade de São Paulo): a atriz Juliette Binoche( no lado esquerdo da foto)...
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