Em minha primeira passagem pela capital argentina- em fevereiro de 2004- o país ainda estava se recuperando da Crise de 2001: quando o Governo fez algo parecido com o ''confisco'' do Plano Collor, congelando todos os depósitos em aplicações e contas correntes.
Porém, ao contrário do Brasil, os argentinos não ficaram parados. Ao melhor estilo daquele país, saíram às ruas para protestar em frente às sedes dos bancos. Como instrumentos, batiam em panelas para aumentar a repercussão de seus protestos...
Dois anos e meio após, o cenário ainda era de um verdadeiro ''pós-guerra'': lojas chiques com vitrines semi-vazias...
O ''default''( moratória no pagamento da dívida externa)aplicado para solucionar a crise certamente contribuiu para isto...
Tantos anos após o ''Corralito'' de 2001, e a sensação é a de que a Argentina ainda não superou este tenebroso passado.
Comparando com o Chile, nação que visitamos pouco antes- e que mais se parece com um ''entreposto'' de produtos importados do mundo inteiro( a preços bem mais em conta que os nossos)- a impressão maior é de uma certa limitação.
A cidade de Buenos Aires é repleta de Shoppings e lojas de alto padrão do mundo inteiro, ressalte-se. Várias marcas com que não deparamos no Brasil( Cacharel, Dior, Polo Ralph Lauren, etc.)estão presentes lá, e com lojas próprias...
Mesmo assim, continuamos com a sensação de que não estão a ''pleno vapor'': a crise econômica persistente, a inflação crescente, e a política do Governo argentino de ''substituição de importados''( incluindo-se os provenientes do Brasil), tudo isto contribui para que tenhamos a impressão de que- apesar dos preços mais baixos, graças ao câmbio favorável ao real- o comércio local está à ''meia boca''...
Sinceramente: à parte os preços (bem)menores, o que se vê nos principais shoppings não está à altura do que encontramos em estabelecimentos similares brasileiros( ou chilenos)...Falo tanto de beleza quanto da qualidade dos produtos em oferta...
Alguém há de protestar, lembrando os inúmeros ''outlets'' de marcas famosas. Lembre-se apenas que ''outlets'' vendem o ''resto''- aquelas mercadorias defeituosas que, exatamente por isto, não foram vendidas junto às demais...Entrei em um destes ''outlets'', de uma marca super-famosa, e o que vi não me impressionou: não levaria aquilo de nenhuma forma, nem mais barato...
Ressalto que vi, porém, apenas um ''outlet''- o que não me permite emitir uma opinião mais aprofundada sobre este tema...Já os shoppings, vi praticamente todos...
Ressalto também que as opiniões emitidas acima referem-se exclusivamente a roupas.
Em relação a perfumes, a oferta era muito boa. E os preços equivaliam ao que se encontra em ''free shops''...
Até adquiri um, e não apenas pela qualidade. O design dos vidros contribui decisivamente em minhas compras nesta área. Posteriormente, ao editar este texto, já devo ter uma foto que ilustre bem o que estou falando...
E quanto aos livros, esta foi inegavelmente minha maior ''fraqueza'' do ponto de vista de consumo...
Alcnol.