Há pouco tempo- no post sobre o último clássico São Paulo x Corínthians- nos posicionamos totalmente em contrário à proposta de ''cotas'' para torcedores das equipes visitantes. O melhor, defendemos, seria punir duramente os ''torcedores'' que fossem aos estádios só para criar problemas. Eis que o jornal curitibano ''Gazeta do Povo'', em sua edição do último dia 19 de fevereiro, nos informa sobre uma criativa decisão adotada pela Justiça Paranaense: ''Torcedores do Atlético envolvidos em uma briga que causou danos ao terminal de ônibus de Pinhais, antes do Atletiba do dia primeiro de fevereiro, estão proibidos de frequentar os estádios até o final do Campeonato Paranaense( nosso grifo). A decisão, inédita no Paraná e baseada no Estatuto do Torcedor, foi tomada em audiência preliminar do Juizado Especial de Pinhais, já para valer para o clássico de domingo, com o Paraná, na Arena da Baixada. Os 25 torcedores detidos em flagrante na confusão terão de se apresentar ao Batalhão da PM de Pinhais meia hora antes dos jogos do Rubro-Negro e lá deverão permanecer por mais 15 minutos após o apito final''. Segundo a Promotora de Justiça Cláudia de Paula e Silva, ''foi um acordo que fizemos com todos os torcedores envolvidos na confusão e vale até o final do campeonato. Não é uma prisão, enfatiza a Promotora. Essas pessoas poderão ouvir rádio ou assitir ao jogo pela televisão do Batalhão da PM. Em outros casos, quem se envolvia em confusão pagava uma cesta básica ou prestava um serviço à comunidade, mas no jogo seguinte já estava envolvido em briga''. A decisão é amparada pelo artigo 39 do Estatuto do Torcedor, que prevê o afastamento dos estádios por períodos que vão de três meses a 1 ano para o torcedor que ''promover, praticar ou incitar violência''. A nosso ver, a aplicação do Torcedor é complementar, subsidiária. Agressões, lesões corporais, assassinatos devem ser punidos pela Lei Comum( Código Penal), que prevê penas bem mais rigorosas. Para casos menos graves, aplicar-se-ia o Estatuto do Torcedor- como no caso em questão. O que importa é a lição de combate à impunidade que a decisão da Justiça d0 Estado do Paraná oferece. Esperamos agora que os demais Estados sigam este belo exemplo, e afastem também os ''brigões'' das partidas de futebol. PS: O Paraná mostra também que a adoção de ''cotas'' para torcedores pouco contribui para a diminuição da violência. O Atlétic0-PR jogou como visitante no Estádio Couto Pereira, do rival Coritiba. Aos visitantes foi reservada a cota usual de 3.500 ingressos- cerca de 10% da capacidade do estádio. Mais de 500 policiais foram mobilizados para garantir a segurança do jogo .E mesmo assim, torcedores das duas agremiações promoveram baderna e arruaça em vários locais da cidade, horas antes e após a partida...Pinhais, para quem não conhece, é uma localidade vizinha a Curitiba...Alcnol.