Enquanto continuamos a elaborar cotidianamente os textos deste blog, não há muito tempo para voltar atrás. De rever textos antigos. Este prazer é seu, caro leitor. A nós são reservados todos os ''riscos'': de ter feito algo muito ruim, de contradizer algumas idéias que eu mesmo expus aqui, de dizer absurdos, de cometer inúmeros erros de Português, etc. Digo ''riscos'' entre aspas porque tenho feito justamente isto, à exaustão, por uma vida inteira. A única diferença é que agora estou fazendo estas coisas ''em público'', o que pode gerar eventualmente algum espanto por parte de alguém menos avisado...O ''risco'' é ainda maior porque o ritmo de leitura de um blog não é como o de um livro. O blog, claramente, vai sendo ''descoberto'' o tempo inteiro, e seus leitores tem suas preferências. Muitas vezes por um texto ''antigo'', do qual não tenho mais a menor idéia...Este é outro ''risco'' a assumir: quando não se faz algo especializado, de tema único, temos de constantemente ''inventar'' assuntos novos. Alguns de ''preferência do leitor'', outros não. A vantagem é que cada um escolhe o que for, para si, mais interessante. Este papel, individual, ninguém pode substituir...A desvantagem é a heterogeneidade, assumida, de um blog constante mas irregular, de ''altos e baixos''( e todas as chamadas obras ''de arte'' não são assim também, na verdade? compramos um CD de um grupo que amamos, só por causa de duas ou três músicas...assistimos inúmeros filmes, na metragem usual de uma hora e meia ou duas horas, para gostar de verdade só de cerca de meia hora...e quantos livros não tem um imenso ''blá-blá-blá'', para chegar ao tema principal apenas nos parágrafos finais?). A partir do momento em que postamos estas letrinhas todas, não dá mais para ter arrependimento. Não dá para apagar. Mesmo que, de uma hora para outra, eu decidisse acabar com tudo, eliminar totalmente o blog, a forma usual de leitura- salvando para o computador de cada um- me impediria de voltar para o ''ponto inicial'' e dizer que ''nada havia ocorrido''. Não tem volta. Mais do que uma ''exposição'' de suas obras de arte, geralmente quem se ''expõe'' é o próprio artista...Com todas as conseqüências- boas ou ruins- que isto geralmente acarreta...Escrever é repetir o tempo inteiro as palavras que o grande Júlio César proferiu quando cruzou o rio Rubicão- queimando os navios com a finalidade de eliminar qualquer possibilidade de recuo- para penetrar na Itália e avançar com suas tropas até Roma: ''a sorte está lançada''...