Como era de se esperar, o filme que concorreu ao Oscar e ganhou boa parte dos prêmios- ''Onde os fracos não tem vez''- não tem estória. Não tem parte psicológica significativa. Trata-se, na verdade, de um desfilar incessante, por mais de duas horas, de assassinatos cometidos por um psicopata, interpretado pelo ator espanhol Javier Bardem. É diversão, para os que gostam da coisa. Provoca medo e horror, como qualquer filme do gênero. Por mais que a mídia incense os irmãos Cohen, que fizeram esta obra, é de se imaginar que o seu sucesso aponte mais para as mazelas do mundo contemporâneo do que para o mérito dos produtores. Ao menos, ''Sangue Negro'' tem um lado histórico, mostra a corrida pelo ''ouro negro'' nos Estados Unidos, e a falta de escrúpulos dos capitalistas. ''Onde os fracos não tem vez'' não tem lado histórico. Não tem parte psicológica significativa. Não tem nada. Independentemente de serem bons ou não, todas as semanas temos sempre 3 ou 4 ''lançamentos'' cinematográficos, que são objeto de comentários da imprensa, e tem público cativo de milhões de pessoas que querem ir aos cinemas e beber qualquer coisa com um balde de pipoca para acompanhar. ''O espetáculo deve continuar''. De fato, são muitos os filmes- como estes- em que o maior mérito é achar algo que fazer em cerca de duas horas. Depois? Esquecê-los não é muito difícil. Diria mesmo que é recomendável, pois o cétebro tem outra necessidades, e coisas mais importantes com que ocupá-lo...