Embora este fato possa ser revoltante para muitos, o fato é que podemos comparar a nossa relação com as outras pessoas com a de veículos em um imenso engarrafamento. Ou seja, não possuímos o menor controle sobre as ações dos demais. Eles estão apenas dirigindo- bem ou mal, não importa- os seus próprios carros. Nós SÓ temos controle sobre o nosso próprio automóvel...Não ter conhecimento disto causa sofrimento, uma dor igual ou maior do que o número de veículos neste engarrafamento todo...Pense no trânsito de uma grande cidade qualquer: muitos estão apressados, atrasados. Acendem os faróis, buzinam( e como buzinam aqui em São Paulo, de dia e de noite!), param os carros sobre as faixas de pedestres como se isto fosse projetá-los, acelerá-los de algum modo. A qualquer sinal de que alguém está agindo de modo ''errado'', na cabeça deles, seja este ''errado'' desde andar em outro ritmo até dar uma fechada, e a ''vítima'' já sai dando patadas. Berra, mostra o dedo médio, manda para ''aquele lugar''. ''Afinal, você está falando do trânsito ou da vida humana?", vocês devem estar se perguntando. Estou tratando dos DOIS. E vejam como são parecidos: a vida é passageira( no trânsito todos pensamos que estamos no comando de nossos carros possantes último tipo, mas somos apenas passageiros- sem o menor controle do que está ao nosso redor...), os cenários estão sempre mudando, por menor que seja o ritmo da viagem ( tal como na vida, onde nada é igual- por mais que imaginemos ser aquela ''mesma pessoa'' de sempre), o ''inferno são os outros'', certo? se todos se comportassem ''bem''- como você, por exemplo- muito sofrimento seria poupado: mas tudo é ''complicado'' ( expressão típica paulistana, objeto de outro ''post'' anterior): há o seu marido/esposa que ronca, o seu filho roqueiro que insiste em ouvir a todo volume aquele mesmo disco ''heavy metal'' quando você só quer descansar, o cachorro do vizinho que late a qualquer hora do dia, o seu patrão- ou os seus empregados, se você é o patrão- sem contar os diversos ''outros'' que você encontra durante o dia( no trânsito é tudo igual, só que os ''outros'' estão dirigindo outros automóveis- mas todos parecem dispostos a ''atazanar'' a sua vida, em uma imensa ''conspiração'' universal...). Estas são as estórias que nós vivemos, ou que vemos nos filmes e livros. A vida humana inteira é gasta com estes assuntos e, quando nos damos conta, já chegamos ao ''fim'' ( de uma jornada apenas, para os que crêem- como eu- na reencarnação). A vida é um imenso trânsito, um engarrafamento perpétuo. E o que faremos com isto? Como desatar este gigantesco NÓ? Por mais lamentável que seja, a conclusão aqui é uma só: você é responsável- somente pode interferir, controlar- apenas pelo SEU veículo. Você não tem o menor controle sobre o resto, nem pode ter hoje ou nunca. A única saída é deixar, soltar o resto. Cuide bem do seu veículo, do que faz com ele. É dele que você irá prestar contas um dia. Olhe para dentro, e não para fora. E, afinal, se todos fizéssemos isto bem- apenas cuidar do nosso veículo, dirigindo-o da melhor maneira que pudéssemos- o mundo estaria bem melhor, não?