Uma vez que há muito tempo, desde antes de morar em São Paulo, fui devidamente ''fisgado'' por esta imperdível filial da Livraria Cultura do afastado shopping Villa Lobos, na Marginal Pinheiros, não seriam sinceros quaisquer comentários meus depreciativos em relação a estes centros comerciais...A Cultura, de lá e agora em muitos outros lugares como em Brasília no Casa Park, no Market Place da região do Morumbi e em Porto Alegre, para citar as que conheço em shoppings, me fez ver estes lugares com outros olhos. Jamais sairia daqui de casa, na região da Avenida Paulista, para me deslocar até um lugar tão distante quanto este shopping Villa Lobos, por si só...No entanto, há muito faço isto- movido pela Livraria Cultura daquele shopping e suas atrações. Alguém poderia replicar que há uma Cultura bem aí ''do seu lado'', para que ir tão longe? Exceto pelo singelo fato de que nenhuma loja é igual à outra, mesmo do mesmo grupo empresarial...Visitar livrarias da mesma rede, ou de outras redes que já mencionei aqui, sempre me reserva agradáveis surpresas e descobertas. Sem contar que é uma agradável forma de ''viajar dentro da cidade'' que mais apresenta programas diversos em todo o Brasil. Combato um virtual tédio ''viajando aqui dentro'' da minha cidade e do meu próprio país, uma ''viagem'' muito mais econômica e divertida...Alcnol. PS: Nada contra- pelo contrário- visitar outros lugares e países. É apenas uma natural adaptação à crise econômica...
domingo, 26 de outubro de 2008
Almoço de sábado na ''vila Italiana''...
Em minhas andanças gastronômicas, costumo classificar os restaurantes entre ''bons'' ( não vale retornar, pelo excesso de opções disponíveis na cidade), ''muito bons''( queremos até retornar, caso haja disponibilidade na agenda)e ''excelentes''( qualquer hora é hora de retornarmos gostosamente...). O belíssimo ''La Tambouille'', do chef Giancarlo Bolla, pertence indubitavelmente à última categoria...O termo ''Vila Italiana'' eu ''surrupiei'' da matéria de um ''crítico'' do ''Estadão'', que conseguiu a façanha de visitar o lugar e considerar- com outras palavras mais amenas, mas em essência foi isto- tudo muito ''clássico'' e ''antiquado''. Em outra visita ao restaurante, mostrei aquela dita ''crítica'' ao ''Maitre'' que costuma nos atender, e demos boas risadas daquele ''crítico'' que, talvez às pressas, caiu ali de ''para-quedas''- talvez em uma primeira visita ao lugar- e ''não entendeu nada''. ''Clássico'', ''chique'', ''caro'', o La Tambouille é tudo isto. Mas também é, e talvez por isto seja incomparável e mantenha-se à margem e em patamar superior ao dos demais lugares que conheço, um local que serve feijoada aos sábados( o cliente escolhe os ingredientes, que são servidos em pequenas travessas nas mesas), que tem a flexibilidade de adaptar os pratos ao gosto do cliente, que serve o melhor bacalhau em lascas de toda a cidade, e um inigualável- este só pode ser classificado como ''clássico'' mesmo- ''bife de tiras''( com arroz ''biro-biro'' e farofa em uma panelinha). Em resumo, esta casa é uma exceção àquela ''regra'' segundo a qual a comida em lugares ''caros'' não pode ser boa...Comer muito bem, em um ambiente destes, o que se pode querer mais? Alcnol.
O ''Céu do secador''...
Há muito acrescentou-se ao futebol algo mais do que aquela que é a sua principal característica- torcer para o ''nosso time''. Hoje em dia, aqui em São Paulo, foguetes explodem meia-noite ou em horários ainda mais insólitos, para comemorar não só a vitória de algum dos times locais como a derrota de algum dos adversários...Quando o São Paulo perdeu de 3 a 1 para o Fluminense no Maracanã, em plena Libertadores- missão quase impossível para o tricolor carioca- ouviu-se fogos por prolongados minutos. Que eu saiba, o Fluminense não tem tantos torcedores aqui assim...O que eu quero dizer afinal é que, em rodada do Brasileirão mais disputado desde o início da atual fórmula de pontos corridos, não basta apenas ''fazermos a nossa parte'' ( vencer, claro!). Botamos a nossa ''secadora'' para tentar atrapalhar virtuais ''inimigos''. Este fim-de-semana, como o São Paulo jogou e venceu na última quinta-feira, restava-nos ''torcer de camarote'' contra os arqui-inimigos Cruzeiro e Palmeiras. E não é que deu TUDO CERTO??? Nestes momentos o ''secador'' profissional leva sua arte às alturas, imaginando que tudo é possível...Ontem fomos ''paranaenses''( Atlético-PR, mesmo que a equipe de minha preferência local seja o Coritiba...)e ''cariocas''( Fluminense- este é mais fácil de torcer porque também é tricolor...). E o resultado desta improvável junção de resultados- que atribuímos em nossa empolgação a estranhos ''poderes sobrenaturais- é que o São Paulo já está em segundo lugar, a meros 3 pontos do líder Grêmio...Vejamos como será a próxima rodada: enquanto o São Paulo irá ao Rio para enfrentar o sempre difícil Botafogo, o Flamengo irá a Salvador enfrentar o Vitória e Cruzeiro e Grêmio se enfrentarão no Mineirão. Fácil, no papel, apenas para o Palmeiras, que jogará- em casa- contra o Goiás...É pegar a bandeira, calculadora na mão, e ver se a ''secadora'' continuará funcionando a contento: esta quarta eu ''sou baiano( Vitória), goiano( Goiás)e oscilo entre torcer para o Cruzeiro ou pelo empate com o Grêmio( qualquer destes dois resultados será conveniente para nós). Haja emoção, e haja ''secação'' nestas rodadas finais do Campeonato Brasileiro...
''Point gastronômico'' é mostrado em reportagens de dois jornais concorrentes...
É de se esperar que os ''pauteiros'' da Folha de do ''Estadão'' não sentem juntos para escolher quais serão suas próximas reportagens. No entanto, esta semana nos reservou uma grata coincidência: os jornais concorrentes abordaram- na quinta e na sexta-feira- um mesmo tema: a ''explosão gastronômica'' de Higienópolis...Já mostramos aqui, neste blog, a tranqüila Rua Tupi, e o belo Ici Bistrô da Rua Pará. Os dois estão situados nos dois extremos daquela região. A matéria da Folha de São Paulo da última quinta-feira, 23/10, concentra-se nos arredores do cemitério da Consolação, área do Ici Bistrô. Segundo a reportagem de Rachel Botelho, ''o Lado B de Higienópolis reúne, por enquanto, cinco restaurantes( três dos quais estrelados), doceria, bar, uma loja de chocolates e uma temakeria. Duas outras casas já foram alugadas com o mesmo propósito''. Segundo a chef Andréa Kauffman, do AK Delicatessen, ''Higienópolis tem um público eclético, ' de senhores idosos e senhoras chiquérrimas a um pessoal ''cool'' ligado a arte e moda. Além do que está no meio do caminho entre o Centro e os Jardins. A Carla( Pernambuco)- nosso OBS: chef do imperdível restaurante ''Carlota'' da rua Sergipe- antecipou isso muitos anos atrás''. Enquanto a Folha deu uma página inteira para o ''Lado B'' de Higienópolis, o Guia do Estadão de sexta-feira, 24/10, fez ainda mais: chamada de capa para uma extensa reportagem sobre ''Gastronópolis: Por que a regiãode Higienópolis, parte de Santa Cecília, Consolação e Pacaembu agora tem outro nome''. O ''Estadão'' até mesmo batizou a região ao redor do Cemitério da Consolação de ''Consoleta'', uma simpática referência ao imperdível e inesquecível bairro de Buenos Aires- com todos os seus cafés ''estilo europeu'', lojas chiques, parques e vida cultural muito intensa...A matéria do ''Estadão'' esmiuça com detalhes os diversos pólos daquela região paulistana- Rua Tupi, Praça Vilaboim, ''Consoleta'', e anuncia para novembro a inauguração de uma filial da rede ''Melhor Bolo de Chocolate do Mundo''- já mostrada anteriormente neste blog...Bairro de muitas construções ''chiques'' e inúmeras árvores, o que transforma uma simples caminhada pela região em um indescritível prazer, já se foi o tempo em que rodávamos por Higienópolis sem encontrar um restaurante que ''estivesse à sua altura''( isto foi antes de conhecermos o Carlota e o Ici Bistrô, claro...). O mais incrível é que, quase que simultaneamente, os dois ''jornalões'' da capital paulista tenham tido a mesma idéia: retratar o promissor ''boom gastronômico'' do bairro. Que é bom para todos: só temos a ganhar com a ideal junção entre um lugar bonito e culinária excelente...Alcnol. PS: Tendo em vista a natural dificuldade em achar imagens em arquivo do Carlota, da Rua Tupi e do Ici Bistrô- dispersas no nosso computador- contentem-se com estas do belo Shopping Higienópolis, situado nas proximidades de todas estas regiões gastronòmicas citadas na matéria do ''Estadão''...
Flagrantes urbanos- moto decorada com caveiras...
No interior de um táxi, na região da Avenida Faria Lima, de repente olho para o lado e avisto uma estranha motocicleta conduzida por uma pessoa- não sei se homem ou mulher. E a moto, como vocês podem ver, era estranhamente decorada por várias caveirinhas- algo que chamaria a atenção em qualquer lugar, não só aqui em São Paulo...A cena, na verdade, foi hilária...Vejam só...
Maior ''bomba'' da Mostra...
Na última sexta-feira, assisti ''Trato é trato''( comédia mórbida britânica)no Cine Bombril 1- do Conjunto Nacional- pensando tratar-se de um ''aperitivo'' antes da grande atração da noite: ''Sinédoque- Nova Iorque'', a ser exibida no Bourbon Pompéia. E montei uma verdadeira ''operação de guerra'' para garantir o meu lugar. No entanto esta obra dirigida por Charlie Kaufman- o roteirista do memorável ''Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças''- e protagonizada por Philip Seymour Hoffman lembra mais aquelas peças de teatro repletas de atores de TV: piadinhas raseiras e prontas, para o riso ''fácil'' da platéia...Após alguns intermináveis minutos disto, até mesmo a fórmula começa a desgastar-se. Os risos começam a diminuir, a estória parece ''cerebral'' demais e inverossímil- quebrando os nossos laços com a magia da sétima arte...No entanto, e creio que esta foi a reação de muitas pessoas na platéia, a gente fica ali, esperando que algo ''genial'' brote de repente da cabeça do diretor/roteirista. Foram intermináveis minutos, em um cinema lotado e com o ar refrigerado desligado, até perceber que a estória- sinteticamente descrita no Guia da Folha de São Paulo do seguinte modo: ''Diretor teatral escreve uma peça baseada em sua vida de fracassos, na esperança de reviver momentos, recuperar emoções e, quem sabe, mudar alguns detalhes''- era só aquilo mesmo. Gostamos do cinema pelo seu lado ''fake'' de realidade reconstruída, idealizada. No entanto, o ''pacto'' que celebramos com cada Diretor que vem a público mostrar o seu trabalho é no sentido de que o ''fake'' deve ser, ao menos, disfarçado para se tornar mais palatável...''Sinédoque- Nova Iorque'' é, infelizmente, um desperdício de ótimos atores- com a ressalva de que Philip Seymour lembrou mais seu personagem caricato e chato de ''Capote'', com verdadeiros ''tiques'' repetitivos ao interpretar- um verdadeiro exemplo do pior que o chamado ''cinema alternativo'' norte-americano pode oferecer. Admito, claro- uma vez que o cinema não é uma ''ciência objetiva''- opiniões em contrário. Só me arrependo de uma coisa: de não ter seguido o meu primeiro ''impulso'' de deixar a sala nos 30 minutos iniciais...
''El cielo, la tierra y la lluvia''...
O que esperar de um filme com este título? Ao menos o diretor chileno cumpre o que promete: praticamente não há estória, e a película passa cerca de duas horas mostrando cenas de tempestades, de cidades à beira-mar e caminhadas por lugares ermos. A platéia, aos poucos, começa a debandar. Contei cerca de 10 pessoas ao todo que o fizeram. Eu mesmo só fiquei porque esta grata película mostra, no concreto, o que abordei no pequeno texto sobre lugares frios...A localização é no Sul do Chile, em lugares muito frios e ermos. Chuvas o tempo inteiro, grossos casacos, som de gaivotas, muito verde, este filme é uma verdadeira ''viagem'' sensorial por lugares muito interessantes. Quem ficou até o fim das duas horas de projeção só ganhou...Às vezes o papel de um cineasta é apenas este mesmo: o de mostrar, como um documentarista, coisas simples e belas que merecem ser vistas...Alcnol. PS: Local da projeção- Cinemateca.
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