No meio de tantas mensagens, uma pouco usual. Segundo um amigo, situado a cerca de 1000 KM de distância, a quem costumo enviar envelopes cheios de recortes sobre a vida cultural paulistana, eu enviei semana passada um objeto meio estranho. Uma tesoura. E não é uma tesoura qualquer. É uma TESOURA DE ESTIMAÇÃO, com a qual, por anos, eu tenho recortado as mais diversas reportagens que reputo interessantes. As quais, posteriormente, costumo enviar pelo correio para alguns conhecidos. Agora sei porque o atendente do correio, que costuma apalpar a nossa correspondência para ver se não há nada estranho, perguntou se havia algo mais que papel naquele envelope. Eu, na minha inocência, em uma inocência que- agora sabemos- pode causar os maiores transtornos para nós e para os outros, respondi que não. ''Só tem papel''. Depois de passar pela apalpadela do atendente do correio, e por inúmeros controles e aparelhos de raio x- que, suponho, devem detectar de tudo, até mesmo o envio de armas ou drogas- sou surpreendido com a notícia do envio incólume de MINHA tesoura...A primeira reação foi de incredulidade. Corri para o lugar onde a mesma costuma ficar, e só vejo a ''outra'', a ''substituta'' meio de plástico e meio de metal, comprada por menos de 10 reais em um mercado qualquer, que não chega aos pés da original...Depois, ao pensar na idéia de ter enviado uma tesoura pelos correios, comecei a rir. Será que estou ficando gagá? Teria sido um ''acesso temporário de insanidade'', para usar os termos forenses? Mais uma risada, menos nervosa...Parece que terei de me acostumar à idéia de ficar sem a minha tesoura. Até agora estou rindo, ante o inusitado do fato, mas a realidade é que, neste momento, eu estou aqui, e a tesoura está lá- a 1000 KM de distância...''Choro'' e rio ao mesmo tempo. A vida nos apronta cada uma...PS: Isto eu não podia deixar de comentar aqui, pois se trata de um ''fato'' de minha vida real...