Por muitos anos Curitiba carregou o título de ''Capital Ecológica''. O elevado número de parques, bosques, jardinetes e praças contribuiu para firmar esta imagem.
Não nos iludamos, porém. Hoje a cidade está em franco processo de crescimento, e é possível achar, aqui e ali, vários comportamentos pouco ''ecológicos'': corte de árvores para viabilizar a construção de edifícios, acelerado processo de verticalização, problemas no encaminhamento do lixo da cidade, etc.
De vez em quando, porém, deparamos com cenas inusitadas- como a desta rua no bairro de ''Vista Alegre''( um nome, convenhamos, bastante apropriado...).
Salvo engano, um belo exemplo de convivência entre o ser humano e a natureza. Reparem na foto que está na parte de cima deste post: a casa está meio que ''escondida'' entre as árvores. E esta não foi a única construção deste tipo que vimos naquela área...
Nada mais distante daquelas ''clareiras'' que tornam-se cada vez mais comuns Brasil afora, em que as árvores são abatidas para criação de gado, plantação de soja, construção de piscinas ou estacionamentos( estes últimos em áreas urbanas, claro...).
Homem e natureza podem conviver lado a lado, como deparamos nestas e nas próximas fotos que serão publicadas neste blog.
Se é tão comum hoje deparar e comentar sobre o que não está certo, quando deparamos com uma cena como esta é preciso admitir: isto é o que gostaríamos que ocorresse em grande escala.
Se Curitiba não se distingue muito do resto no crescimento ilimitado, em diversos bairros é possível encontrar cenas que demonstram que há uma forte diferença no elemento humano: vários de seus moradores vieram para residir definitivamente, e não para destruir e saquear- como ''conquistadores''.
Falar em ''cidade ecológica'' é ingenuidade, como em todas as generalizações.
Certamente é possível, porém, falar que há muitas pessoas que amam a cidade, e demonstram isto em suas ações. E esta ''turma do bem'' talvez seja maior, mais numerosa aqui do que em muitos outros lugares do país...
Uma vez li que apenas 1% das florestas europeias encontram-se em estado original. O resto seria resultado de reflorestamentos, e de outras intervenções humanas.
Resumindo, são florestas- como diria uma amiga que visitou aquela região- ''certinhas'', ''domesticadas''.
Bonitas, necessárias, mas longe do estado ''selvagem'' das nossas matas...
Isto se aplica também em cenários urbanos.
A cidade dos inúmeros parques, bosques, jardinetes abriga também regiões pouco ''domesticadas''/urbanizadas.
Em que moradores vivem, literalmente, em meio a matas- em um belo exemplo de convivência entre o homem e a natureza( sem que tenhamos a irresistível ''tentação'' de nos sobrepor a esta última como os seus ''mandantes''/''conquistadores''.
Estamos em uma capital que abriga uma ''Universidade do Meio Ambiente''( uma das atrações da Linha Turismo).
Esta é, em resumo, a maior razão de darmos tanta atenção a estas ruas semi-desertas dos bairros Mercês e Vista Alegre em plena tarde de domingo.
Isto vale muito, porque não deparamos com cenas como estas a todo instante...
Alcnol.
PS: E o passeio continua nos próximos posts...Darei o nome desta rua, e das ruas vizinhas( também arborizadas acima da média...).