A maior livraria paulistana- e do país- tem um pequeno café em seu interior. E, mesmo quando está meio vazia, é quase impossível encontrar um lugar neste café. Pessoas circulam com bandejas- o sistema é de auto-atendimento- por minutos, antes de achar uma mesa para sentar. E, às vezes, a mesma está ocupada...por uma bolsa...Desde a inauguração da livraria, o café fica lotado desde as primeiras horas da manhã. Ele foi construído com belos vidros que nos dão a vista do exterior, dos carros que passam incessantemente pela rua lá fora. O Brasil, por sinal, tem destas coisas: as pessoas vão ao café para conversar, e para serem vistas, paquerar, etc. O café faz mais sucesso que a livraria, por momentos. Acho que diversas pessoas que vão àquele café ''passam batido'' pela loja que o abriga. Ao menos, para ser otimista, não é possível a estas pessoas ignorar o universo de livros da loja que abriga o pequeno café. Algumas chegam mesmo a levar livros para dar uma pequena olhadinha no café, o que também já é alguma coisa. Cafés combinam com livrarias, nada contra. Esta tem apenas um café, enquanto as outras mais parecem lojas como Casas Bahia e Ponto Frio- com todas aquelas geringonças eletrônicas.Seria mesmo otimismo em demasiado imaginar uma livraria- no Brasil- que abrigasse apenas livros, sem utilizar estes pequenos recursos para atrair movimento e clientes em potencial. Seria possível???
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Duas cenas...
Uma envolve celulares. Entro em um banheiro de shopping. No box ao lado do meu, o som de uma conversa por celular. O engraçado é que, enquanto falava ao telefone, o sujeito arrancava freneticamente pedaços de papel higiênico, o que comprova uma coisa: ao que indica, é possível limpar o traseiro enquanto se usa o celular...Não me pergunte como! Engraçado pensar na reação da pessoa do outro lado da linha: será que ela estava escutando o barulho frenético do papel sendo arrancado? Será que ela podia escutar o barulho de descargas sendo acionadas? O que isto comprova é a onipresença dos celulares inclusive nos momentos mais íntimos e, na linguagem paulistana, ''complicados''...Na outra cena, ocorrida em um banheiro de um restaurante, um sujeito de 50 e poucos anos, entra no banheiro onde eu estava. Eu fui urinar, e esperava lavar as mãos logo após. O detalhe é que ele entrou no banheiro e foi logo lavar as mãos, antes de qualquer coisa. E, APÓS lavar as mãos, entrou no box para urinar...O que me dá uma dúvida: será que ele lavou as mãos NOVAMENTE após fazer as suas necessidades? A resposta eu não sei, pois eu lavei as mãos e fui almoçar. Mas ficou aquela curiosidade sobre alguém que lava as mãos ao ENTRAR no banheiro, e antes de fazer aquilo que todo mundo faz nestes lugares...
Aderindo, tardiamente, às modernidades- o CELULAR!
A esta altura do campeonato, falar sobre a aquisição de um telefone celular não é novidade para ninguém. Sequer mereceria umas linhas. Porém, no que concerne a este que vos fala, trata-se do PRIMEIRO celular. Isto mesmo: resisti a anos de cobranças, de propagandas, de promoções de aparelhos inclusive de graça. Não ter celular, a esta altura, fazia de mim um cidadão ''pré-histórico''. Era constrangedor comprar em uma loja e, na hora de dar o número de telefone fixo, ser bombardeado com a inevitável pergunta: ''mais algum?''( o/a vendedor/a ficava esperando ouvir algum número de celular, enquanto eu respondia simplesmente que era só aquele). Não ter celular me poupou por anos de ter minhas sessões de cinema, almoços, sonecas e outras coisas mais interrompidas pelo som infernal destas geringonças. Um proprietário de celular mais parece um autômato: a prioridade- aqui- é sempre do outro. O celular, no fundo, é a coleira de muita gente: de filhos, para a felicidade dos pais, dos empregados agora com jornadas ampliadas- para a felicidade de seus chefes e patrões, de namorados/as, maridos/esposas- para a alegria de seus parceiros. É de admirar que um aparelhinho tão infernal, e ruidoso, tenha conquistado a adesão entusiástica de tanta gente em tão pouco tempo. Fala-se agora em permitir celulares a bordo de aviões(?!!!)- será o fim do nosso sossego...Mas tantas propagandas disfarçadas acabaram plantando em minha mente a semente da dúvida: por que não incluir nestas ''breves'' postagens algumas imagens daquilo que estou falando? Isto, e a ilusão de que EU conseguirei prosseguir com minha vida própria sem ser interrompido por conversas irrelevantes de pessoas que poderiam muito bem mandar uma mensagem por email, me levou a adquirir uma destas geringonças infernais- vendidas a um terço do preço ''oficial'' graças à adesão a um plano qualquer que pagaremos fielmente e do qual provavelmente utilizaremos um terço, ou menos...''VOCÊS'' venceram...Mas, junto com o celular, resta a esperança de que se disseminem aqueles pequenos aparelhos capazes de bloquear todos os celulares em um raio de ''tantos metros''. Quem sabe, assim, poderemos um dia todos comer em paz, assistir um filme, ler um livro sem sermos travados pelos infernais toques dos celulares. PS: Desculpem-me, mas tenho de interromper este post para atender uma ligação...!
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