terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

''Amor sem Escalas'': O novo filme ''do'' Clooney...

Quais os motivos para assistir um filme com o ator George Clooney? Em primeiro lugar, porque fomos ''intimados'' por nossas caras metades, ou queremos evitar seus ''assanhamentos'' em um grupo de amigas...Depois, se queremos ver algo do gênero ''água-com-açúcar''- mais uma ''comédia romântica'' de final previsível...O Clooney é o José Mayer dos ''gringos''...
Em crônica recente, Luís Fernando Veríssimo falou da admiração que as mulheres sentem pelo ator em questão. Para finalizar listando algumas de suas ''qualidades''( ''é gay'', ''tem mau-hálito'', etc., pedindo para que os leitores espalhem tudo isto...).
Pois bem, não fui assistir o mais recente filme com o célebre ator norte-americano por nada disto. Certos profissionais de Hollywood dispensam papéis ''caça-níqueis'' e mais: parecem até mesmo ter lido previamente os roteiros das estórias em  que se metem...
''Amor sem escalas'', o mais recente filme com o ator em questão, parece ser tudo isto que abominamos e já mencionamos anteriormente: mais um filme com o Clooney, romântico, em que ele faz par com alguma ''belezinha'' mais jovem do cinema, e com final previsível.
Após assistir esta película, podemos afirmar categoricamente que o cinema norte-americano parece ter ganho um ''sopro de novos ares'' no período pós- Crise Econômica. Isto porque, nesta estória, Clooney faz o papel de um ''demissor'' terceirizado que faz aquilo que os patrões mais temem: demitir seus empregados...Ele viaja de cidade em cidade, sempre de avião e acumulando milhas aéreas, para cumprir este indesejável papel. A estória ganha fôlego quando o chefe determina que ele seja acompanhado por uma dinâmica e jovem funcionária do escritório que, ''prática'' em termos de Internet, pretende substituir as demissões em pessoa por um programa de teleconferência...
''Amor sem escalas'' derruba todos os estereótipos: Clooney- que interpreta um sujeito solitário- não faz par romântico com a jovem; o final é surpreendente para um filme do gênero ''romântico''; sua bela parceira parece ter todos os anos que tem( uma raridade nestes tempos em que todos querem parecer mais ''jovens''...); o filme, surpresa maior, não é escapista e sim um libelo contra as mais desagradáveis práticas do sistema capitalista( terceirização, mecanização, etc.). 
Em suma, um filme- para quem quiser, é claro- capaz de fazer pensar. Simboliza uma nova fase do cinema hollywoodiano. Basta de películas fantasiosas. Mesmo ''Avatar'', para nossa surpresa, faz uma incrível denúncia da parceria entre corporações e militares que, entre outras coisas, tem mantido a guerra no Afeganistão até os dias de hoje...
Claro que, se você só quiser ver o Clooney em ''Amor sem Escalas'', dá para passar umas divertidas duas horas no cinema- esquecendo tudo isto que eu disse acima...Em contrapartida, não reclame depois quando seu namorado assistir um filme ''só'' pela presença de Jennifer Garner, Júlia Roberts ou Angelina Jolie: em tempos de Obama, a inteligência parece ter retornado aos estúdios de Hollywood...
Alcnol.

Nenhum comentário: