Em um mundo tomado pelo ''fake'', acabamos deparando aqui e ali com ''genéricos'' dos mais diversos produtos. Inclusive restaurantes...Para não se descaracterizarem por completo, nossos melhores chefs estão sempre ''antenados'' com o que de melhor se faz nas raízes. E uma das mais fortes raízes da culinária brasileira é a cozinha nordestina. É nesta que o jovem chef Rodrigo Oliveira, do ''Mocotó'', baseou os seus estudos na área gastronômica. Viajou país afora, frequentando feiras livres, mercados e restaurantes- sobretudo no Nordeste. Rodrigo poderia fazer culinária ''típica'' em qualquer lugar ou país, como muitos fazem, mas preferiu manter o estabelecimento criado por seu pai no distante ano de 1973- no bairro periférico de Vila Medeiros( São Paulo, capital). Misto de cachaçaria, outra de suas paixões, boteco e restaurante, atrai há um bom tempo pessoas vindas de todos os cantos do país e do mundo...Alex Atala- o conhecido chef dos restaurantes ''Dom'' e ''Dalva e Dito''- levou seus colegas espanhóis para visitar um lugar específico na cidade de São Paulo: o ''Mocotó''...Nas paredes quadros que lembram o Nordeste, e críticas de vários órgãos importantes de imprensa do Brasil e do mundo: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Veja São Paulo, Época São Paulo( com destaque para Rodrigo na capa), El Pais( Espanha), Nikkey Shinbum( Japão), Finantial Times, revistas ''Mesa'', ''Menu'', ''Gastronomia'', entre outros, já cobriram a casa...E o que é que o ''Mocotó'' tem de tão especial? Após a longa procura de quase a tarde inteira pelo endereço certo do restaurante, fizemos uma espécie de ''almoço-jantar''- lá pelas 17 horas...Entrada: mandioca frita com gerimum( ou seria jerimun?), uma espécie de abóbora. Porção generosa, quase um prato por si só. Destaque para o prato principal, com carne de sol assada com alho também assado, pimenta biquinho e chips de mandioca. Tudo muito simples mas com alta qualidade, aquilo que muito chef vem tentando fazer por aí nem sempre com sucesso...O ''arremate.com'' deu-se com duas( eu estava faminto a esta hora do dia...)sobremesas: o tão falado sorvete de rapadura( com pedaços, parecia que estávamos realmente degustando uma rapadura de verdade...)e pudim de tapioca. Os donos do estabelecimento fazem questão- apesar de toda a organização incomum para um estabelecimento naquele lugar, aceitando todos os cartões de crédito- de manter os preços acessíveis para os moradores da vizinhança. O prato principal, por exemplo, custa R$18,00- bem abaixo dos padrões médios da dita ''alta gastronomia''...O café custa R$1,90, as sobremesas na faixa de R$5,00 a R$7,00, a entrada seis reais e pouco...Como não tenho o hábito de beber, salvo em ocasiões especiais, fiquei ''com água na boca'' olhando para todas aquelas cachaças nas paredes do ''Mocotó''. Infelizmente, ao contrário do que gosto de fazer, quando saí o sol já estava se pondo( vide fotos)- o que me impediu de fazer um passeio mais prolongado pela região da Vila Medeiros. Fica para uma próxima visita à casa que, de tão especial, é programa obrigatório para virtuais visitantes da capital paulista- seja de que procedência, nacional ou internacional, forem...Alcnol. Fotos( de cima para baixo): 1- final da tarde na elevada região de Vila Medeiros; 2- entrada do restaurante ''Mocotó''; 3- o sensacional sorvete de rapadura, um dos pontos fortes da casa...4- acompanhado de calda de catuaba( dizem que é afrodisíaca...); 5- pudim de tapioca; 6- interessante quadro que mostra a mudança de uma família nordestina...7 e 8- outros quadros; 9- as cachaças cobrindo várias paredes do ''Mocotó''; 10- meu prato: carne de sol assada com pimenta biquinho( as vermelhas: a casa também vende este tipo de pimenta, bem como vários doces, em potes...) e 11- outro interessante quadro, na entrada do banheiro masculino, que mostra a ''chegada de uma prostituta ao paraíso''...
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