Segundo a última revista ''Exame''( de 22/10/2008), ''a China faz(???- nosso grifo)a maior reforma trabalhista em 30 anos, colocando seu modelo de produção de baixo custo em xeque. Conforme a matéria, ''a chamada Lei de Contrato de Trabalho foi a resposta da China às crescentes pressões de países e ONGs, motivadas às vezes por uma preocupação genuína com os direitos humanos e outras vezes pela concorrência brutal dos produtos chineses. Durante os 30 anos que marcaram a revolução econômica do país, a incrível ''flexibilidade'' trabalhista serviu de combustível para o crescimento acelerado. A maior partedos contratos entre empresas e trabalhadores era VERBAL e normalmente não ultrapassava os dois anos de validade. O pagamento dos salários em dia- ou mesmo dos salários combinados- era um LUXO. As jornadas de trabalho não eram reguladas, o que fazia da hora extra uma instituição inexistente. Não havia também salvaguardas legais para empregados que adoecessem, se acidentassem no trabalho ou para mulheres grávidas, e as multinacionais com operação na China normalmente impediam que funcionários da linha de montagem deixassem a empresa e se empregassem em concorrentes( nosso grifo). O Comitê Central decidiu acelerar as mudanças na lei trabalhista chinesa no ano passado, quando denúncias de trabalho escravo em mais de 8000 olarias e pequenas minas de carvão nas províncias de Shaanxi e Henan ganharam o noticiário internacional''. Resumindo: o que atraía empresas ocidentais para a nação asiática era um regime trabalhista comparável ao da Inglaterra do início do século XIX, denunciado por Marx e Engels...Sem salário mínimo, empregando crianças e mulheres grávidas, sem equipamentos de segurança...A China faz, 200 anos após o Ocidente, a sua ''Revolução Industrial''. Falta fazer uma Revolução Política, com o fim do regime de partido único, e uma ampla reforma trabalhista- que seria o caso. Porém, diante das tímidas reformas em discussão, várias empresas ocidentais- é o que relata a matéria de ''Exame'', mencionando a japonesa Olympus e a Yue Yuen Industrial, maior produtora de tênis Nike- já ensaiam sua transferência para países vizinhos como o Vietnã...''Até que ponto essa mudança não é apenas uma vitrine de uma nova China para o Ocidente?'', pergunta a ''Exame. A resposta vem logo a seguir, nas palavras de um grande fabricante internacional de calçados instalado em Donnguan: ''Os chineses fizeram essa lei, mas não esperam que ela seja para todos. Com um bom relacionamento com as autoridades e um pouco de sorte, dá pagar o que é pedido a UM TERÇO dos funcionários...''.
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