Muitas pessoas, em especial quando se trata de política, gostam de ''slogans'' ou imagens simples que facilitem a apreensão da mensagem de um determinado candidato. A política torna-se, assim, uma mera extensão de um cotidiano em que estes mesmos indivíduos manifestam corriqueiramente uma aversão ao novo, às experiências...Não vamos discutir aqui os programas de governo dos dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Falamos, isto sim, de impressões- algumas consolidadas após o debate pela televisão ontem à noite. John McCain, diga-se de passagem, é um grande comunicador. Fala mansa, vai soltando pequenas ''farpas'' contra o adversário...Seu linguajar é mais simples, na busca de familiaridade com o ''eleitor comum''. Trabalha, com certa eficiência, com o medo que muitas pessoas tem do ''desconhecido'' senador Obama...Já este, tem ''contra si'' diversas peculiaridades: é mestiço( Sarah Palin chegou a insinuar publicamente que ele ''não é como nós''...), e sua inteligência faz com que ele- na busca da melhor frase- chegue a hesitar ou mesmo gaguejar em um debate pela TV...Além disto, é ''novo''...Enquanto McCain, e por isto ele ainda se sustenta nas pesquisas, é o ''velho'', ''o conhecido'', o ''familiar'', Obama é a ''nuance'', a ''zona cinzenta'', o ''inqualificável'', o ''novo'' e, para muitos dos que optam pelos republicanos, o ''perturbador''. É exatamente isto que o senador Obama está fazendo em sua inédita campanha pela Presidência dos Estados Unidos: ele está ''sacudindo''/ ''perturbando'' um jogo tradicional de ''cartas marcadas'' em que pessoas ''como ele'' eram apenas espectadores...Nos momentos de crise, pode ser confortador para inúmeras pessoas optar por alternativas conhecidas. Salvo quando estas alternativas sejam a mera repetição das escolhas que fizemos no passado, e que nos levaram à crise atual. O senador McCain seria uma ótima escolha em ''tempos normais''. Tem um excelente ''handicap'' para governar bem os Estados Unidos. Seu heróico passado o habilita. No entanto, quando entramos em uma época de incertezas e instabilidade, o melhor comandante é aquele que não tem medo de experimentar nem de lidar com o novo. Obama, tanto por suas idéias quanto por aquilo que ele representa- uma América ''miscigenada'' do século XXI e mais aberta para o mundo- é o comandante mais apropriado para os desafios que virão...Alcnol. PS: Enquanto assistíamos o debate, pela CNN, olhávamos constantemente para os gráficos na tela que mostravam a audiência no estado de Ohio( um dos estados decisivos para as eleições). As cores mostravam a audiência do candidato que estava falando entre homens e mulheres. Quando o senador McCain falava, a audiência tendia a ficar no meio do gráfico, com poucos ''picos''. McCain, além disto, atraía muito mais eleitores homens que mulheres. O senador Obama, ao contrário- detentor de extraordinário carisma- levava constantemente o gráfico para o topo, e era muito mais visto/escutado pelas mulheres...Sem alusões sexistas aqui, isto mostra algo que já é conhecido por todos nós: as mulheres são muito mais ''abertas'' ao novo do que os homens- mais conservadores e tradicionalistas...Homens caminham em linha reta pelas ruas, enquanto as mulheres ''driblam'' e contornam...
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