No dia de meu aniversário, estava passeando pelo Conjunto Nacional de Brasília com uma tia. Propus que entrássemos em uma loja Riachuelo. Subitamente, quando entramos na loja, e ao ver que eu me interessara por uma camisa, ela propôs comprar a mesma como presente de aniversário. E aí, um passeio desinteressado passou a ter uma ''finalidade''. A proposta me assustou, e eu não escolhi a camisa que chamou a minha atenção. Propus que olhássemos mais lojas, á procura do presente ''ideal''. Claro que, a partir do momento da proposta, a idéia perdera a sua graça. E eu acabei não escolhendo nada, para a sua decepção. Do mesmo modo, a menor alusão a uma possível publicação dos textos deste blog em um livro me apavora. É gostoso pensar no blog quando tenho alguma idéia. E´gostoso acessar o blog, e escrever dois ou três textos, tendo em mente pessoas conhecidas que possam se interessar por alguma coisa. Mas é de APAVORAR a idéia de começar a medir e calcular o que digo, em razão de uma virtual ''platéia''. O que seria espontâneo vira calculado, e perde a graça, o tom, a leveza. É terrível a função daqueles que vivem de escrever, e dependem do gosto instável da patuléia. É horrível a intenção impossível de que tudo aquilo que escrevamos faça sentido, e agrade sequer a uma pessoa. Pensar que possa haver alguém além de 2 ou 3 amigos lendo isto aqui, é espantoso. Será que sequer este texto faz sentido? O que dirá um monte deles? E porque faria sentido a alguém que não conheço: que misterioso ser faria a conexão entre realidades tão díspares? Tudo que é obrigatório é chato, até o sexo. Ações calculadas tiram o charme dos flertes e, infelizmente, no amor de hoje tudo é precisamente calculado. Enquanto isto, o prazer de digitar algumas letras na tecla de um computador dificilmente se comparará ao prazer que tenho ao ler algum texto escrito por outrem. Sequer imaginei que chegaria até aqui, ou que passaria de 10 pequenas mensagens escritas em um blog. O excesso atribua-se à minha evidente prolixidade e megalomania...
Nenhum comentário:
Postar um comentário