terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Triste, mas verdadeiro...

Quem assistiu ''Histórias Cruzadas''( ''Help'')há de se perguntar como fatos semelhantes puderam ocorrer na segunda metade do século XX, na nação mais poderosa do mundo.
Sim, porque- por mais que tenhamos lido ou ''ouvido falar'' a respeito do Apartheid na África do Sul e da ação da Ku Klux Klan no sul norte-americano- é de revoltar a visão de fatos semelhantes em plenos Estados Unidos da América, a louvada nação da democracia, da liberdade e do respeito aos Direitos Humanos...
Parece até ficção científica...
O pior é que tudo aquilo- a segregação, o racismo, a escravidão e exploração daquelas domésticas- era ''justificado'' e apoiado não apenas pela ''opinião pública dominante''( leia-se, branca), mas também pelas Leis( a Constituição do Estado do Mississipi)e até pela religião( ''cristã'' ???!).
Mas não pensemos que ''aquilo já passou'', que nós ''evoluímos'', que tudo ''ficou no passado''.
Aquela estrutura era forte demais para ter sido ''eliminada'' em ''apenas'' 50 anos, assim como- pelo que vimos na tela- a própria escravidão não fora eliminada após a Guerra Civil Americana( 1861-1865)...
A ''invisibilidade'' daquelas domésticas- a verdade que, enfim, foi retratada em um livro- era não apenas racial como social. Você imagina que, hoje, elas sejam donas de mansões como as de seus patrões retratados no filme?
O fato é que, quando decidi assistir esta película, já esperava ver fatos fortes. Uma estória, ao melhor estilo do cinema norte-americano, ''maniqueísta''( ''bons'' versus ''maus''). Um filme ''arranca-lágrimas''.
Mesmo assim, não há como deixar de se comover com esta TRISTE estória. Não há como deixar de derramar lágrimas( mesmo sendo homens, racionais, céticos...). E não há como deixar de aplaudir este que é um dos melhores filmes dos últimos tempos. E que deveria ser assistido por todos não como um mero ''retrato de uma época distante'', e sim como um retrato de um mundo( ainda hoje)partido, em que a mais básica promessa- a de fazer com que todos, ou ao menos a maioria das pessoas, possam viver com o mínimo de dignidade( nas palavras da Constituição Americana, ''pursuit for happinness''- possam aspirar/buscar a felicidade)- ainda está bastante distante de sair do papel...
Alcnol.

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