Há algo em comum entre todas as Bienais do Livro que visitei nos últimos anos( Rio, São Paulo e, agora, Curitiba): a busca por inflar seus números, com a presença de muitos( e ruidosos)escolares, o que acaba por irritar frequentadores em potencial( os leitores).
A Bienal do Livro do Paraná/2010, que visitamos recentemente, não foge deste padrão.
No horário em que a visitamos- no início da tarde- mal se podia entrar no recinto, tal a quantidade de alunos das mais diversas escolas dispostos na porta...
Talvez fosse muito melhor, com o intuito de angariar novos adeptos para a leitura, que se levasse livros para a própria sala de aula- propiciando discussões e polêmicas...
Do jeito que estão ali, mais parece que aqueles escolares estão na hora do ''recreio''. Aos gritos, passam de estande em estande sem demonstrar muito interesse- salvo raras exceções...
Então foi ruim esta Bienal? Tempo perdido estar ali?
Nem tanto. Mostramos no post anterior uma atividade de contadores de estórias, bastante concorrida( a foto não saiu lá muito boa...).
Estandes, como o da Livraria Curitiba- que dispôs obras de cerca de 17 editoras separadamente- foram os mais concorridos.
Destaque-se também o ''Café Literário''( naquele dia um debate entre o cartunista Laerte e o escritor Marçal Aquino, marcado para 19h30m, ao qual só não compareci porque estava com os pés doloridos após um extenso passeio pelas ruas da cidade...).
O que perguntamos é se não seria melhor realizar um evento menos concorrido, porém frequentado por interessados, ao invés destas Feiras e Bienais lotadas- que só dão uma falsa impressão de ''sucesso'' aos editores e algumas notinhas nos jornais...
Além do desinteresse de uma sociedade mais voltada para bens de consumo- como automóveis, TV's e celulares último tipo, apartamentos e casas, etc.- a cultura literária se vê diante de uma ameaça muito mais forte: a dos ditos ''livros eletrônicos''.
Com descontos expressivos, eles representam um risco expressivo para as pequenas livrarias francesas- segundo matéria da ''Folha de São Paulo/New York Times".
Soltar um bando de colegiais para correr, aos gritos, pelos corredores de uma Bienal não é lá uma grande contribuição para o aumento do número de leitores...
Alcnol.
PS: Nos próximos posts, o que batizei como ''o outro lado de Curitiba''. Veja por que...
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