segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Para que servem estas Bienais do Livro?


Há algo em comum entre todas as  Bienais do Livro que visitei nos últimos anos( Rio, São Paulo e, agora, Curitiba): a busca por inflar seus números, com a presença de muitos( e ruidosos)escolares, o que acaba por irritar frequentadores em potencial( os leitores).
A Bienal do Livro do Paraná/2010, que visitamos recentemente, não foge deste padrão.
No horário em que a visitamos- no início da tarde- mal se podia entrar no recinto, tal a quantidade de alunos das mais diversas escolas dispostos na porta...
Talvez fosse muito melhor, com o intuito de  angariar novos adeptos para a leitura, que se levasse livros para a própria sala de aula- propiciando discussões e polêmicas...
Do jeito que estão  ali, mais parece que aqueles escolares estão na hora do ''recreio''. Aos gritos, passam de estande em estande sem demonstrar muito interesse- salvo raras exceções...
Então foi ruim esta Bienal? Tempo perdido estar ali?
Nem tanto. Mostramos no post anterior uma atividade de contadores de estórias, bastante concorrida( a foto não saiu lá muito boa...).
Estandes, como o da Livraria Curitiba- que dispôs obras de cerca de 17 editoras separadamente- foram os mais concorridos.
Destaque-se também o ''Café Literário''( naquele dia um debate entre o cartunista Laerte e o escritor Marçal Aquino, marcado para 19h30m, ao qual só não compareci porque estava com os pés doloridos após um extenso passeio pelas ruas da cidade...).
O que perguntamos é se não seria melhor realizar um evento menos concorrido, porém frequentado por interessados, ao invés destas Feiras e Bienais lotadas- que só dão uma falsa impressão de ''sucesso'' aos editores e algumas notinhas nos jornais...
Além do desinteresse de uma sociedade mais voltada para bens de consumo- como automóveis, TV's e celulares último tipo, apartamentos e casas, etc.- a cultura literária se vê diante de uma ameaça muito mais forte: a dos ditos ''livros eletrônicos''.
Com descontos expressivos, eles representam um risco expressivo para as pequenas livrarias francesas- segundo matéria da ''Folha de São Paulo/New York Times".
Soltar um bando de colegiais para correr, aos gritos, pelos corredores de uma Bienal não é lá uma grande contribuição para o aumento do número de leitores...
Alcnol.
PS: Nos próximos posts, o que batizei como ''o outro lado de Curitiba''. Veja por que...

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