sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Entre a Berrini e a Marginal Pinheiros há um ''mundo''...

São Paulo desafia ''puristas'' de todos  os tipos...
Mesmo em um simples post como este, que mostra os arredores da Praça General Gentil Falcão- no Brooklin, arredores da Avenida Luís Carlos Berrini- é quase impossível deixar de ter a impressão de que o autor deste blog ''enlouqueceu'': afinal, o que há em comum entre a Praça e os majestosos prédios ao redor?
Em comum apenas o mesmo espaço geográfico, é a resposta óbvia...São Paulo, salvo talvez nos condomínios mais afastados, não é dotada dos atributos do ''planejamento'', da ''homogeneidade''. Quem gosta de ver tudo ''certinho'', ''arrumado'', se sentirá desconfortável aqui, pois nem sequer uma mesma região é digna de receber estes adjetivos...
São Paulo já viveu diversas ''ondas'' no mercado imobiliário: de ''chique'', o centro da cidade foi sendo progressivamente abandonado( e até hoje ainda está longe de recuperar-se...), a Avenida Paulista já abrigou o ''boom'' de lançamentos imobiliários( especialmente de escritórios), mas a falta de espaço forçou a descoberta de novas áreas.
Estas novas regiões- em torno da Rua Funchal, no Itaim Bibi, ou nos arredores da Avenida Luís Carlos Berrini, que estamos mostrando- possuem algumas características surreais:  são repletas de movimento apenas durante o dia, transformando-se em ''cidades vazias'' à noite...
Quanto à busca por ''homogeneidade'', este objetivo foi parcialmente conquistado: não se vêem, de fato, moradores ''indesejáveis''( como mendigos, por exemplo)nestas ''cidades-escritório''. Quase não se vê até mesmo gente fora dos horários de pico, para falar a verdade...
Estas construções modernas, repletas de vidros fumê, não fariam feio em alguma locação de filmes de ficção científica sediados na capital paulista: se os orientais conseguem fazer películas sensacionais em cidades como Cingapura, para dar apenas um exemplo, com as ruas praticamente desertas, por que não conseguiríamos fazer o mesmo? Está lançada a ideia...
Enquanto isto, a palavra que nos vem à mente para descrever tais cenários é ''funcionalidade''. Paulistanos são bastante simpáticos ao conceito: a ''ordem'' que vislumbramos por aqui é a ''ordem'' do concreto, das ruas e dos edifícios bem desenhados, das praças em ordem( certamente mantidas assim por algumas das empresas sediadas ao redor).
Nem sempre ''funcionalidade'', e esta é a pequena crítica que fazemos, está ligada a ''humanismo''- colocar o ser humano no centro de tudo. Nas ''cidades-escritório'' paulistanas não há lugar para moradias no entorno, salvo como raríssimas exceções...Quem usa todas estas praças que estamos mostrando? Provavelmente os funcionários de todos estes escritórios, antes ou após o almoço...
Alcnol.
PS: Na ''funcionalidade'' paulistana, sequer há espaço para pedestres em diversas construções como a Ponte Estaiada. Os ''corredores de ônibus'' também são feitos no mesmo modelo, aproveitando cada centímetro de espaço disponível na cidade que, como ninguém, conseguiu fazer( e ser)uma mistura de escritório com garagem...
São Paulo não deixa de ser um verdadeiro ''altar para o automóvel''- este centro de todas as coisas. Pena que é um ''altar para carros cada vez mais imóveis''...

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