Impossível não retornar a 1989, a primeira Eleição Presidencial após o fim da Ditadura Militar.
De um lado o ''novo'', representado pelo até então semi-desconhecido Governador de Alagoas Fernando Collor- conhecido como o ''Caçador de Marajás''. De outro, como não voltaríamos a presenciar nas eleições futuras, inúmeras candidaturas caracterizavam o chamado campo ''progressista'': Roberto Freire( PCB), Leonel Brizola( PDT), Lula( PT), Mário Covas( PSDB), Ulisses Guimarães( PMDB).
Por pouquíssimos votos de diferença sobre Leonel Brizola, Lula foi o escolhido para enfrentar o ''novo''. E perdeu a primeira de suas várias eleições presidenciais disputadas...
De lá para cá, graças ao fiasco de Collor na Presidência da República, ficamos com trauma da palavra ''novo'', da ''renovação''.
Com o advento do Plano Real em 1994, duramente combatido por Lula e pelos petistas, todas as Eleições Presidenciais passaram a ser travadas sob a marca do ''medo''. Primeiro, ''medo de perder o Plano Real''- que, pela primeira vez em vários anos, havia devolvido aos brasileiros o ''gostinho'' da estabilidade econômica. Depois, com o desgaste do modelo tucano- que durou duas eleições- e a ascensão dos petistas à Presidência da República, ''medo de perder a estabilidade econômica e, principalmente, as conquistas sociais( entre elas o Bolsa Família)''.
Não é difícil ser Governo no Brasil. Muito pelo contrário. Historicamente as ''massas'' ficaram distantes das grandes transformações. Desde a Proclamação da República que, segundo alguns historiadores, foi apenas ''assistida'' pelo povo indiferente, até as campanhas pelas Diretas e pelo ''Impeachment'' de Collor- protagonizadas pela classe média e, neste segundo caso, pelos estudantes ''caras-pintadas''...
A única diferença está em quem ''manobra'' esta imensa massa de ''indiferentes''. Antes os tucanos, nos primórdios do Plano Real. Hoje o PT, em um perigoso rumo de colisão com a mídia e com os setores ''conscientizados'' das camadas médias que ele dizia representar...
No quadro atual, há que se recolocar a questão do ''novo''- e com urgência...
Não podemos passar mais 12 anos( é o que se prevê caso Dilma seja eleita, passando o ''bastão'' posteriormente para o seu ''criador'', o Presidente Lula)discutindo se o melhor para o País seria ficarmos nas mãos do PSDB- que já passou pelo Governo- ou do PT.
Felizmente, ao contrário de 2006, há uma alternativa para aqueles que, como eu, não querem ''jogar para o alto'' todas as conquistas destes últimos 16 anos de Plano Real. Por sua trajetória de vida, Marina Silva encarna com precisão a ética- abandonada pelos partidos que estão em primeiro lugar nas pesquisas durante seus mandatos no Poder- e as transformações pelas quais teremos de passar nos próximos anos de duras mudanças climáticas que ameaçam a sobrevivência do nosso planeta.
Ao contrário do que usualmente se pensa, o ''novo'' não é sinônimo de ''jovem''. A Senadora Marina não surgiu ontem. ''Novo'' está ligado às transformações de que este país tanto precisa. ''Renovar'' significa, hoje mais do que nunca, passarmos do ''desenvolvimentismo desenfreado'' de tucanos e petistas, somando-se à prática destes um assistencialismo de ''século passado'' que estes tantos condenavam quando estavam na oposição, para uma economia ''verde'', renovável, com a manutenção da estabilidade econômica e das conquistas sociais dos últimos anos.
O ''novo'' está de volta na esperança daqueles que apostam em uma transformação responsável. Como tantos outros brasileiros e brasileiras, dou meu ''voto de protesto'' para o PV de Marina Silva. Vamos sair do ''cabresto'' da falsa polarização em que nos envolveram estes anos todos?
Alcnol.
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