Para quem queria me ver passar frio, para ver o que é bom, ontem no final da tarde caiu uma chuvinha fina que me deu uma sensaçao tèrmica de quase 0 graus...
Estava em Pocitos, nas proximidades do Boulevard España e da Avenida Brasil- ambas devidamente fotografadas...
Sem um guarda-chuva para proteger-me, o jeito foi continuar andando- até passar a pequena tempestade. Quando passou, foi justo o momento em que eu estava em frente a uma livraria com café- à beira-mar. Ela se chama Yenny, e tem uma filial no Shopping Punta Carretas. Pedi um suco de laranja, um chocolate quente, e uma torta de chocolate( gigante...).
Quase náo havia lugares no cafè. Pela primeira vez no Uruguai, ouvi barulho- de um grupo de velhinhas que estavam se divertindo com alguma coisa...
Com uns 3 dias de viagem, jà deu para descobrir alguns tesouros gastronômicos aqui em Montevideu. E, tal como no Brasil, quem quer comer bem tem de abrir os bolsos...Pagando um pouco mais, sem vinho, dà para degustar do bom e do melhor- e a preços cerca de 25% mais baratos que em Sáo Paulo...
Pouco depois das 14 horas de ontem, tentei visitar o famoso Mercado do Porto. Foi uma roubada. Muitos turistas, restaurantes lotados, vàrias pessoas tirando fotos dos fornos de parrillas, atendimento ruim. Decidi almoçar mais tarde, em outro lugar. Uma parrillada tìpica por menos de 500 pesos( 50 reais ). Boa, mas apenas isto...
Realmente, como se diz, pode-se comer bem a preços razoàveis aqui. Mas, para se ter o melhor, é preciso pagar mais- como em qualquer outro lugar do mundo...
Hoje faz sol- mas o relógio de rua que marcava a maior temperatura estava apontando para apenas 9 graus...Como estou andando desde de manhá, até sinto um pouco de calor agora...
Tal como no Brasil, os shoppings locais estáo ''bombando'' neste domingo. Cheios, barulhentos, com pessoas esbarrando nos corredores...Para piorar, desligam o ar condicionado- dando-nos uma sensaçao de abafamento...
Tentei trocar alguns reais, mas domingo é bastante difìcil. Muitas filas, cotaçoes piores. Acabei trocando 50 ''pilas'' no hotel, a uma cotaçao ruim- menos de 10 pesos por real. Medo de ficar sem dinheiro local em uma emergencia...Mas os táxis- velhos e com um vidro separando motorista e passageiros( paga-se por meio de uma caixinha parecida com um cinzeiro)- são baratos, salvo os do Aeroporto. Por cerca de 10, 12 reais è possìvel cruzar quase toda a cidade...
Os jornais locais e os argentinos Clarìn e La Naciòn estao dando muita ênfase aos acidentes de trânsito. Segundo o argentino La Naciòn, mais de 20 pessoas jà morreram naquele país este ano em acidentes provocados por ônibus...
Hoje de manha vi um acidente envolvendo um automòvel e uma moto. O motorista do carro continuou seguindo em um cruzamento, como se fosse o dono do mundo. Quase feriu com gravidade o motoqueiro. Felizmente, foi só um susto- com prejuízos apenas materiais. Mas poderia ser muito mais sério, dada a fragilidade das motos. Até parece que eu estava no Brasil...
Hoje de manhã acordei cedo, e fiquei de bobeira a manha toda. Passeando por Pocitos, tirando fotos, sentando e lanchando em cafès. Tal como no Rio de Janeiro, preferi andar pelas ruas de dentro- mais distantes da praia. Passei por um parque grande que mais me lembrou um daqueles Unidades de Vizinhança lá de Brasília: com bastante espaço verde, e um clube no meio...
Fotografar árvores, algo que aprecio muito, é um pouco difìcil por aqui, uma vez que- graças ao frio- vàrias delas estão meio secas, sem flores...
Poderia ficar muito mais por aqui, e será com tristeza que deixarei em breve esta cidade civilizada e meio europeia. Hà que se cuidar em todos os lugares, mas Montevidéu- vista pelos olhos de um cidadão brasileiro- é muito mais segura. Os edifìcios daqui, salvo raras exceções, ainda náo contam com as ''muralhas'' dos de Sáo Paulo. Pode-se andar por toda a cidade em paz, salvo os inevitáveis pedidos de ''moneditas''- vindos de crianças ou pessoas idosas sem teto.
A contravenção urbana brasileira mais comum- os tais ''vigias de carro''- começa a se disseminar por aqui, pelo que tenho observado. Mas, no geral, Montevidéu- graças a seu tamanho reduzido e ao sistema de assistência social uruguaio, criado no inìcio do século XX- ainda está longe de presenciar as maiores mazelas das grandes cidades brasileiras: o trânsito e, em especial, a violência excessiva que transformou boa parte dos habitantes destes lugares em verdadeiros prisioneiros( atrás das grades, e sem direito de ir e vir). Só por isto jà valeria ter vindo aqui, mas há muito mais...
Apenas as previsões para esta semana, de alta constante das temperaturas, me ''expulsam'' daqui. Quisera CONGELAR este inverno daqui por uns seis meses, e levá-lo nos bolsos para casa...
Alcnol.
PS: É hora de aproveitar os últimos momentos de sol do dia, um sol frio bem a meu gosto, para curtí-los em algum lugar à ''beira-mar''. E mar- tecnicamente o Rio da Prata, mas não podemos ver seu outro lado- é o que não falta por aqui...E nem frio, por enquanto...
PS2: Comparado com o Brasil, o Uruguai parece uma ILHA DE CIVILIZAÇÃO...
PS3: A TV Argentina està dando bastante destaque ao Plano de Segurança adotado pela Polícia da Colômbia para pacificar a cidade de Bogotá. Infelizmente, os nossos governantes não fazem o mesmo...Bogotá conta com várias câmeras, e os carros de Polícia tem computadores a bordo- permitindo acessar de imediato dados e informações de transeuntes e veículos...Coisa de Primeiro Mundo...
PS4: Para comparar Montevidéu com alguma cidade brasileira, diria que lembra um pouco Porto Alegre. Mas com mais parques...
Um comentário:
Alcnol, também me chamou muito a atenção os prédios residenciais sem guaritas, sem grades e sem vigias - tirei várias fotos. O condomínio deve ser muito mais barato que em SP. No bairro de Carrasco, com suas mansões, os gramados das casas são uma continuidade das calçadas, pois não há muros.
Outro aspecto que mostra a civilidade do povo uruguaio é o respeito ao pedestre. Basta você pisar na faixa de travessia que os motoristas param, mesmo que não haja semáforo.
Gostei muito do Uruguai.
Roberto (SP/SP)
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