O futebol visto por alguns dos maiores artistas e intelectuais brasileiros. Esta é a proposta da Mostra ''Futebol Cabeça'', em exibição no Metrô Imigrantes( Linha Verde).
Começamos com o músico carioca Aldir Blanc: ''O volante de contenção é parente do muro de arrimo''...
Prosseguimos com a cabeça( gigante nos dois sentidos)de Jô Soares: ''Se todo mundo que eu vi que disse estar no Maracanã na final com o Uruguai em 1950 estivesse lá mesmo, o público teria sido de mais de 1 milhão de pessoas''...
Na sequência, o sociólogo Roberto da Matta. Segundo o qual ''Foi o futebol que permitiu uma visão mais positiva e generosa de nós mesmos como nenhum outro livro, filme, peça teatral, lei ou religião jamais permitiu''...
A seguir, permitam-me uma reparação: o grande Olavo Bilac, um de nossos maiores poetas, ousou afirmar que ''Uma partida de futebol não pode mudar o curso da história''. A ousada frase de Bilac, claramente destoante dos demais homenageados nesta exposição, está- a nosso ver- completamente errada. Abaixo da Linha do Equador, todos sabemos que o futebol pode sim alterar o curso da história...Ou melhor, que a vida é o resultado sincrético de uma singular mistura entre o futebol e a História...
Prosseguimos com o escritor Carlos Heitor Cony, para o qual ''Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã''...
Democraticamente, a Mostra inclui alguns desafetos notórios do futebol. Como o grande Mestre Rui Barbosa, o ''Águia de Haia'', um dos maiores juristas que este país já teve. Segundo Mestre Rui, na ordem o que aparece ao lado de Jô Soares neste post, ''Não fica bem um estadista viajar ao lado de um time de futebol''...Sinal dos tempos: hoje seriam os jogadores de futebol, muito mais ricos e influentes, que dispensariam viajar ao lado de certos políticos ou estadistas...
Uma Mostra de futebol não poderia excluir o jornalista, escritor e teatrólogo Nélson Rodrigues, amante do esporte bretão...A contribuição de Nélson, entre muitas outras, é esta: ''A conquista do Mundial de 1958 representa o fim do complexo de vira-latas do homem brasileiro''. É, antes da Copa de 1958, o brasileiro sofria de um complexo de inferioridade diante das demais seleções que já haviam conquistado títulos...Pelé, Zagallo e Cia. literalmente chutaram este ''complexo de vira-latas'' para bem longe...
Finalizamos o post, e a cobertura desta Mostra, com o escritor e colunista gaúcho Luís Fernando Veríssimo, torcedor ilustre do Internacional de Porto Alegre( deve estar feliz com o resultado da primeira partida da semifinal da Libertadores deste ano: Inter 1 x 0 São Paulo...): ''Uma das consequências da Copa ser no Brasil, 60 anos depois, é que estará todo mundo pensando na Copa de 1950''...
Alcnol.
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