Quando os estúdios querem fazer algo acima da média, com qualidade, estes geralmente conseguem seu intento. É o caso deste filme em cartaz: ''Educação''.
O maior mérito desta película é o fato de estar amparada em um livro, de autoria do inglês Nick Hornby. A estória não é verdadeiramente ''original'', surpreendente. Pelo contrário: o tema da jovem seduzida por um homem mais velho e, aparentemente, bem-sucedido, é um tema universal. Poderia ter ocorrido há mais de mil anos, na Idade Média, no início do século XX, mesmo nos dias de hoje. Porém, a estória de Hornby se passa nos anos 60, em uma belíssima reconstituição de época.
Comparada com a rígida educação familiar e escolar que recebia a jovem, a França parecia um refúgio possível- ao menos no nível dos sonhos. No mundo inteiro, inclusive no Brasil, jovens eram apaixonados pela música francesa, pelos filmes franceses( da chamada ''Nouvelle Vague'', protagonizada pelo jovem diretor Godard), pela língua francesa.
Contra um pai rígido, exigente, que quer vê-la estudando nas melhores Faculdades do país, o ''sedutor'' mais velho só tem uma coisa a fazer: deixar que a adolescente faça o que quer, apresentando-a ao mundo que ela tanto deseja conhecer( restaurantes finos, exposições de arte, viagens). O resultado só poderia ser o que vocês verão na estória...
Para uma jovem estreante, o trabalho da atriz protagonista é excepcional. Não esqueçamos que ela atua ao lado de veteranos como Alfred Molina( excelente como seu pai)e Emma Thompson( papel de professora). Ainda lhe falta muito para chegar ao nível de uma Audrey Hepburn( a quem é, precocetemente, comparada). Mas a estória é, sem sombra de dúvida, baseada nela- e ela ''não nega fogo''...
Entramos no cinema sem maiores pretensões: bastava-nos uma boa estória, e uma belíssima reconstituição de época, para que saíssemos satisfeitos. Mas ''Educação'' tem um ''plus'', raro em filmes ''comerciais'': a ''Educação'' do título não é a da escola, a formal. O filme fala da aprendizagem para a vida, da descoberta do que é, indubitavelmente, mais importante, essencial. Eis o ''plus'', o diferencial positivo de que falamos.
Eis o que separa as tradicionais produções de Hollywood dos filmes acima da média. Sem contar o fato de que, ao contrário do que se faz nas produções norte-americanas, não há maniqueísmo: os personagens não se dividem em ''bons'' ou ''maus''. Todos são humanos, e sofrem por seus erros assim como vocês e eu...
Alcnol.
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