segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crônicas gastronômicas deste último final-de-semana: Restaurante ''Ají''...

1700 posts após o início deste blog, e alguém poderia me perguntar qual é o meu ''método'' para visitar restaurantes.
Talvez ''método'' não fosse o termo mais apropriado para se referir a uma pessoa extremamente desorganizada na vida pessoal, mas aí vai uma tentativa de explicar como faço minhas ''descobertas'' na área gastronômica: em primeiro lugar, bastante leitura. ''Veja São Paulo'', ''Época São Paulo'', revistas especializadas( ''Gula'', ''Gosto'', ''Go Where'')são algumas de minhas fontes, além dos jornais ''O Estado de São Paulo'' e ''Folha de São Paulo''. Isto é o que faço, assim como diversos autores de blogs assemelhados.
Mas talvez o mais importante seja outra coisa, bastante trabalhosa: é indispensável ''bater bastante perna''...Várias destas descobertas, como a que relatarei no próximo post, foram feitas enquanto caminhava por determinadas regiões da cidade. 
Por isto dou tanta ênfase aos passeios por estas áreas: cada estabelecimento, cada restaurante, é um pouco o reflexo destas regiões todas. Simplesmente não dá para pegar um táxi e ir diretamente ao Tatuapé almoçar em algum restaurante- e depois ir embora do mesmo jeito- sem passar pela Praça Sílvio Romero, pelo comércio de rua da região, pelos Shoppings que ficam ao lado do metrô, até pelo- bate na madeira três vezes- Sport Club Corínthians...
O célebre restaurante ''Mocotó''- famoso internacionalmente- é outro que é inseparável da região onde está instalado( a Vila Medeiros, um bairro da periferia de São Paulo). A longa ida, de ônibus saindo da Estação Liberdade do metrô, faz parte de um indispensável ''ritual de aclimatação'' com o que vamos ver, com o mundo em que vamos- mesmo que apenas por alguns minutos- entrar. 
Este estilo ''trabalhoso'', lento, de caminhadas ao invés de pegar um automóvel e ''ir e voltar'', faz parte indissoluvelmente não só do ''método'' do autor deste blog como também de sua própria forma de vida...Parafraseando Luís XIV, o Rei Absolutista francês que afirmou que ''O Estado sou eu'', posso dizer que ''meu método sou eu''...
Mas vamos ao que interessa. O restaurante de influências latinas ''Ají'', localizado na Rua Bela Cintra- Jardins, já havia sido mencionado várias vezes por alguns dos jornais e revistas citados. Sabe-se lá de onde eu tirei esta ideia, mas para mim devia ser um lugar ''pequeno, com um balcão e poucas mesas''. Até já havia passado pela Bela Cintra, andando, várias vezes, mas- pelo que via do lado de fora- deveria ser um lugar de reduzidas dimensões...
Este último sábado- após fazer compras no super-mercado e dar uma passada pela Livraria Cultura do Conjunto Nacional- decidi, sempre andando, pois fica a meros 15 minutos de meu apartamento, conhecê-lo. E qual não foi a minha surpresa...
O lugar é simplesmente deslumbrante. Da pequena porta, com alguns sofás instalados, se descortina todo um ''mundo'', com um belíssimo jardim externo- onde fiz a minha refeição. Esta ambientação, nota 10, só é comparável- nesta região- à do Figueira Rubayat, ao Chakras, ao La Table e ao Dui da Alameda Franca(  que também só abre de dia nos finais-de-semana). Espero não ter esquecido nenhum destes  lugares com ambientes marcantes dos Jardins...
Para completar, a refeição- preparada  pelo chef boliviano Checho Gonzáles, que já trabalhou também no Rio de Janeiro- estava á altura de toda esta beleza do lugar. Comecei com um ''ceviche'', esta verdadeira sensação latina que está fazendo muito sucesso aqui em São Paulo( detalhe: o peixe é marinado, e não simplesmente crú...). Depois pedi um robalo cozido com arroz de côco. Uma verdadeira obra-prima...A sobremesa foi isto que vocês estão vendo aí: pudim de banana com um trio de sorvetes( morango, chocolate e creme). ''Dos deuses''.
Como a casa possui um extenso e criativo cardápio, repleto de diversas opções latinas de influência peruana, venezuelana, boliviana, entre outras, sinto que é preciso retornar mais algumas vezes antes de elaborar uma crítica mais aprofundada. A impressão inicial, porém, foi francamente positiva, com ''gosto de quero mais''...
O Ají abre durante o dia apenas no sábado e no domingo( para ''brunch'', inclusive). De segunda a sexta funciona a partir das 19h30m.
O restaurante Ají integrou-se plenamente ao que pode-se chamar de ''Estilo Jardins'' de viver: não fui o único a chegar andando, passeando pelas ruas deste charmoso bairro...Algumas clientes carregavam sacolas com as compras feitas em lojas próximas...
Alcnol.

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