Basta acompanhar as manchetes de jornal sobre a chamada ''Gripe Suína'' para desconfiarmos um pouco das medidas adotadas para ''combatê-la''. Duvidamos mesmo de sua viabilidade. Primeiro avisaram-nos que seria ''arriscado'' visitar países latino americanos onde o número de infectados é maior( Chile, Argentina). Descortesia com nossos vizinhos e amigos, que pode voltar-se contra o nosso próprio país: graças ao crescente número de infectados no Brasil, quem garante que outros países não utilizem o mesmo argumento para ''alertar'' os seus nacionais para que não visitem a nossa pátria? Seria um golpe fortíssimo contra o turismo nacional, diga-se de passagem...Acabei de voltar de Curitiba- PR. O tema é o principal assunto de jornais e programas de TV. A população de lá está assustada, e começa a correr para os Postos de Saúde e Hospitais de uma tradicionalmente ineficiente rede pública de saúde...Shows, espetáculos de cinema e teatro, concursos públicos, torneios esportivos, aulas, todos foram cancelados em nome do combate à nova gripe...Articulistas de jornal revelam sua incredulidade com os shoppings ainda cheios, em especial de crianças que continuam de férias...''Evitar lugares públicos e cheios'' é o novo mantra das nossas autoridades, as mesmas que- até pouco tempo atrás- apareciam na TV para garantir que a situação estava ''sob controle''...Me questiono sobre a eficácia de algumas destas medidas. Ainda tenho na cabeça as sinistras imagens do México, que entrou em verdadeira ''quarentena'' por cerca de duas semanas após o agravamento do número de casos da nova gripe...Estarão preparando algo semelhante por aqui? Qual seria o efeito de uma ''quarentena'' destas em uma cidade como São Paulo, que vive basicamente do setor de serviços? Felizmente, até agora a população ainda não tem ''entendido'' e nem atendido a estes inúteis apelos. Circulei por shoppings cheios, inclusive na periferia da cidade, pensando no que seria de todos aqueles lojistas- que precisam pagar os salários de seus empregados e o elevado aluguel de seus espaços nestes centros comerciais- se todos resolvessem de repente ''ilhar-se'' em suas próprias casas...Mas esvaziar shopping centers não seria suficiente para ''bloquear'' totalmente a gripe. O que são ''lugares públicos''? Também poderiam enquadrar-se neste conceito os ônibus e metrô superlotados que pegamos todos os dias, não é mesmo? Se todos decidissem esvaziá-los, graças ao pânico e ao medo da nova doença, quem viria trabalhar e manter as escolas, os hospitais, as lojas, os restaurantes, as Delegacias de Polícia, os Tribunais, os supermercados, e toda a estrutura de uma grande cidade? Bom, diriam os paulistanos- que amam esta expressão- parece ''complicado''...E é mesmo. Ainda mais quando as próprias autoridades do setor de saúde não chegam a um consenso sobre o uso do remédio contra a tal ''Gripe Suína''. Certos médicos chegam a defender o uso do ''Tamiflu'' mesmo em casos leves de gripe comum, sem atentar para um possível efeito indesejável: e se os vírus se adaptarem a este remédio- que é apontado como a ''grande cartada'' contra a doença- o que faremos então? Mesmo eficaz, o ''Tamiflu''- defendem outros médicos, com total razão- é uma medida radical, que só deve ser utilizada diante de casos comprovados e graves de gripe A. Além disto, remédios possuem efeitos colaterais. Costumeiramente toma-se um remédio para um problema, que acaba acarretando um outro...Remédios( ou ''drogas'', daí o nome ''drogarias'' para as lojas que os vendem...)são perigosos, arriscados, podem debilitar ainda mais organismos já fracos diante de certas doenças. A toda esta crescente onda de uso de remédios, e da medicina como forma de ''combate'' aos inúmeros males que afligem uma população que se alimenta e vive de modo cada vez mais contrário ao bom senso e à natureza( explorada e agredida ), é preciso refrear um pouco pelo uso do nosso raciocínio: doenças não são ''más'' ou ''boas''. São o fruto de práticas e condutas. Talvez seja chegada a hora de entendermos tudo isto, que leva algumas pessoas à beira da histeria, como um simples aviso: o nosso atual ''modo de vida'' não é danoso apenas em relação ao Meio Ambiente( plano externo), bem como quanto à nossa própria integridade física e sobrevivência. Que tal voltarmos um pouco àqueles bons tempos em que as ''vitaminas'' eram adquiridas por meio da alimentação, e não de drágeas vendidas nas cada vez mais numerosas farmácias? Notem que não estou defendendo o ''fim dos remédios'' ou coisa parecida. Mas apenas frisando que toda esta onda de ''medicalização''( prescrição de remédios para todo e qualquer problema)deve ser contida um pouco. Afinal, quem sabe se boa parte das doenças atuais- AIDS, Gripe ''Suína'', etc.- não decorre justamente do enfraquecimento de nossos organismos pelo uso exagerado de substâncias artificiais presentes em grandes doses na nossa alimentação e nestes tais ''remédios''? Alcnol. PS: Até no batismo da gripe achamos um jeito de ''tirar o corpo fora''. ''Gripe Suína''. Como se os porcos estivessem ''conspirando'' para ''eliminar-nos'' ou coisa do gênero. Porém, porcos não dirigem abatedouros de carne...Para mim, melhor seria rebatizá-la como ''gripe humana''. Com um pequeno problema: o termo ''humano'' é utilizado apenas no sentido mais elevado...Afinal, somos nós que o empregamos, e não os inocentes porquinhos ou vaquinhas...
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