Apenas esta entrevista com o filósofo Roberto Romano já valeria a leitura dos jornais do dia de ontem...Sob o título ''Vivemos com uma ética distorcida'', o professor analisa com profundidade as raízes históricas da nossa elevada corrupção. Afirma que ''o nosso parâmetro original, portanto, já é o parâmetro do período absolutista, o mais corrupto da história moderna''. Em decorrência disto, acrescenta, ''qual é a nossa memória? Ela é antiliberal, antidemocrática, não republicana. Quem está na escala hierárquica do poder não se julga obrigado a prestar contas a ninguém, como no sistema absolutista''. Sobre o chamado Foro Privilegiado: ''Privilégio de foro''( processo de várias ''autoridades'' em tribunais superiores como o STF ou o STJ): ''Privilégio de foro, numa República, é a mesma coisa que dar licença para a delinquência. Essas pessoas se julgam- e são definitivamente- impunes, inimputáveis''( OBS: estatísticas apontam que até hoje o Supremo Tribunal Federal não condenou ninguém, nenhum dos políticos denunciados...). Mas a responsabilidade também é nossa, finaliza o Professor: ''Vai entender porque as pessoas não vão às ruas. Ficaram realistas. E não há nada pior na democracia que o realista, o sujeito que silencia diante das piores coisas da vida pública, com esperança de ter verba''...Para refletir...
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