Estive na capital argentina por volta de 2004. Apenas 3 dias de viagem, tudo muito corrido. Na ânsia de experimentar o famoso churrasco argentino, estive em dois lugares- um deles em Puerto Madero, o bairro à beira do Rio da Prata- especializados. Resultado: decepção. Embora muito macia e suculenta, o churrasco ''á moda argentina'' não tinha o mesmo gosto do nosso churrasco- e não estou sendo ''patriota''( ninguém mais do que eu aprecia a cultura portenha...). Melhor dizer que não tinha sabor, era insosso. Por isto, embora tenha ficado entusiasmadíssimo a ponto de ''infernizar'' a vida de meus amigos e familiares por mais de um ano com os comentários insistentes sobre a cidade de Buenos Aires, voltei para o Brasil com esta pequena decepção na bagagem...São Paulo, a cidade onde vivo há pouco mais de 2 anos, já viveu a sua ''febre'' de restaurantes argentinos. Em uma determinada época parecia até que surgia um a cada semana, todos prometendo a ''carne ideal''. Depois, com o tempo, o setor se estabilizou. Os melhores se firmaram, alguns mudaram de ramo ou fecharam seus estabelecimentos. Bom, aqui entro propriamente no assunto deste post. Passando pela Alameda Joaquim Eugênio de Lima- Jardins- na hora do almoço nesta última terça-feira, tive a minha atenção voltada para uma placa de restaurante que informava as cidades em que ele está presente: ''São Paulo- Buenos Aires''. Decidi entrar. O lugar é dotado de um belo jardim, com árvores e um toldo que permite a visão do céu lá fora. Mais ao fundo, em um ambiente pintado de vermelho, uma espécie de salão especial para eventos- próprio para a noite. O restaurante oferece um ''menu executivo'' por módicos 29 reais( entrada, prato principal e sobremesa). Mesmo assim, como estava entrando em contato com a casa pela primeira vez, decidi ousar: perguntei para o garçom qual era a ''melhor carne do restaurante, seu carro-chefe''. ''Bife ancho'', ele respondeu. Parte do cardápio, custa um pouco mais que as opções de pratos executivos. E foi o que pedi de imediato. Como é possível constatar pelas fotos, uma posta substancial de cerca de 300 g de carne( aposto até que isto é mais do que comemos em muitas das churrascarias rodízio, que costumam encher-nos com inúmeras outras opções: pães, massas, peixes, salada, etc...). No ponto ideal, salivo só de lembrar...Acompanhada unicamente, por minha opção, de uma farofa com ovos. Como as carnes são procedentes da Argentina, país de origem deste ''Estación Sur'' , posso afirmar com certeza absoluta que enfim comi um churrasco argentino de primeira, melhor- como expliquei no início deste post- do que os das duas tentativas frustradas em Buenos Aires...Dois detalhes: 1- o salão especial ao fundo estava repleto de chineses em uma das mesas, com aquele ar de encantamento e surpresa que eles fazem quando estão diante de coisas novas( os chineses, por sinal, são frequentadores assíduos das nossas churrascarias: em quase todas é possível esbarrar com um deles...); 2- outro destaque vai para as belíssimas músicas argentinas ao fundo, que realmente são capazes de nos dar verdadeiramente a impressão de que ''estamos na Argentina'', mesmo sem sair da cidade de São Paulo...Alcnol.
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