A julgar pela brilhante campanha que havia feito até então, o Vasco da Gama era franco favorito para a conquista da Taça Rio( segundo turno do Campeonato Carioca). Afinal, estava invicto em clássicos( vencera o Botafogo por 4 x 1 e o Flamengo por 2 x 0), e vinha de expressivos resultados em partidas disputadas contra equipes de menor expressão- além da volta de São Januário como ''caldeirão'', local onde a equipe da Cruz de Malta é quase imbatível...Seria de se esperar um jogo de grande equilíbrio, e vitória de uma ou outra equipe por ,no máximo, um gol de diferença. Certo? Errado. Equilíbrio realmente houve, até o primeiro gol de Maicosuel aos 18 minutos. Não dá para falar em ''equilíbrio'' quando o resultado foi um acachapante 4 x 0 em favor do Botafogo, mas podemos analisar aqui em verdade o que foi que ''desequilibrou'' a partida em favor do time de General Severiano. O Botafogo, pela primeira vez em diversos jogos, pôde finalmente escalar juntas suas principais estrelas( Reinaldo, Maicosuel e Vítor Simões- o novo ''Pantera''). Do outro lado, um time de garotos- cuja maior estrela era Carlos Alberto. Louve-se o trabalho de Dorival Júnior, que transformou este ''limão'' que é o time do Vasco da Gama em uma limonada capaz de chegar até as semi-finais da Taça Rio, mas pensar que um time cujo principal artilheiro era Rodrigo ''Pimpão'' seria capaz de ganhar o Estadual não passava de um delírio da torcida cruz-maltina. Ontem o Vasco pôde enfim tomar conhecimento de sua real dimensão, e do quanto falta para- e esta é a torcida e o sentimento de todos ou quase todos- voltar ao primeiro nível do futebol nacional( retornar à Série A do Brasileirão). O Vasco acabou sendo vítima do chamado ''Efeito Estadual''. Lembram que o Atlético- PR quase acabou rebaixado ano passado? Este ano o time faz uma campanha ''brilhante'' no Campeonato Paranaense, conseguindo até mesmo- graças ao exdrúxulo regulamento- um ''super-mando'' no Octogonal final( 7 partidas seguidas disputadas em seu estádio, a Arena da Baixada...). Amplamente hegemônico a nível regional, ''some'' quando chega o Brasileirão...E o ''Leão da Ilha'', o Sport á beira de um tetracampeonato pernambucano? Invicto este ano na Ilha do Retiro, o rubro-negro não foi páreo para o Palmeiras na Libertadores em sua própria casa...Salvo fórmulas de disputa como as do Paraná e Rio Grande do Sul, que permitem certo destaque para as pequenas equipes, as semi-finais do Rio e de São Paulo apontam para o óbvio: classificação dos 4 grandes, e ''mata-matas''( no Rio é só ''mata'', uma vez que não há jogo de volta...). Meses de partidas inúteis, inúmeros jogos( 19 no Paulistão)disputados contra equipes pequenas para, enfim, chegar ao óbvio: os melhores são os clubes de maior torcida e expressão. Para que servem, afinal, os Estaduais? São um pequeno agrado não aos torcedores, mas aos eleitores. Às pequenas equipes que elegem os Presidentes de Federações, à base de ''one man, one vote''( um homem, um voto). Surpreende que, nos bastidores da política esportiva, equipes de maior porte- como Vasco, Fluminense, Botafogo, Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Corínthians, Santos- tenham o mesmo peso de Americano- RJ e Mirassol-SP? Por estas e outras o nosso futebol está como está, e as equipes que disputam a Libertadores tem de fazer ''das tripas coração'' para conciliar este importantíssimo torneio com as datas de partidas nos enfraquecidos Campeonatos Estaduais...Alcnol.
2 comentários:
Sem essa. No futebol todos são onze contra onze. Tanto o São Paulo como o Atlético de Cajazeiras, o chamado Trovão Azul. A riqueza do futebol está aí. O bom está na possibilidade do Trovão Azul, um dia, chegar a derrotar o São Paulo, no Morumbi, com torcida e tudo. Isso se chama futebol. O resto é resto.
Então você deve ser favorável aos atuais Estaduais, e suas fórmulas exdrúxulas. Certo? Acabar com os Estaduais seria um pouco extremo, a meu ver. Mas, se sabemos com antecedência que as finais serão disputadas pelas grandes equipes, poderia ser encontrada uma fórmula capaz de selecionar os melhores do interior que enfrentariam os grandes da capital em um, digamos, Octogonal final. Menos jogos, mais tempo para as nossas equipes que disputam também a Libertadores ou a Copa do Brasil poderem treinar melhor. Não dá para continuar com um Paulistão com 20 clubes e 19 jogos, só para atender os interesses das equipes do interior, que querem receber o ''Trio de Ferro'' da cidade de São Paulo...
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