O correspondente da ''Folha de São Paulo'' em Washington, Sérgio Dávila, apontou ontem em matéria para aquele jornal qual é o preço da crise no setor econômico norte-americano até agora: ''Estatizações'' já custam US$ 1 TRILHÃO a governo dos EUA''. Informou que os analistas estimam que a conta federal desde o início da atual crise financeira já está entre US$900 bilhões e US$1,5 trilhão, ou cerca de 10% do Produto Interno Bruto(PIB)norte-americano, e ''pode chegar a muito mais''. As chamadas ''estatizações''- operações em que o governo adquire o controle de empresas à beira da bancarrota- já motivam piadinhas na Internet e na imprensa: o irmão do norte já estaria sendo chamado de ''URSSA''( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas da América)...A atitude do governo Bush, contrariando todos os manuais ''liberais'' de política econômica e o discurso histórico de seu próprio partido, estimulou outros setores a buscar abrigo sob os ombros do Tio Sam. Segundo a mesma matéria da ''Folha'' a que nos referimos no início deste post, ''nas últimas horas, cresce, por exemplo, a pressão de montadoras norte-americanas para um pacote. Detroit- as montadoras de Detroit, leia-se- pede US$25 bilhões em auxílio federal''. Segundo o historiador econômico Ron Chernow, ainda segundo o texto da ''Folha'', ''esse governo foi longe demais''. ''Nós vivemos a ironia de uma administração pró-livre-mercado fazendo coisas que o governo democrata mais progressista não faria em seus maiores delírios'', disse ele ao 'New York Times''. Digam-me agora como é que os republicanos farão suas campanhas doravante: certamente não terão condição moral de agitar a tradicional bandeira ''No more taxes'' ( chega de impostos)...Toda esta dinheirama não está saindo do nada. A conclusão mais lógica é que o contribuinte norte-americano terá de pagar esta conta por gerações. E o pior é que não havia outra alternativa senão salvar todos estes bancos ou instituições financeiras, ou a economia americana- com forte impacto sobre o mundo inteiro- quebraria...
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