domingo, 22 de agosto de 2010

Pracinha à beira-mar em Pocitos, a ''Copacabana Uruguaia''...

Apesar de gélida, é impossível resistir aos apelos da ''Rambla''( a orla da cidade de Montevidéu). Ontem eu a percorri rumo ao centro da cidade. Vento forte, mal consegui fechar o mapa que levava nas mãos. O vento, literalmente, me impulsionava adiante...
No dia seguinte, percorri a ''Rambla'' na direção oposta. Mahatma Gandhi/ República do Peru. Retratamos a praia de Pocitos( esta não será a última vez)no post anterior. Agora, mostramos uma pracinha que chamou logo a minha atenção durante a caminhada. Ela fica próxima ao mar( no último dia de viagem retornaremos à mesma). E proporciona, em sua parte mais alta, uma vista privilegiada...
Vista de longe, como na foto 3, até lembra um pequeno forte- não é mesmo?
Alcnol.

Pocitos, a ''Copacabana Uruguaia''...

Cidade construída à ''beira-mar''( tecnicamente Rio da Prata, porém com ondas e sem que consigamos ver o ''outro lado''), Montevidéu tem na região de Pocitos um de seus pontos mais altos.
Cartão Postal da cidade, em função de seus altos prédios, do formato de ''ferradura'' e de sua agitação, a Praia de Pocitos também é conhecida informalmente como a ''Copacabana Uruguaia''...
Nestes poucos dias passados na capital uruguaia- gostaria de ter ficado muito mais- tivemos o privilégio de percorrer esta região inúmeras vezes( provavelmente ela será a mais mostrada por aqui).
Começamos com uma foto da praia de Pocitos pela manhã- mais uma manhã bastante fria na capital uruguaia, em que nós passeamos( tal como muitos moradores locais e turistas)à beira-mar com o nosso casaco de frio recém-adquirido. E que, literalmente, nos ''salvou'' durante estes dias gélidos...
Alcnol.
PS: Copacabana talvez tenha sido assim em seu período ''áureo'', lá pelos anos 60 do século passado...

Os Shoppings de Montevidéu...

O propósito desta viagem não foi fazer compras. Afinal, nós só a realizamos graças às milhas acumuladas de uma companhia aérea. Passear muito, e comer bem, era tudo o que queríamos.
Mas  a capital uruguaia, que, como vimos, possui um excelente centro de compras a céu aberto- a Avenida 18 de Julio- também possui os seus Shoppings.
Tal como os de cá, intransitáveis nos finais-de-semana...
São 3 os Shoppings de Montevidéu atualmente: Portones, Punta Carretas e Montevideo. 
Punta Carretas( foto de cima)- instalado em uma antiga prisão, que abrigou inúmeros militantes tupamaros( movimento de guerrilha bastante ativo naquele país durante os anos 60/70 do século passado, dirigido pelo atual Presidente do Uruguai José Mojica)- é o mais luxuoso deles...Vejam só quanta ironia: antigo cárcere torna-se centro de consumo...Sinal dos tempos...Seria como se fizéssemos Shoppings em Bangu ou no Carandirú( este presídio, desativado, abriga hoje uma Biblioteca- isto sim um avanço...).
O da foto de baixo é o Shopping Montevideo, mais popular( um pouco). Com mais lojas do que o de Punta Carretas, porém sem o ''glamour'' deste...
Mas eu acabei falando muito mais do que queria destes centros comerciais nos quais dei breves passadas- muito mais com propósitos gastronômicos( cafés e restaurantes)ou literários( eles abrigam boas livrarias). É hora de voltarmos para as ''calles''( ruas)...
Alcnol.

No final da Avenida Libertador, em Montevidéu, o Congresso Nacional...

Assim como o Palácio de Governo( que abriga a Presidência da República), situado na Praça Independência, o Congresso Nacional uruguaio é simples. Não tem fossos, espelhos d'água, guaritas, muros, nada disto com que estamos bastante acostumados em nosso país.
Afinal, à exceção da ditadura instalada em 1973 e que durou até meados dos anos 80 do século passado, o Uruguai tem uma longa tradição democrática.
E esta é a chamada ''Casa do Povo''. Ao menos as nossas deveriam ser também...
Este belo prédio aí é o Congresso Nacional daquele país, situado no final da Avenida Libertador- que acabamos de percorrer.

sábado, 21 de agosto de 2010

Agora sim, Avenida Libertador. Meio da tarde, ainda com sol, e temperatura de...vejam...

Na saída do restaurante, o atendente perguntou se eu tinha- como os demais frequentadores- deixado algum sobretudo ou casaco com eles. Respondi que não, voltando para o ventinho e o ar gélido das ruas.
Na Avenida 18 de Julio, vendo que o tempo não ia esquentar muito- prometendo até, como na noite anterior, cair bastante após o pôr-do-sol- me ''rendi'' e adquiri um casaco em uma de suas lojas. E, ao contrário do que faço no Brasil- quando escolho roupas de frio por sua ''beleza''- desta vez optei pela simplicidade e funcionalidade, adquirindo o primeiro que vi no meu tamanho...
Assim, agora devidamente ''preparado'', voltei à Avenida Libertador- que anteriormente me agradara graças a sua beleza- para um pequeno passeio no meio da tarde. Ainda fazia um solzinho mas, como vocês podem ver nas fotos, a temperatura não mudou muito em relação à matutina: meros 6 graus...
Com o casaco, não me pareceu desagradável. Ao contrário: até gostaria de ''engarrafá-la''- a temperatura-  para trazê-la para o Brasil...O que vocês acham? Já sei o que vão dizer. Até os apresentadores dos canais de TV argentinos e uruguaios também não gostam lá muito deste ''friozim''...E nem as pessoas que eu vi no centro de Montevidéu, tentanto cobrir-se de todas as formas( sobretudos, boinas, cachecóis, panos na cara, etc.)...
Gosto é gosto...
Assim como há os que não gostam de frio, existem os chamados ''turistas do frio''. Meu hotel estava lotado, com muitos brasileiros. E encontrei vários compatriotas pelas ruas também. No meu caso, acho que provavelmente não gostaria TANTO de Montevidéu se a temperatura estivesse, como no dia de meu retorno, na faixa de uns 20 graus- com sol...O que, após ter me acostumado ao friozinho gostoso, até me deu uma desconfortável sensação de ''calor''...
Alcnol.

Primeiro almoço em Montevidéu...

As fotos publicadas até aqui podem se confundir com os tradicionais relatos ''turísticos'' de diversos viajantes, à medida em que mostramos alguns pontos tradicionalmente frequentados pelos mesmos.
Porém, a gastronomia é um ponto singular. Á medida em que várias são as opções, e só escolhemos aquilo com que nos identificamos- e com que o nosso bolso possa suportar, claro...
Quando soube, com antecedência, que haveria um restaurante situado ''nas cercanias'' do Teatro Solis, em Montevidéu, planejei-me imediatamente para conhecê-lo.
E a casa- o ''Rara Avis''- não me decepcionou...
Já comentei aqui no blog sobre a tendência que os moradores da capital paulista tem de, mesmo em viagem, comparar tudo com os serviços que tem em São Paulo. Muitas vezes em detrimento do que estão tendo- ''ah, se fosse em São Paulo''...Mas, outras vezes, para qualificar favoravelmente algo a que estão tendo acesso: ''poderia muito bem estar instalado em São Paulo''. Este último é o caso deste Restaurante ''Rara Avis'', situado no Teatro Solís em Montevidéu...
I
Isto porque, além de frequentado por diversos executivos, ele tem um padrão internacional. Muito confortável, ''chique'', ele nos impressiona à primeira vista. Nas laterais, ele é composto de mesas tradicionais como a da foto 3( não ficou muito boa por causa da claridade...). Enquanto que, ao centro, divisórias de madeira separam as mesas umas das outras, permitindo que, no máximo, possamos ver uma parte das cabeças dos vizinhos. Na foto 2 uma imagem que estava á minha frente, como que a simular um palco de teatro. Bem bolado, e nada ''casual''- dado o ambiente em que estávamos...
 Prosseguindo, passamos agora para a refeição propriamente dita. Minha escolha: costeleta de cordeiro( ''uruguaio'', fez questão de ressaltar o garçom...), acompanhada de rodelas de cenoura e ervas no fundo do prato. Coisa de primeira. 
Ao contrário do que se come por aqui, os uruguaios costumam preparar a carne dessalgada, permitindo que os clientes a temperem conforme queiram. O resultado é que comer carne bovina lá não é tão desgastante quando aqui no Brasil- em que só suporto fazê-lo com cerca de um mês de antecedência entre uma refeição desta espécie e outra...Em Montevidéu abri uma exceção: só comi peixe- uma merluza negra- uma vez, e ainda assim não registrei com fotos...
C
Concluindo esta refeição inicial, uma sobremesa chamada ''Amor ao Caribe'': macaron, sorvete de côco, caldas de chocolate e um pequeno biscoito. ''Fecho de ouro''...Só não voltei ao restaurante depois porque ele fecha domingos à noite e segundas ao meio-dia, justamente quando eu já estava perto de voltar para cá...
Preços: muitos críticos gastronômicos lamentam a falta de verdadeiros bistrôs em São Paulo- cidade em que há muito já se superou a faixa de R$100,00 nos melhores restaurantes, entre eles diversos bistrôs ''franceses''...Claro que isto não é o que se paga em qualquer refeição, pois os estabelecimentos costumam- durante a semana- proporcionar as chamadas refeições ''executivas''. E os restaurantes vegetarianos escapam a esta regra,  existindo alguns com preços até abaixo de R$20,00...
No Uruguai, embora os restaurantes de primeira linha como este ''Rara Avis'' não sejam verdadeiramente ''baratos'' mesmo para os brasileiros e sua ''forte moeda''(o real, que chega a valer até $10,70 pesos uruguaios), uma refeição como esta ficou na faixa de 1110 pesos mais serviços. Uns, calculo, 20% menos do que uma refeição similar na capital paulista em estabelecimentos do mesmo gênero...Detalhe importante: eu tomei apenas água mineral com gás. Com vinhos este valor deve variar, e para cima...
Embora tenha frequentado outros desta mesma categoria- e, comparativamente, um lugar mais simples especializado em ''parrillas''( cortes de carne)- só no penúltimo dia descobri um estabelecimento que conseguiu aliar( coisa rara)qualidade e preço. Esta estória eu contarei mais adiante...

''Palhinha'' da Ciudad Vieja- antes do almoço...

Esta rua exclusiva para pedestres, nas imediações da Praça Independência, marca também o momento em que eu passei a procurar um restaurante para almoçar. Sabia que ele estava localizado ''nas cercanias'' do Teatro Solis- por que passei neste momento. 
Só ignorava que ele estava DENTRO do Teatro. Até descobrí-lo, ''penei'' vários minutos sob um vento gélido. Imagino a cara que eu apresentava quando cheguei ao restaurante( cabelos arrepiados, olhos vermelhos, etc.). Deveria ter cortado os cabelos bem curtos antes desta viagem...
No próximo post, finalmente, o almoço...
PS: Depois da refeição eu tive de me ''dobrar'' e, finalmente, comprar uma roupa mais adequada para tanto frio...Nada porém no estilo do que vi nestes dias  em Montevidéu, onde algumas pessoas- além de boinas e cachecóis- cobriam o rosto com panos, na desesperada tentativa de lidar com este gélido vento polar...Com uns dois dias já estava me ''acostumando'' e depois, quando a temperatura começou a esquentar, até lastimei a volta do calor...

Praça Independência, em Montevidéu( Uruguai).

Como já passa de 13 horas, neste primeiro dia em Montevidéu que estamos a retratar, meu estômago começa a dar sinais de vida. Porém, antes de procurarmos um restaurante- e ele está bem próximo, mais próximo do que imaginávamos- vamos dar uma breve passadinha por um dos lugares mais especiais de toda a capital uruguaia: a Praça Independência.
Além do Monumento a Artigas( herói uruguaio, líder de sua Independência), e da sede da Presidência da República daquele país, a Praça Independência marca uma espécie de ''limite'', ''fronteira'' entre territórios: além dela esta a ''Ciudad Vieja''- que mostraremos mais adiante, com suas ruas exclusivas para pedestres e o famoso Mercado del Puerto. E nela chegamos também, infelizmente, ao final da Avenida 18 de Julio...
Reparem como o  país, apesar de pequeno- tem pouco mais de 3 milhões de habitantes- não transaciona com o que lhe é mais caro: ''Libertad o Muerte''( Liberdade ou Morte)é o seu lema. O Uruguai está fazendo um belo papel em plena Era da Globalização, preservando suas tradições e costumes ao mesmo tempo em que se abre para o mundo. A isto, dedicaremos um post exclusivo mais adiante...
Alcnol.
PS: Na penúltima foto, um dos quiosques tão comuns no centro de Montevidéu. Que ''vendem de tudo''( balinhas, cigarros, fichas telefônicas, etc.)...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quer saber se uma cidade é bem cuidada? Repare em suas praças...

Por este critério, o de seu estado de conservação, a Praça Engenheiro Juan P. Fabini- no centro de Montevidéu- faz bonito. Vejam como até os chafarizes estão funcionando...
Por que é importante termos praças bem conservadas? Porque elas são um convite à confraternização, à vida social. Praças sujas e mal-conservadas- como as da capital paulista- e frequentadas por moradores de rua, são um perigo para os passantes e moradores de seu entorno. Vejam como o estado de conservação das praças, algo tão ''simples'', tem reflexos até na criminalidade urbana...
Na última foto, uma prévia da Avenida Libertador. Logo mais faremos um passeio mais completo nesta via urbana que leva a um dos principais lugares da capital uruguaia.
Alcnol.

Cinema de rua de Montevidéu, na Praça Cagancha...

Como capital ''callejera''(  ''rueira'' )que é, naturalmente Montevidéu deveria ter vários cinemas de rua. Este aí, na Praça Cagancha- que mostraremos com mais detalhes nos posts seguintes- é um deles. Infelizmente assistir filmes não é algo fácil quando estamos viajando- e queremos conhecer ''tudo''...
Alcnol.

Avenida 18 de Julio, Montevidéu, e a famosa ''fonte dos cadeados''...

Diz a lenda que se colocarmos um cadeado nesta ''fonte dos cadeados'' da Avenida 18 de Julio, em Montevidéu, com o nome de duas pessoas que se amam, elas voltarão juntas a visitar a capital uruguaia- e seu amor ''durará para sempre''...
Na dúvida, uma multidão encheu a pequena fonte de cadeados...
Em seguida, foto da varanda ao ar livre do café em que eu estava- vizinho à fonte. Em dias  de frio, naturalmente, esta área não é muito concorrida...
Alcnol.

Avenida 18 de Julio: o ''coração'' de Montevidéu...

Durante a última Copa do Mundo na África do Sul, quando mostravam pela TV as comemorações pelas sucessivas vitórias da Seleção Uruguaia, é na Avenida 18 de Julio- centro de Montevidéu- que elas se davam.
Uma amiga paulistana, que também esteve recentemente na capital do Uruguai, comentou que em São Paulo não há um lugar como este. E verdadeiramente não há. Com mais de 50 Shopping Centers, a agitação nas ruas da capital paulista diminuiu bastante.
Para sua sorte, Montevidéu segue o que poderíamos chamar de ''modelo europeu''. Com muitas lojas, galerias, cafés de rua com charmosas áreas livres em amplas varandas( disponíveis apenas quando faz calor, claro...), livrarias e tudo o que nós vamos mostrar nos posts seguintes.
A rua tem agitação, vibração na capital uruguaia, e o centro de tudo está na Avenida 18 de Julio. 
Diante disto, grande foi minha emoção ao entrar neste universo tão rico e repleto de história. Nesta Avenida é possível sentir muito da ''alma'' da cidade de Montevidéu. Ela, poderíamos dizer, é uma espécie de ''porta de entrada'' daquele país.Correndo o risco de parecer demasiado grandiloquente, a Avenida 18 de Julio é como umaa espécie de portal para uma dimensão ''pós-tempo''- em que, ao lado de todas as conveniências da chamada ''modernidade'', deparamos com coisas que estão lá há, sei lá, 30/40 anos.
A Avenida 18 de Julio não é algo a ser visitado às pressas, como um Museu ou um Mercado. Há que se deixar levar pelo seu clima, passando umas boas horas em um de seus cafés. Observando a apressada multidão que corre para lá e para cá, em um ritmo que- para nós, que vivemos em São Paulo- ainda assim tem um pouco de ''lento''... 
Alcnol. 
PS: Na foto 5 uma de suas ruazinhas laterais, com cara de ''boulevard''. No próximo post, mais Avenida 18 de Julio...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Na ''rambla''- orla do Rio da Prata- de Montevidéu, o Parlamento do Mercosul...

Volta e meia alguns parlamentares brasileiros dão uma ''escapadinha'' a Montevidéu, para participar de sessões do Parlamento do Mercosul. 
Agora, eu e vocês já sabemos onde ele está situado: bem na orla daquela cidade, neste prédio bonito.
O Mercosul anda meio parado, está longe de se tornar algo com a força de uma União Europeia. Mas sede ele já tem, pelo menos...E, reconheça-se, entrar no Uruguai como turista brasileiro é simples: basta portar o RG ou o Passaporte...E é até bom não termos ainda uma moeda comum: os nossos reais estão bastante valorizados nos países vizinhos( até 10,70 pesos por um real é o que se pode conseguir nas casas de câmbio uruguaias...).
O Parlamento do Mercosul foi também o final deste passeio inicial pela ''Rambla''. A partir daí, peguei o caminho interno com destino á Avenida 18 de Julio. Tema de nosso próximo post. E, longe do vento, já era até possível abrir o mapa de novo...
Alcnol.

Primeiro passeio em Montevidéu: que frio...

À noite, logo após a chegada, tratei de comer em um shopping próximo ao hotel. E, como este estava situado á ''beira-mar''( tecnicamente o Rio da Prata é chamado por este nome mas, como vocês verão nas fotos, não tem um ''outro lado'' visível- como nos rios comuns), na manhã seguinte tratei de fazer o meu passeio pela ''Rambla''( como é chamada a orla de 22 km da capital uruguaia). 
Mapa da cidade nas mãos, com destino ao centro da cidade. Só não contava que, àquela hora, estivesse fazendo uma temperatura( só descobri, e registrei, mais tarde)de 5/6 graus...Novidade para mim, e uma novidade que me fez adquirir urgentemente uma roupa mais apropriada para a ocasião( um casaco, vendido em uma das muitas lojinhas da Avenida 18 de Julio...).
Mas, na hora em que tirei estas fotos do Parque Rodo( situado na ''Rambla''), não tinha casaco algum. Só um suéter, e uma camiseta por baixo. E ventava tanto que eu não conseguia mais fechar o mapa que havia aberto, sem contar que- por instantes- o vento que soprava atrás de mim parecia impulsionar-me para frente...
Á noite eu teria outra prova desta ventania: ela soprou o tempo todo enquanto eu estava no quarto do hotel, com uma fúria que eu estimei em quase 100 km/h. Coisa ''pequena'', que no Sul do Brasil levaria o nome de ''ciclone''...
Mas não vamos nos adiantar. Por enquanto, fotos do Parque Rodo- e dos 3 ''amiguinhos'' cisnes que vieram recepcionar o mais novo visitante da cidade...
Alcnol.

Chegada a Montevidéu...

Destaque para as novas instalações- bastante modernas e confortáveis, bem diferente dos nossos ''sucatões'' que chamam de Aeroportos- do Terminal de Carrasco.
Claro que, como diz a famosa frase, ''não existe almoço de graça'': o Aeroporto da capital uruguaia é privatizado. Quem não quer pagar, ou quer pagar menos, que fique com o nosso Galeão( em péssimo estado, pelo que constantemente informam os jornais cariocas...).
Alcnol.

Por que escolhi o Uruguai como destino desta última viagem?

Considerando que o programa de milhagens de uma companhia aérea estava debitando cerca de 10 mil pontos para cada trecho de viagem na América Latina, por que escolher o Uruguai?
Para quem acompanha este blog há mais tempo, há de lembrar-se que- durante uma viagem a Curitiba-PR e em outra para Porto Alegre-RS- fotografei várias vezes cartazes e outdoors de propaganda do Uruguai( iniciativa da empresa ''Uruguai Natural'', que promove o turismo daquele país). Isto denota curiosidade pelo país vizinho.
A história daquela nação está intimamente ligada à nossa, também. O Uruguai fazia parte do Brasil, até tornar-se independente. Após o Golpe Militar de 1964, vários líderes brasileiros foram refugiar-se naquele país: o Presidente deposto João Goulart, e o saudoso líder Leonel Brizola.
Esportivamente, o Uruguai é muito maior do que o seu tamanho: bicampeão mundial, uma das vezes em pleno Maracanã( em 1950). Melhor mudar de assunto...Ou não, já que estas ''mágoas'' do passado estão quase esquecidas e, nesta última Copa, diversos brasileiros como eu torceram para a Celeste Olímpica também. Eu, porque o chamado ''estilo Dunga'' não me convencia. Outros, em especial botafoguenses, por causa da presença na Seleção Uruguaia do artilheiro botafoguense ''Louco Abreu''( até fizeram uma edição especial de uma camisa celeste com o escudo do Botafogo...).
Culturalmente, o Uruguai também tem uma influência muito maior do que teria normalmente um país de apenas 3 milhões de habitantes. Basta recordarmos alguns de seus maiores escritores: Eduardo Galeano( autor do ''best seller''  ''As Veias Abertas da América Latina), Mário Benedetti, Juan Carlos Onetti, entre muitos outros...
O Uruguai, graças a Jorge Battle, foi também precursor do chamado ''Estado de Bem Estar Social'' na América Latina( que depois seria adotado também por Perón, na Argentina, e Vargas, no Brasil). Graças a pesados investimentos sociais, em especial na Educação, ainda hoje o país se beneficia disto: Montevidéu é repleta de livrarias, cinemas, teatros e Museus, além de contar com 4 jornais diários. O Governo Uruguaio investiu pesado na compra de computadores pessoais para seus estudantes( aqueles concebidos pelo americano Nicholas Negroponte, que não deveriam passar de US$100,00- cem dólares).
Com a crise argentina, que se agravou ainda mais durante os mandatos do casal Kirshner, o Uruguai tornou-se também o maior consumidor ''per-capita'' de carne bovina do mundo. Vários dos cordeiros que consumimos aqui no Brasil são provenientes do país vizinho, que também exporta bastante para os EUA. Mas os detalhes sobre as carnes uruguaias reservamos para mais adiante...
Apesar de tudo isto, visitar o Uruguai foi como um ''tiro no escuro''. Isto porque, à exceção de um pequeno guia gaúcho- ''Montevidéu de A a Z'', Editora Artes e Ofícios- não existe mais nada nas livrarias sobre a capital daquele país. As imagens de TV, inclusive na Copa, eram ruins- e a impressão que tínhamos era de que estávamos vendo um país que vivia ainda em plena ''década de 70''. Fotos de revistas e diversas publicações também não ajudaram muito para que tivéssemos uma ideia mais apropriada daquele país. 
No entanto, quando uma pessoa conhecida me advertiu que- comparado com o ''glamour'' de Buenos Aires, visitar Montevidéu seria uma espécie de ''prêmio de consolação''- rebati firmemente. Mesmo sem conhecer a capital uruguaia, assim como a pessoa que me fez este comentário, eu ''sentia'' que, pelos motivos elencados acima e por muitos outros, iria gostar muito de Montevidéu- impressão que, pelos posts anteriores, acabou se consolidando...
Feitas estas considerações iniciais, nos próximos posts vamos- com a ajuda das fotos tiradas na viagem- falar propriamente da capital uruguaia, e da ótima visita que fizemos a esta...
Alcnol.