domingo, 18 de agosto de 2013

Lendo a revista ''Veja'' desta semana ''ás avessas''( do fim para o começo)...

Talvez por isto, embora tenha- em compensação- lido primeiro a crônica imperdível de José Roberto Guzzo e a matéria de capa sobre os chamados ''Black Blocs''( ''anarquistas''), acabei ''perdendo'' de início um texto que vale por tudo, por si só: a entrevista das páginas amarelas...
O entrevistado é o psicólogo Philip Zimbardo. Um estudioso do ''mal''- tema de seu último livro, publicado no Brasil: ''O Efeito Lúcifer''. Vou procurá-lo pois, a julgar por suas declarações, é muito interessante...
Selecionei um trecho da entrevista na ''Veja'', que considerei significativo:
Pergunta: Qualquer um de nós pode cometer uma atrocidade, então?
Resposta: - ''Os estudos mostram, um após o outro, que não mais do que 10% das pessoas conseguem permanecer imunes a situações que as compelem a agir de forma má. Quando os caminhos familiares e seguros são trocados por uma situação totalmente nova, o inesperado pode despertar no ser humano reações completamente contrárias a tudo aquilo em que acredita, fazendo emergir uma face bastante cruel''. 
O motivo ele acrescenta a seguir: ''Os seres humanos são flexíveis em relação a seus valores e crenças. Tendem a se adaptar ao status quo. Se ele muda, as pessoas logo trocam seus padrões habituais de resposta por outros que façam mais sentido na nova ordem''( nossos grifos).
A experiência de Stanford a que o Professor faz referência na entrevista é aquela em que alguns alunos foram escolhidos para fazer o ''papel'' de ''guardas'' em uma prisão imaginária, e outros para fazer o ''papel'' de ''prisioneiros''.
Os ''guardas'' foram extremamente agressivos, passada a surpresa inicial, e não se comportaram de modo muito diferente dos ''guardas'' verdadeiros...
Há um filme que reproduz esta pesquisa, e é bastante interessante: ele se chama ''A Experiência''...
Detalhe: o mesmo poderia se inferir de qualquer experiência de ''comando'' no mundo. Dê a um homem uma arma,  ensine-o a tratar os outros como ''inimigos'', e ele não reagirá de modo muito diverso do ''modus operandi'' dos militares egípcios...
Outra ''guerra'' com muitas ''baixas'' também é aquela que se trava cotidianamente entre ''chefes'' e ''subordinados'' em qualquer empresa, mas esta já é outra estória...
Alcnol.

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