quarta-feira, 1 de abril de 2009

A mais recente gafe do Presidente Lula...

No plano interno as declarações infelizes do Presidente da República não mais surpreendem, ou chocam ninguém. Não tem consequência alguma, afinal o Homem está acobertado por uma popularidade de quase 70% dos brasileiros. Já no plano internacional, é compreensível a surpresa e constrangimento provocados por sua mais recente declaração: a de que a atual crise econômica teria sido causada pelos financistas ''brancos e de olhos azuis''...Lula, quando iniciou a carreira política que o levaria à Presidência da República, fugia com habilidade dos que procuravam rotulá-lo como ''socialista'' ou adepto da ''luta de classes''. ''Não sou marxista'', afirmava, para se diferenciar das correntes de ultra-esquerda que, naquela época, estavam todas abrigadas no interior do PT. Naquele tempo, as frases de Sua Excelência soaram como ''modernas'', habilidosas. No entanto, 30 anos após a fundação do Partido dos Trabalhadores, o Presidente Lula soa como um dinossauro. Perdoem-me pela franqueza. Vamos explicar o porquê de uma frase tão contundente...Nos anos 60, do século passado, a esquerda mundial apoiava a luta contra a colonização dos países de Terceiro Mundo, sob o argumento de que, livres de seus opressores, estas nações viveriam muito melhor. Hoje várias delas ''passam o pires'' nos encontros internacionais, em busca de ajuda de seus anteriores ''opressores de olhos azuis''...Sem contar o fato de que, livres de seus opressores, hoje estão mergulhadas na violência e na mais absoluta miséria...Quem vive no Brasil, em especial em uma cidade como o Rio de Janeiro, duvidaria de uma afirmação tão esquemática quanto a feita pelo Presidente. Afinal, de quem é a responsabilidade pela situação atual do país e do Rio? O jornal ''O Globo'' do último dia 28 de março noticia em primeira página que o ''Rio inicia construção de muro para proteger mata em favela''( onze quilômetros serão erguidos em 11 morros da Zona Sul este ano). A atual situação de descontrole e crescimento desenfreado das favelas( também chamadas de ''comunidades''), chefiadas e controladas por quadrilhas que controlam o tráfico de drogas e a criminalidade- bem como a virtual situação de falência do Poder Público local- explicam medida tão drástica e desesperada. Dizem os mais desesperados que o Rio de Janeiro está ''morrendo'', e não é por causa dos brancos e de olhos azuis- cada vez mais acuados nesta ''terra sem ordem''...Não é com declarações racistas( ao contrário, mas também racistas...)e preconceituosas que iremos debelar a crise atual no mundo inteiro. Lula certamente deve ter pensado em Barack Obama, com quem havia se encontrado poucos dias antes. Obama está neste momento ''limpando o lixo'' deixado por seus antecessores- responsáveis por toda esta crise. No entanto, o próprio Obama, durante sua campanha, procurou fugir o tempo inteiro de maniqueísmos baratos do tipo ''negros contra brancos''. Inúmeros brancos, e de ''olhos azuis'', apoiaram e votaram no atual Presidente e fazem parte neste momento do Governo dos Estados Unidos. Aliás, e se Obama fosse- como Condoleezza Rice- republicano? Um negro republicano- que defendesse a continuidade das políticas de George Bush- mereceria igualmente o nosso apoio? Eu digo que não, mas não sei se os defensores de ''cotas raciais'' e aqueles que apoiaram mais esta ''gafe'' do Presidente Lula fariam o mesmo...Afinal, para eles o mundo está dividido em ''bons'' ou ''maus'' conforme a sua aparência física e não por suas idéias...''O Globo'' foi ágil, revelando que, entre os inúmeros banqueiros responsáveis diretos pela atual crise, se encontram dois negros( assim como poderiam ser chineses, hindús, muçulmanos, judeus, pois o caráter não se apura pela nacionalidade ou procedência étnica...). Além de denunciar os ''brancos de olhos azuis'' como responsáveis pela atual crise- no melhor estilo dos terceiro-mundistas dos anos 60 do século passado- Lula( mais uma vez ao melhor estilo Hugo Chávez, com quem anda se encontrando muito nos últimos tempos)defende como melhor alternativa contra a recessão um ''Estado forte''. O que ele entende por isto, por este ''slogan'' tradicional da esquerda brasileira? Talvez esteja vibrando com a hipótese de ''estatização'' temporária dos bancos norte-americanos semi-falidos. Talvez ele devesse ouvir um pouco mais os seus interlocutores instalados na Casa Branca- negros e brancos com ou sem ''olhos azuis''- para arejar um pouco as idéias e, como na propaganda de uma marca de automóveis, ''rever alguns de seus conceitos''...Um Lula cometendo ''gafes'' no plano interno é uma coisa. Outro atrevendo-se a proferir afirmações de gosto duvidoso na arena internacional, para constrangimento nosso e de seus interlocutores, é outra coisa, muito pior...Mais do que buscar culpados, precisamos todos- no plano internacional, sobretudo- estar unidos para combater a crise econômica que varre os mercados do mundo inteiro. Sejamos negros, brancos de olhos azuis, judeus, muçulmanos, hindús, chineses, africanos, etc., etc.,etc...Alcnol.

Um pouco mais da Rua Minas Gerais, no final da Paulista, onde almoçamos no Sal Gastronomia...

Este post deveria vir antes do post onde falei do pequeno restaurante ''Sal Gastronomia'', situado na Rua Minas Gerais sentido Avenida Doutor Arnaldo, até como contextualização do lugar. Mas blogueiros não tem muito sentido lógico, de ordem. Comecei pelo principal, e agora dedico um post adicional para mostrar a Rua Minas Gerais. Por que tanta atenção para o lugar? Vejamos...A foto número 1 mostra o trecho da Minas Gerais sentido Doutor Arnaldo, onde está situado o ''Sal Gastronomia''( comentários no post anterior). Na foto 2, claro que tirada no trecho de Higienópolis da rua, imagens de um condomínio residencial de aparência ímpar( ao ver aquilo, fiquei bons momentos em dúvida sobre o que era- Hotel ou residência- até que um segurança esclarecesse as minhas indagações). Foto 3: Rua Minas Gerais, era natural que tivesse um restaurante com o nome ''Savassi''( nome de um dos principais bairros de Belo Horizonte...). Foto 4: esquina da Rua Minas Gerais com o final da Avenida Paulista( logo após o cruzamento da Paulista com a Avenida Angélica...). Duas últimas fotos: ''Edifício Pampulha''( nome de um dos aeroportos da capital mineira)...Vejam só como o nome ''Minas Gerais'' não ficou impune, dando margem a diversos trocadilhos e ligações com a capital daquele belíssimo estado...Alcnol.

Comendo no fim da Avenida Paulista...

Esta casa eu descobri durante uma das passagens pela região que marca o final da Avenida Paulista. Ela fica além da área já retratada aqui- decadente, com sex shop e injustamente batizada como Rua ''Vinícius de Moraes''( ???! - talvez o poetinha desse boas risadas com esta sex shop em ''sua'' rua...). O mais surpreendente nesta Rua Minas Gerais, onde almoçamos no Sal Gastronomia, é que ela tem dois sentidos diferentes( um vai da Paulista para o bairro de Higienópolis, enquanto o outro vai da Paulista até a Avenida Doutor Arnaldo...). Talvez por isto, por esta confusão toda, pensássemos que o badalado restaurante estivesse localizado nas proximidades da Praça Vilaboim...Bom, mas neste primeiro contato com a casa não conseguimos mesa em seu interior. Mas havia uma alternativa: comer na área de espera, fora...Foi o que fizemos. Não confie jamais na promessa dos atendentes de restaurantes de que ''quando vagar alguma mesa nós avisaremos o senhor''. Tudo o que eles querem é acomodar você em algum lugar- quer gostemos ou não- para poderem se livrar do incômodo que é procurar mesa para alguém...Por isto, uma vez acomodados em uma mesa é praticamente impossível sair do local ''provisório''. Ante tantos comentários, é de se imaginar que não apreciei muito o restaurante, não é? Errado. Mesmo mal acomodado, no lado de fora- o que acabou dando a sensação agradável de estar em um botequim- deixei-me embarcar na aventura gastronômica proporcionada pela casa. Entrada: ''batata rústica''. Prato principal: ''risoto de carne seca''. Enquanto comia ia ouvindo as conversas dos vizinhos- também acomodados no lado de fora- e seus comentários sobre o ''forte'' do Sal Gastronomia( pratos ''imperdíveis'' segundo a opinião deles: atum com crosta de gergelim era um deles...). Em determinado momento o próprio chef saiu para a pequena área externa para conversar com alguns de seus conhecidos que, por sinal, também estavam almoçando por ali...O espírito da casa é bem democrático: executivos e garotões de bermuda marcam bem os contrastes de um local que consegue reunir as mais diversas facetas da cidade de São Paulo. Único senão: o ''Sal'' só abre durante a semana e sábado para o almoço...PS: É impossível definir- como fazem vários ''críticos'' gastronômicos- um local apenas por uma visita. A que eu fiz, como amostra, deu-me uma única certeza: este ''Sal Gastronomia'' merece ser melhor explorado, em futuros retornos...Alcnol.