domingo, 15 de fevereiro de 2009

O outro lado da Rua Amauri...

Se você nos acompanha, já deve ter visto o extenso post que dedicamos à Rua Amauri, a chamada ''Rua dos Restaurantes''. E não são restaurantes comuns: Dressing, Trindade, Ecco, entre outros...Então, por que este post recebeu o estranho nome de ''o outro lado da Rua Amauri''? Simples. Porque a Avenida 9 de Julho é a grande divisória entre dois trechos da mesma rua. De um lado, os restaurantes chiques e famosos. Do outro...Veja agora o que está escondido no ''outro lado da Rua Amauri''...Começando de baixo para cima: Foto 5- o ''outro lado da Rua Amauri'' é predominantemente residencial. OK, mas por que você usou o termo ''predominantemente''? Simples, porque na foto 4 você avistará um bar em plena Rua Amauri( esquina das Ruas Emanuel Kant e Amauri, para ser mais preciso...). E a foto 3? Mostra um daqueles irresistíveis prédios baixinhos, mas cuidado: aqui, sem aviso algum, e no mesmo espaço físico que caracterizaria uma mesma rua, já mudamos- ao melhor estilo paulistano- de rua e de nome. Esta aí é a Rua Padre Manuel de Chaves( foto 1), que possui um cruzamento com a ''Rua Rússia''. Para os que crêem em coincidências relato que, justamente no momento em que fotografava a ''Rua Rússia'', uma senhora passou por mim, rapidamente, vestindo uma camiseta em que estava escrita uma única sigla: CCCP( o símbolo da extinta União Soviética...). Algo de dar arrepios, não? Voltemos para a 9 de Julho...Finalizando, a foto 2 mostra flores brancas na- creio eu- Rua Manuel de Chaves. Ou seria na Amauri???!

Novidade na Avenida 9 de Julho- o que é isto???

A minúscula rua que avistamos durante nosso passeio pela Avenida 9 de Julho é um convite ao passeio. A começar pelo nome. Rua Emanuel Kant. Filósofo alemão, grande apreciador de caminhadas- como eu...Dizem que Kant era tão pontual que as pessoas acertavam seus relógios pela hora em que ele começava a caminhar...Mais à frente, ouviremos(o mais apropriado seria leremos ou faremos) novamente uma menção a esta ruazinha e ao grande filósofo homenageado...

Descendo a 9 de Julho, em uma manhã chuvosa de sábado...

A Avenida 9 de Julho não é o nosso destino. Mas é nela, ou melhor, em suas proximidades, que decidimos almoçar. Para isto, pegamos um ônibus para ''descer'' até as imediações do bairro do Itaim Bibi. E seguimos caminhando, sob a sombra de suas majestosas árvores, rumo ao restaurante. A homenagem a Nossa Senhora na estátua em uma pracinha e no colégio nas imediações- fica aqui o registro...Quem conhece este blog há mais tempo sabe que, mesmo sem planejar meus passeios com antecedência, não costumo ''dar ponto sem nó''. Descobrimos algumas coisas bem interessantes naquela região. A resposta para as dúvidas crescentes será dada nos próximos posts...

Passeio pela Avenida 9 de Julho- sentido Marginal Pinheiros- em um sábado chuvoso...

O ideal seria descer caminhando desde a Paulista. Porém, meus pés estão um pouco machucados pelas andanças da semana. Por isto, peguei um ônibus na Avenida 9 de Julho com destino à mesma Avenida- nas proximidades do Itaim Bibi. Neste gostoso sábado meio frio e chuvoso- com máxima prevista de 22 graus- nada melhor do que passear em meio às árvores antes da hora do almoço- que pretendo fazer nesta mesma região. Onde será? E o que acharei de novo nesta caminhada? As respostas para isto estão neste e nos próximos posts...PS: Êpa! O que é aquela gigantesca figura no meio da Avenida? Homenagem aos milhões de motoristas da cidade de São Paulo? NÃO...A estátua homenageia os trabalhadores dos cafezais...

Lugares que remetem ao Rio de Janeiro...

O Rio de Janeiro é inesgotável. Mesmo em meio a todas as mazelas urbanas que usualmente apresenta, o Rio é simplesmente incomparável- nenhum outro lugar no mundo poderia igualar o seu encanto e magia. O Rio não se esgota- nem podemos sequer pensar em ''enjoar'' de uma cidade como esta- porque é mais do que uma metrópole, uma localidade: o Rio de Janeiro é uma idéia, uma noção em nossas mentes...O Rio é saudade de momentos inesquecíveis que passamos ali, assim como promessa de novas alegrias e descobertas...Tão forte é a imagem do Rio de Janeiro, que a encontramos mundo afora: nos filmes e- quem diria?- em dois prédios de apartamentos vizinhos em São Paulo...Local: imediações do Parque da Aclimação. Edifícios ''Corcovado'' e ''Pão de Açúcar''. De quebra uma calçada que lembra aquele calçadão de Copacabana...Não, estes nomes não foram postos por ''acaso''. Mesmo em São Paulo o Rio- ou melhor, a idéia/ o conceito do Rio- encontra os seus mais inesperados amantes e defensores...Não fiquem indignados paulistanos: não pretendemos aqui fazer comparação entre as duas cidades. Neste quesito, o Rio é ''hors concours''( traduzindo: está acima de quaisquer comparações...).

Banca de Jornal decorada com imagens de super-heróis- tudo a ver...

O ''genial'', usualmente, é algo simples que ninguém mais foi capaz de perceber. E esta aparência de ''simplicidade'' muita vezes faz com que deixemos de reconhecer a singularidade daquele gesto ou idéia...Aparentemente ''perdido'' em minhas andanças pela região da Liberdade/ Aclimação, acabei ''me achando'' ao contemplar esta bela imagem aí: super-heróis na fachada de uma banca de jornais. ''Estou salvo'', pensei. Quem ousaria me fazer ''mal'' diante de protetores como estes? Capitão América, Homem Aranha e( acho)Wolverine...Ah, sim. A idéia de pintá-los em uma banca de revistas foi genial...

Mil Perdões...

A natureza é muito mais sábia do que nós. E não luta contra o que é: não teme ser ''única'', ''original'', ''diferente'', ''especial''. Buscamos sempre referências na natureza, porque ela tem o dom de nos remeter novamente ao nosso eixo. A um lugar onde esqueçamos os nossos medos, raivas, angústias, para constatar que- além de todas as ''queixas'' e ''choros'' dos seres humanos- tudo, no Universo, vai bem, está em Ordem, funcionando segundo Leis naturais- um maquinismo ''estranho'' que ainda estamos bem longe de compreender...- ''Estou só'', lamenta-se o indivíduo abandonado por sua namorada. Ou a adolescente abandonada por sua cara metade...''Só'' em meio a milhões de seres, animais, árvores, rios, idéias que circulam ''pelo ar''...Em meio ao caos urbano, é na pequena Rua ''Perdões'', na Aclimação, que pudemos recuperar um pouco do nosso centro. O que ela tem a nos oferecer? Tranquilidade e beleza, como vocês podem observar...Que ''mil perdões'', ou melhor, milhares de lugares como esta pequena Rua ''Perdões'' se multipliquem por toda a cidade- pois as nossas dores estão indissoluvelmente ligadas ao distanciamento da natureza: nosso centro, nosso eixo, o lugar onde as ''dores'' se transmutam em ''perdões''...

Casinhas coloridas em São Paulo-II

Estes fenômenos- encontrar algo especial, único, diferente de tudo o que conhecemos- são um pouco raros. No entanto, como percorremos diferentes regiões da cidade de São Paulo no decorrer de apenas uma semana, conseguimos achar não apenas uma área interessante como duas. A já mostrada na Liberdade, e agora esta aqui- na Rua Carla, no Itaim Bibi...PS: As duas últimas imagens- fachada em verde, com desenhos- referem-se a um lugar( loja? casa?)nas imediações da Estação Ana Rosa, do Metrô...

Casinhas coloridas em São Paulo...

Em uma recente reportagem sobre o ''consumo da Classe C'', publicada na revista de negócios ''Exame'', um vendedor de tintas revelou que, para fazer negócios em uma região, é preciso lidar com todos os potenciais compradores de uma só vez. Por que? Ninguém quer ter a sua casa ou negócio ''em destaque''...Talvez isto explique porque temos tantos paulistanos em trajes de ''camuflagem'', ou usando automóveis ''camuflados''...O motivo? É ''arriscado'' assumir uma posição de destaque. É ''arriscado'' vestir algo diferente, pintar a própria casa de uma cor diferente, dirigir um automóvel vermelho/ amarelo, etc. Para vender tinta para um morador, revelou o vendedor entrevistado por ''Exame'', é preciso vender para todos. O brasileiro, nota-se, tem ''medo'' de tomar iniciativas- é necessária a ''concordância'' dos demais...No entanto aqui e ali, durante nossas andanças pela metrópole, é possível constatar alguns lugares- comerciais ou residenciais- que ''ousaram'' fugir do padrão existente( ou seria melhor dizer ''falta de padrão'' existente?). Estes nos interessam. Buscam os nossos olhares, e as lentes de nossos celulares/câmaras digitais. Como pode algum comerciante não querer destaque para o seu estabelecimento? Estes querem. Ousam. Buscam diferenciar-se, sair da média. Como seria um mundo em que todas as pessoas pensassem assim? Em que cada um ousasse expor as próprias idéias, gostos, preferências, de um modo único, não comparável a qualquer outra coisa? Estamos iniciando a nossa jornada rumo a este mundo. Contra a padronização de uma sociedade industrializada, prometem-nos produtos individualizados- feitos de acordo com as nossas indicações e preferências. Feitos de modo semi-artesanal. Contra a ditadura de canais de TV padronizados e ''líderes de audiência'', a fragmentação de centenas ou milhares de canais a cabo. Contra os ''hits'' musicais, e a indústria da música, a fragmentação de milhares de rádios digitais na Internet. O jornalismo está em ''crise''? Como, se nunca tivemos acesso a tantas notícias? E se temos cada vez mais tantos blogs e painéis de discussão sobre temas levantados normalmente pela imprensa? Não é o jornalismo que está em crise, são os jornais impressos...Estes precisam adaptar-se aos novos tempos, ou perecer...Enquanto os novos tempos- uma época especial em que nenhuma coisa(ou pessoa) se parecerá com outra, porque tudo terá um ''toque extra'' proporcionado pela singularidade de cada indivíduo- não chegam, fiquemos com alguns exemplos de independência e beleza nos tempos de transição que vivemos. Pequenas casas- comerciais ou residenciais- que ousaram sair da ''mesmice'', do ''padrão safári''( sem cor, sem vida)que domina algumas regiões de São Paulo...Alcnol. PS: Fotos da Rua Taguá, na Liberdade( próxima da Estação São Joaquim do Metrô e de uma filial da Faculdade FMU)...