sexta-feira, 20 de junho de 2008

Abrindo os olhos do espírito...

O despertar espiritual é um processo de abertura dos sentidos. Como que de repente, passa-se a ouvir, sentir, ver coisas que normalmente não reparamos em nosso cotidiano. Tudo isto é um ''voltar para dentro'', no sentido de notar que há algo mais em nosso ser do que um corpo, e um ''voltar para fora'', mas mirando um exterior que vai além das outras pessoas e das coisas materiais. No dia-a-dia de milhões de indivíduos, em especial nas grandes metrópoles, e uma vez que o ser humano é bombardeado por BILHÕES de informações diferentes a cada segundo, processa-se um gigantesco movimento de embotamento coletivo. Para ''escapar'' das coisas desagradáveis, de um cotidiano massacrante, os seres humanos bebem, consomem drogas, assistem TV. Vidas inteiras transcorrem em ''ponto morto'', em um processo contínuo de repetição. ''Não tenho tempo'', é o mantra das pessoas ocupadas. ''Não tenho tempo'' para: ler, brincar com os meus filhos, me divertir, viajar, dar mais atenção à minha mulher/meu marido, fazer as coisas que me dão prazer. No entanto, engana-se quem considera necessário deslocar-se fisicamente para despertar para as coisas do espírito. Elas não estão na Índia, exclusivamente. Estão aqui, sob os nossos olhos, onde nós passamos. O mundo espiritual não está no ''céu'', onde todos imaginam. Em plena cidade de São Paulo, e competindo com o som irritante dos carros e obras de um lugar que se orgulha de ''nunca parar'', ouço neste instante, ao fundo, o canto de pássaros...Ser espiritual, estar aberto para as coisas do espírito, não significa fugir das obrigações deste mundo. Não significa fugir do que este mundo tem de ruim, mas também de bom. Aqui e agora, onde você estiver, existem outras coisas a que dar atenção. Ser ''espiritual'', termo que amedronta tanta gente, é abrir olhos, ouvidos, mente para TUDO o que está ao nosso redor. ''Qual é o limite?'', me pergunto em um dia feliz. ''Qual é o limite da felicidade?''. É possível, sim, viver uma vida de contínuo aprimoramento, e de abertura para as infinitas ''coincidências'' com que o Universo nos brinda. Melhor seria até dizer que a vida ''brinca'' conosco, com os nossos desejos e anseios, e nos dá, invariavelmente, aquilo a que damos mais atenção. Este é o sentido de afirmar que precisamos ''estar preparados'' para atingir determinada meta. Um ''estar preparado'' significando aqui, à guisa de conclusão, uma maior abertura para as infinitas energias que nos cercam, em uma eterna ''peleja cósmica'' em que não há ''perdedores'' e nem ''derrotas'' definitivas. Não ''somos'' isto ou aquilo. ''Estamos'' todos, nesta ou naquela condição, passageira como tudo é em uma existência- nossa e do cosmo- sem fim...