quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Na ''rambla''- orla do Rio da Prata- de Montevidéu, o Parlamento do Mercosul...

Volta e meia alguns parlamentares brasileiros dão uma ''escapadinha'' a Montevidéu, para participar de sessões do Parlamento do Mercosul. 
Agora, eu e vocês já sabemos onde ele está situado: bem na orla daquela cidade, neste prédio bonito.
O Mercosul anda meio parado, está longe de se tornar algo com a força de uma União Europeia. Mas sede ele já tem, pelo menos...E, reconheça-se, entrar no Uruguai como turista brasileiro é simples: basta portar o RG ou o Passaporte...E é até bom não termos ainda uma moeda comum: os nossos reais estão bastante valorizados nos países vizinhos( até 10,70 pesos por um real é o que se pode conseguir nas casas de câmbio uruguaias...).
O Parlamento do Mercosul foi também o final deste passeio inicial pela ''Rambla''. A partir daí, peguei o caminho interno com destino á Avenida 18 de Julio. Tema de nosso próximo post. E, longe do vento, já era até possível abrir o mapa de novo...
Alcnol.

Primeiro passeio em Montevidéu: que frio...

À noite, logo após a chegada, tratei de comer em um shopping próximo ao hotel. E, como este estava situado á ''beira-mar''( tecnicamente o Rio da Prata é chamado por este nome mas, como vocês verão nas fotos, não tem um ''outro lado'' visível- como nos rios comuns), na manhã seguinte tratei de fazer o meu passeio pela ''Rambla''( como é chamada a orla de 22 km da capital uruguaia). 
Mapa da cidade nas mãos, com destino ao centro da cidade. Só não contava que, àquela hora, estivesse fazendo uma temperatura( só descobri, e registrei, mais tarde)de 5/6 graus...Novidade para mim, e uma novidade que me fez adquirir urgentemente uma roupa mais apropriada para a ocasião( um casaco, vendido em uma das muitas lojinhas da Avenida 18 de Julio...).
Mas, na hora em que tirei estas fotos do Parque Rodo( situado na ''Rambla''), não tinha casaco algum. Só um suéter, e uma camiseta por baixo. E ventava tanto que eu não conseguia mais fechar o mapa que havia aberto, sem contar que- por instantes- o vento que soprava atrás de mim parecia impulsionar-me para frente...
Á noite eu teria outra prova desta ventania: ela soprou o tempo todo enquanto eu estava no quarto do hotel, com uma fúria que eu estimei em quase 100 km/h. Coisa ''pequena'', que no Sul do Brasil levaria o nome de ''ciclone''...
Mas não vamos nos adiantar. Por enquanto, fotos do Parque Rodo- e dos 3 ''amiguinhos'' cisnes que vieram recepcionar o mais novo visitante da cidade...
Alcnol.

Chegada a Montevidéu...

Destaque para as novas instalações- bastante modernas e confortáveis, bem diferente dos nossos ''sucatões'' que chamam de Aeroportos- do Terminal de Carrasco.
Claro que, como diz a famosa frase, ''não existe almoço de graça'': o Aeroporto da capital uruguaia é privatizado. Quem não quer pagar, ou quer pagar menos, que fique com o nosso Galeão( em péssimo estado, pelo que constantemente informam os jornais cariocas...).
Alcnol.

Por que escolhi o Uruguai como destino desta última viagem?

Considerando que o programa de milhagens de uma companhia aérea estava debitando cerca de 10 mil pontos para cada trecho de viagem na América Latina, por que escolher o Uruguai?
Para quem acompanha este blog há mais tempo, há de lembrar-se que- durante uma viagem a Curitiba-PR e em outra para Porto Alegre-RS- fotografei várias vezes cartazes e outdoors de propaganda do Uruguai( iniciativa da empresa ''Uruguai Natural'', que promove o turismo daquele país). Isto denota curiosidade pelo país vizinho.
A história daquela nação está intimamente ligada à nossa, também. O Uruguai fazia parte do Brasil, até tornar-se independente. Após o Golpe Militar de 1964, vários líderes brasileiros foram refugiar-se naquele país: o Presidente deposto João Goulart, e o saudoso líder Leonel Brizola.
Esportivamente, o Uruguai é muito maior do que o seu tamanho: bicampeão mundial, uma das vezes em pleno Maracanã( em 1950). Melhor mudar de assunto...Ou não, já que estas ''mágoas'' do passado estão quase esquecidas e, nesta última Copa, diversos brasileiros como eu torceram para a Celeste Olímpica também. Eu, porque o chamado ''estilo Dunga'' não me convencia. Outros, em especial botafoguenses, por causa da presença na Seleção Uruguaia do artilheiro botafoguense ''Louco Abreu''( até fizeram uma edição especial de uma camisa celeste com o escudo do Botafogo...).
Culturalmente, o Uruguai também tem uma influência muito maior do que teria normalmente um país de apenas 3 milhões de habitantes. Basta recordarmos alguns de seus maiores escritores: Eduardo Galeano( autor do ''best seller''  ''As Veias Abertas da América Latina), Mário Benedetti, Juan Carlos Onetti, entre muitos outros...
O Uruguai, graças a Jorge Battle, foi também precursor do chamado ''Estado de Bem Estar Social'' na América Latina( que depois seria adotado também por Perón, na Argentina, e Vargas, no Brasil). Graças a pesados investimentos sociais, em especial na Educação, ainda hoje o país se beneficia disto: Montevidéu é repleta de livrarias, cinemas, teatros e Museus, além de contar com 4 jornais diários. O Governo Uruguaio investiu pesado na compra de computadores pessoais para seus estudantes( aqueles concebidos pelo americano Nicholas Negroponte, que não deveriam passar de US$100,00- cem dólares).
Com a crise argentina, que se agravou ainda mais durante os mandatos do casal Kirshner, o Uruguai tornou-se também o maior consumidor ''per-capita'' de carne bovina do mundo. Vários dos cordeiros que consumimos aqui no Brasil são provenientes do país vizinho, que também exporta bastante para os EUA. Mas os detalhes sobre as carnes uruguaias reservamos para mais adiante...
Apesar de tudo isto, visitar o Uruguai foi como um ''tiro no escuro''. Isto porque, à exceção de um pequeno guia gaúcho- ''Montevidéu de A a Z'', Editora Artes e Ofícios- não existe mais nada nas livrarias sobre a capital daquele país. As imagens de TV, inclusive na Copa, eram ruins- e a impressão que tínhamos era de que estávamos vendo um país que vivia ainda em plena ''década de 70''. Fotos de revistas e diversas publicações também não ajudaram muito para que tivéssemos uma ideia mais apropriada daquele país. 
No entanto, quando uma pessoa conhecida me advertiu que- comparado com o ''glamour'' de Buenos Aires, visitar Montevidéu seria uma espécie de ''prêmio de consolação''- rebati firmemente. Mesmo sem conhecer a capital uruguaia, assim como a pessoa que me fez este comentário, eu ''sentia'' que, pelos motivos elencados acima e por muitos outros, iria gostar muito de Montevidéu- impressão que, pelos posts anteriores, acabou se consolidando...
Feitas estas considerações iniciais, nos próximos posts vamos- com a ajuda das fotos tiradas na viagem- falar propriamente da capital uruguaia, e da ótima visita que fizemos a esta...
Alcnol.