segunda-feira, 18 de maio de 2009

Arte no Parque Ibirapuera...

Quase 3 anos morando em São Paulo e ainda não havia visitado nenhum Museu. Também não costumo visitá-los durante minhas viagens, nas quais dou maior atenção às ruas. Acabo repetindo esta prática durante o meu dia-a-dia. Mas, nos últimos dois meses, acabei mostrando dois Museus( do Futebol e da Língua Portuguesa). Nada mais natural, nesta súbita ''quebra'' de meus padrões habituais, que visitar a Mostra ''Arte SP'' no prédio da Bienal no Parque Ibirapuera na tarde do último sábado. Eis algumas fotos como amostra, e é tudo que um neófito em Arte tem a dizer sobre o assunto...Quem sabe se, com o tempo e a repetição de visitas semelhantes, eu pego no futuro um pouco mais de familiaridade com o tema...Alcnol. PS: Mas não se enganem. Continuo preferindo as ruas...PS2: As duas primeiras fotos mostram uma obra de arte com a duração restrita de apenas 5 dias. O motivo: trata-se de painéis pintados nas paredes da Bienal, que permaneceriam apenas até o final da Mostra...

Subindo a Cardeal Arcoverde...

Mais atrações daquele trecho tão pouco conhecido da Cardeal Arcoverde, subindo em direção ao Metrô Sumaré...A calçada esburacada pertence à Cardeal Arcoverde mesmo. Mas a casa colorida e a escadaria marcam o final( ou o início?) de uma outra rua, a Alves Guimarães. Ao menos ali não há passagem para automóveis( para motos sim, pois os ''motoboys'' fazem de tudo por aqui...). Desta vez não subi a escadaria para ''conferir'' o que havia lá em cima, pois meus pés já estavam ''em carne viva''. Quem sabe em uma outra ocasião?

Painel histórico na Rua Henrique Schaumann...

Ah, quanta ''saudade'' destes tempos que não vivi...

Arte na Rua...

O local: Rua Cardeal Arcoverde, subindo em direção à Estação Sumaré do metrô. De repente vejo um ''bicho'' do outro lado da rua. Calma, não é um animal vivo. Trata-se de uma obra de arte em plena rua, mais uma daquelas surpresas tão comuns na cidade de São Paulo...

No final da Francisco Leitão, o bistrô ''Casinha de Monet''...

Uma conhecida já havia falado deste pequeno bistrô em Pinheiros, o ''Casinha de Monet''( com paredes decoradas com réplicas do famoso artista francês). Mas uma coisa é ler em um jornal ou revista que o restaurante fica em ''tal lugar''. E outra é estar passeando e ''dar de cara'' exatamente com ele...Por isto, após o pequeno passeio pela Rua Francisco Leitão, decidimos conhecê-lo um pouco mais. No almoço optamos pelo prato do festival ''Sabor Brasil'': ''costeletas de porco com purê de mandioquinha''( foto). Logo acima da tranquila rua que mostramos no post anterior, a movimentadíssima Rua Henrique Schaumann- em mais um daqueles contrastes tipicamente paulistanos...

Rua Francisco Leitão, em Pinheiros...

Como já dito anteriormente, pegamos a Rua dos Pinheiros e- nas proximidades do cruzamento desta com a Rebouças e a Avenida Brasil- entramos nesta simpática Rua Francisco Leitão, em Pinheiros. Como vocês podem ver, nas fotos, um lugar que ''tem de tudo'', no melhor ''estilo paulistano''( prédios históricos, prédios baixos, luxuosos centros de eventos, apartamentos ''duplex'', hotel de luxo, pequenas oficinas...). No próximo post mostraremos que a breve passada pela Rua Francisco Leitão rendeu-nos uma pequena ''descoberta gastronômica''...Uma vez mais a fusão tão paulistana entre a geografia e o estômago...Alcnol.

Volta ao ''Sal Gastronomia''...

Que o ''Sal Gastronomia''- localizado na Rua Minas Gerais, sentido Doutor Arnaldo- é um dos mais promissores e falados estabelecimentos do cenário gastronômico paulistano não se discute. Foi possível constatá-lo na primeira visita que fizemos ao local( vide post anterior neste blog). Por isso mesmo, decidimos nesta última sexta-feira retornar ao ''Sal'' para conhecer um pouco mais do criativo cardápio da casa. Qualificado por um dos garçons como um dos ''carros-chefe'' da casa, o delicioso ''atum em crosta de gergelim'' valeu cada minuto de espera( cerca de 30 minutos, na hora do almoço, amenizados pela entrada igualmente de ''atum cítrico''...). Por si só um prato que valeria muitos retornos ao ''Sal'', sem contar outros pratos que planejamos conhecer, como o ''Ragú de Javali'', cordeiro, etc...Alcnol. PS: Na foto, o inesquecível ''atum em crosta de gergelim''( como não lembrarmos, nestas horas, do decilicioso ''atum em crosta de gergelim'' do ''Ici Bistrô''( Higienópolis, não muito distante...)? Em São Paulo a gastronomia se funde com a geografia, deixando-nos inúmeras lembranças emocionais e fisiológicas...

''Abraço de urso''...

No suplemento ''Mais'' da Folha de São Paulo( 17 de maio), as sombrias palavras do historiador Luiz Felipe de Alencastro: ''maior credora do Tesouro americano, cortejada pelo mundo inteiro, a China pode dar tempo ao tempo. Isso se aplica também às suas relações comerciais com o Brasil, atadas a um anel de ferro em que as commodities brasileiras são trocadas por manufaturados chineses. Neste sentido, o fato de que a China tenha se tornado a maior parceira comercial do Brasil não muda grande coisa. Já perdemos esse jogo antes. A China também. Só que agora ela é a dona da bola( nosso grifo)''. Neste sentido, empreguei ,para me referir à potência oriental, a expressão ''abraço de urso'': ursos, para matar as suas presas, abraçam-nas fortemente. A impressão, para quem vê de longe, é a de um gesto carinhoso. Na verdade, estão esmagando-as- e as presas não conseguem se desvencilhar...Há muito a China conseguiu isolar convenientemente os críticos de suas violações aos Direitos Humanos e de sua colonização do Tibet. A volúpia das empresas ocidentais, em busca do novo ''Eldorado'' chinês- o ''maior mercado do mundo''- falou mais alto. Assim, na busca de mais lucros, fechou-se os olhos para a pirataria à luz do dia, e para as práticas ditatoriais( afortunadamente Saddam Hussein não tinha nada a dar em troca, e foi derrubado...). Hoje pode-se dizer que estamos indissoluvelmente atados ao destino da nação chinesa- ''para o bem e para o mal''. Enquanto Estados Unidos e Europa sofrem com a mais forte recessão dos últimos tempos, sinais de crescimento na China soam como música aos nossos ouvidos. A China acaba de ultrapassar os americanos, tornando-se a maior parceira comercial do Brasil. Empresários brasileiros mostram-se, ao mesmo tempo, surpresos e eufóricos com a crescente aquisição de nossos produtos, em especial das ''commodities'' agrícolas( soja, carne)ou não( ferro, etc.). Se a China está impulsionando a economia brasileira neste momento, impedindo-a de cair na recessão, quem haveria de criticar aquele país? Tal como os comunistas de antigamente, também os capitalistas poderiam ser qualificados como adeptos daquele ditado ''os fins justificam os meios''...Por que, então, qualificamos o trecho do artigo de Luiz Felipe de Alencastro de ''sombrio''? Exatamente porque, na nova ''Ordem Mundial'' sob o comando da potência oriental, o nosso papel não muda: continuamos, tal como em todo o período qualificado como ''colonização''( quantas vezes não ouvimos pessoas ''de esquerda'' chamando os norte-americanos de ''imperialistas'' e ''colonizadores''?), como os índios que trocavam bens como ouro por bugigangas dos invasores europeus. Hoje exportamos bens ''in natura'' para a China- em grande quantidade e a preços baixos- em troca de bens manufaturados. A história nos mostra que, em uma relação como esta, o momento em que o ''superávit'' se transforma em crescente ''déficit'' comercial não costuma tardar...Também, tal como o ''abraçado'' pelo urso, não temos muita escolha: caso o comprador não goste dos preços praticados por nosso país, poderá encontrar outros parceiros a preços bem mais em conta mundo afora...Em um momento em que a China possui cerca de U$ 750 bilhões de dólares em títulos do Tesouro Americano, quem haverá de- naquele país- defender a proteção das empresas e dos empregos norte-americanos, ameaçados pelo parceiro asiático? Vendo as coisas em perspectiva, o ''urso'' abraça-nos mais forte enquanto se prepara para vôos cada vez mais altos, inclusive na área militar. Por enquanto o novo domínio chinês se mostra ''suave'', ao menos enquanto não tivermos as nossas espinhas quebradas...Alcnol. PS: Impossíbilitadas de competir com os vis preços chineses, várias indústrias calçadistas gaúchas fecharam as portas aqui para construir fábricas por lá- no coração do ''urso''- onde poderão praticar preços mais competitivos. Mais desempregados por aqui, mais subempregos por lá, e os empresários- daqui e de lá- vão se adaptando...