quinta-feira, 30 de abril de 2009

Banca grafitada na Avenida Angélica...

Ao contrário das pichações- daquelas incomprensíveis que são feitas mais ao bel prazer de seus autores, que não se preocupam em sujar prédios públicos e monumentos artísticos- os grafites normalmente são pequenas obras de arte- e contribuem para deixar a cidade ainda mais bonita. Vejam só esta grafitagem feita em uma banca de jornal da Avenida Angélica, local de grande circulação de automóveis e pedestres...A boa grafitagem também afasta a ação de pichadores, e isto não é pouco...Alcnol.

Lugares que fazem referência ao Rio de Janeiro...

Bem ali na Rua Bela Cintra- sentido centro- nas proximidades do restaurante ''Tordesilhas''( local do almoço de ontem), está localizado mais um estabelecimento que, em seu próprio nome, faz uma homenagem ao famoso bairro da capital fluminense: ''Bar Leblon''. E São Paulo não se cansa de louvar as maravilhas do Rio de Janeiro- sentimento, infelizmente, não recíproco...Vejam só o nome desta loja do centro da capital paulista. ''Bolsa carioca''. Mais claro impossível...

Ainda sobre a gripe ''suína''...

Uma vez que estamos inseridos em um ambiente natural, todas as doenças são provenientes de algum dos seres vivos que habitam este ambiente. Algumas doenças são de origem aviária, canina, bovina, suína e, pasmem!, até mesmo humana...Nem por isto deixaremos de ter qualquer tipo de contato com seres humanos por medo de contrair doenças...O fato é que o nome atribuído à chamada gripe ''suína'' pode dar lugar a inúmeros mal-entendidos. O maior, a idéia de que podemos ser contaminados à partir do consumo de produtos animais, em especial a carne de porco. O modo de transmissão desta doença que já surgiu, já existe, é pelo contato com pessoas já infectadas, e não com porcos...Destacamos, em meio às inúmeras informações provenientes dos meios de comunicação, o artigo de Vinicius Torres Freire- colunista da Folha de São Paulo( edição de 29 de abril)- ''Porcos no espaço, gente lunática''. Segundo Vinicius, ''gripes novas no mundo têm matado menos gente que a dengue no Brasil, mas pessoas correm às farmácias''. De acordo com o articulista, ''basta um passeio por 14 farmácias da zona oeste e do centro da cidade para ouvir relatos de atendentes e farmacêuticos sobre a aumento maluco do número de pessoas a pedir antivirais, gel para limpar mãos, sabonetes antissépticos, remédios para sintomas de gripe e máscaras para proteger o rosto(...)Numa farmácia da Avenida Angélica, em Higienópolis, um homem de máscara comprou três caixas de antiviral, gastando o equivalente a um salário mínimo. Tomar antiviral sem estrita recomendação médica é uma estrita idiotice. As pessoas estão doidas''. Ele acrescentou que ''em 2008 585.769 pessoas tiveram dengue no Brasil. Nesse ano, apenas a dengue hemorrágica matou 223 pessoas no país'', e nem por isto houve um surto de pânico semelhante ao de uma doença que está centralizada em uma nação localizada vários milhares de quilômetros ao norte da nossa...E indaga: ''será mais um caso de doença como metáfora? O mundo quer se distrair dos perigos mais evidentes e imediatos que produziu, como crises financeiras e fome?''. Para concluir: ''o vírus é por ora apenas ''informacional''. A nosso ver todo este desespero é também a expressão de algo bem comum no mundo em que vivemos: por qualquer motivo se toma um remédio...A auto-medicação é bastante generalizada em nosso país, apesar das tímidas tentativas de conter esta prática. A medicina moderna, também, costuma recorrer em excesso ao uso de medicamentos, na parte repressiva das doenças, e menos na parte preventiva...Acostumados que fomos todos ao uso constante de ''drogas'' artificiais( medicamentos, alimentos industrializados, entorpecentes legalizados ou não), sem contar a impaciência típica de um mundo cada vez mais acelerado que crê em soluções ''mágicas'' ao toque de um botão ou ingerir de uma pílula, é natural que ao pânico se siga uma corrida maluca em busca dos medicamentos ''milagrosos''. Um problema: estamos longe de descobrir um remédio ''universal'' que combata todos os problemas...Viver é arriscado...Alcnol.

(Nem) ''Tudo é real''...

Este blog certamente não poderia ser feito à bordo de um automóvel. O motivo? É nas andanças periódicas que fazemos pela cidade que colhemos as mais interessantes expressões da cultura de São Paulo e de seus habitantes. Nomes de edifícios e edifícios. lojas diferentes, restaurantes, exposições, filmes, e até mesmo pichações estão entre os objetos que costumam atrair a nossa atenção durante estas caminhadas. Esta pichação, por exemplo, foi feita no viaduto sobre a Avenida 9 de Julho, Rua Luís Carlos do Pinhal( ou seria ''São'' Carlos do Pinhal? sempre troco o nome desta rua...). ''Tudo é real'', está escrito. Ou imaginamos alguém extremamente crédulo em relação às coisas, a um mundo marcado pelas réplicas e pela dissimulação em meio a uma aparente transparência, ou embarcamos profundamente na ambiguidade desta expressão- que pode possuir mais de uma interpretação possível...''Tudo é real'' pode ser, e acreditamos mais nesta hipótese- até mesmo em respeito à inteligência de seus criadores- uma crítica sagaz à materialidade do mundo em que vivemos. ''Tudo é real'', tudo acaba sendo reduzido a uma expressão monetária qualquer que, em nosso país, é a moeda- o real...Genial a idéia destes pichadores, não? Um verdadeiro ''tapa na cara'' na cultura materialista em que estamos inseridos...Pena que fizeram isto na cor verde, que tem um impacto visual reduzido em comparação a outras cores mais fortes- mas esta é uma outra estória...PS: Acredito que minha interpretação certamente não é a única possível. Esta é a verdadeira beleza de se lidar com o mundo das palavras, de suas ambiguidades, de seus inúmeros sentidos cabíveis. O mundo moderno não foi feito para ''crentes''( não os adeptos de determinada religião, e sim os que acreditam piamente em qualquer informação sem submetê-la a um exame mais acurado)e ''incautos''...Alcnol.

Hotel em fatias...

Ao que se saiba a principal caracteristica de um Hotel- esta tentativa de reproduzir parcialmente o conforto da nossa própria residência- e a localização específica. Uma cidade pode possuir várias filiais de um mesmo hotel, mas o que dizer de um hotel cuja principal característica é a de estar ''espalhado'' por vários locais de uma mesma cidade? A revista ''Expressions''( do cartão American Express), em sua edição de abril/maio, sob o título ''Um hotel em pedaços'', mostra um hotel austríaco( o Pixel Hotel, localizado na cidade de Linz)cujos quartos encontram-se ''espalhados por fiferentes pontos da cidade, entre eles locações inusitadas como um barco, uma galeria de arte e uma garagem( nosso grifo). Projetado para atender os turistas que visitarão Linz em 2009, eleita atual capital européia da cultura, o estabelecimento oferece ambientes artísticos e ousados, decorados por diferentes arquitetos. Suas diárias, a partir de 250 dólares, incluem o café da manhã, servido em estabelecimentos vizinhos aos quartos e parceiros do projeto''( ''Expressions'', edição 46, abril/maio, página 29). Aos que tiverem maior curiosidade, o site do hotel é www.pixelhotel.at . Como exemplo, vejam só a foto de um quarto localizado com certeza na garagem...Ou foi o carro que acabou transportado para dentro de um quarto normal???