quinta-feira, 12 de junho de 2008

O ''futuro'' da imprensa...

Acabei de ler, com certo atraso, duas das profecias mais terríveis sobre o futuro da imprensa e da literatura já feitas. A primeira foi em uma entrevista com o escritor norte-americano Norman Mailer. Segundo ele no futuro, em cerca de 20 anos, os ''leitores'' serão um grupo ainda mais restrito. Como hoje são os adeptos de música clássica...A leitura como uma prática de uma seita, um grupo minúsculo. Algo no estilo ''Farenheit'', com a diferença em que, naquela obra, a leitura era proibida. Uma iniciativa do gênero, hoje em dia, seria ridícula e desnecessária. A leitura já é algo ''secundário'' na vida de muita gente. E, no entanto, escreve-se como nunca...O segundo prognóstico aterrador foi feito em um especial sobre o futuro da imprensa publicado no caderno ''Mais'', da Folha de São Paulo. Nele, na verdade uma tradução de um texto publicado na revista ''New Yorker'', mostra-se que o valor dos ''jornalões'' está em queda livre nos Estados Unidos. Com quedas de até 80% de seu preço de mercado. E que, de 1990 em diante, cerca de 25 por cento de todos os empregos na área do Jornalismo foram extintos. A imprensa brasileira sonha estar fazendo uma trajetória oposta, alardeando um suposto ''crescimento'' na tiragem dos jornais, mas, na verdade, boa parte dos números divulgados deve-se ao crescimento dos jornais gratuitos, como o ''Metro'' de São Paulo, ou daqueles ditos ''populares'', versões diminutas- em todos os sentidos- e baratas dos jornais tradicionais. Os preços variam de 25 centavos a 1 real. Seus leitores estão ''lendo'', assim como os leitores de certos ''best-sellers''. Nem por isto podemos falar em um fortalecimento da literatura, e muito menos do jornalismo impresso. Tudo isto, mostrado pelos próprios ''jornalões'', é muito incômodo, assustador. Mas não precisamos ir muito longe para constatar estes fatos. Tirando o diário esportivo ''Lance'', não costumamos ver adolescentes comprando jornais, ou com jornais nas mãos...

Cena bucólica, ao cair da tarde...

Hoje foi um dia banal, sem novidades. Sem descobertas, ou caminhos nunca percorridos. Tudo foi igual até um momento, no meio da tarde, em que saí para fazer compras em um supermercado próximo. Descendo as ruas dos Jardins, de repente senti ''aquele'' ventinho gostoso, de mudança de tempo. Nada excepcional. A previsão é que, neste fim-de-semana, a temperatura permaneça na mesma faixa, típica de outono- 24,25 graus. O ventinho não era frio. Não prenunciava uma noite de temperaturas baixas. Ele ''apenas'' deu aquela refrescada, um pequeno sinal de transformações potenciais em meio a uma realidade supostamente igual ao de ''sempre''. Gostosa recordação de tempos ancestrais em que, para nós, TUDO dependia do tempo, e nos quais adorávamos ''deuses'' como o sol e a lua...Este vento me empurrou, e não foi para baixo...Este fato foi o principal do meu dia. Que as coisas continuem assim, ''pequenas'', ''banais'' confrontadas com a realidade dos noticiários...

Já estamos em um futuro profetizado por alguém...

Sabe aqueles filmes de ficção científica estilo ''Blade Runner'', com as cidades sujas, poluídas, super-lotadas, divididas e muradas, e ainda caindo uma eterna chuvinha do céu? O gênero scifi sempre se notabilizou por buscar retratar um futuro que ainda não havia chegado. Exagerava-se as piores características do presente, como uma espécie de alerta para dias piores que poderiam vir. Pois hoje ''caiu a ficha'', e eu refleti- por breves instantes- que este futuro ''tenebroso'' já pode ter chegado. A estreita ligação entre automóveis e morte foi bem retratada por J.G. Ballard em sua obra ''Crash'', que posteriormente foi filmada. Hoje os automóveis, ao menos no Brasil, são muito mais que um meio de transporte. Mata-se cotidianamente- em brigas, atropelamentos, batidas, etc.- e, este ano, o suicídio de pessoas passou a assumir características perigosas: pessoas que viveram na ''contramão'' escolhem agora a contramão como meio para morrer. São 7 casos apenas nas estradas do Estado de São Paulo em cerca de 3 meses...É o suicídio ''espetacular, midiático''. Uma espécie de ''roleta russa'' sobre 4 rodas. Os suicidas, não referidos assim pela imprensa e pelas autoridades, para as quais tudo não passa de ''acidentes'', sonham não apenas com a própria morte- mas também com a possibilidade de levar outros consigo. Fracassam até em seus últimos projetos. Pelo menos 2 se chocaram contra carretas, cujos motoristas mal sentiram os efeitos do impacto...Outro dia, no Japão, um jovem escolheu uma movimentada região comercial do centro de Tóquio para atropelar diversas pessoas com uma caminhonete, além de esfaquear diversos dos passantes. Ele alegou que estava ''cansado da existência''. Alguém com certeza deve ter imaginado tudo isto, uma realidade em que estamos todos ''próximos'' uns dos outros- graças à Internet e aos meios de comunicação de massa- e, ao mesmo tempo, mais distantes do que nunca. Vários destes ''solitários doidões'', que sequer tem recursos para pagar um psicanalista para ouví-los, sonham neste momento com um ''grande gesto'' capaz de ''acabar com o seu sofrimento'', silencioso e ignorado pelos demais. Quem quer ''apenas'' morrer pode fazê-lo de diversas formas. Mas ao ''suicida midiático'' isto parece ''pouco''. Ele quer ''acertar as contas'' de preferência da maneira mais ruidosa e espetacular possível. Com platéia. Com direito a aparecer no ''You Tube''...Alguém, com certeza, deve ter antecipado este ''futuro'' em que vivemos. Alguém, com certeza, deve ter alertado para dias em que bandidos explodiriam Delegacias de Polícia. Em que os noticiários, mesmo na rede controlada pelos ''irmãos'' de uma igreja evangélica, mais pareceriam Teatros de Horrores. Aliás, neste canal ''espiritual'' parece que a ordem é mesmo mostrar os piores horrores, em novelas e noticiários, para que as pessoas se sintam estimuladas a encontrar algum ''alívio'' e ''segurança'' sob o teto da Igreja...O que poderia soar mais terrível do que um ''futuro'' como este? Nestas horas a gente quer mais é esquecer as ''previsões'' para um futuro quiçá ainda mais fatal que tudo isto. E, para isto, ao menos contamos com os filmes nos cinemas e TV's abertas e a cabo. Mas, por favor, não sugira que eu alugue uma fita de horror. Por ora estou cheio disto...

Ainda o celular...

Embora nunca tivesse possuído um aparelho celular, o uso do mesmo está se revelando muito mais fácil do que eu esperava. Sem precisar recorrer ao manual de instruções, já me vejo fotografando e fazendo muitas coisas- escolhendo papel de parede, etc. Até já ousei explicar á usuária de outro aparelho como o DELA funcionava...Devo isto à prática com o computador. O celular simplesmente imita algo com que estamos habituados na Internet: o uso de ícones para simbolizar funções. Então, simples como qualquer criança pode entender, basta clicar em uma câmera fotográfica para abrir o Menu de filmes( é, o meu até filma...)e fotos. Ontem até me animei a sair com ele, para tirar as minhas fotos pela cidade. Infelizmente, a bateria acabou pelo caminho, impedindo-me de tirar uma foto da Livraria Cultura do Conjunto Nacional...Tirar fotos é simples, e já está incorporado ao meu cotidiano de usuário de celular. Falta agora descobrir como TRANSFERIR as mesmas para o meu computador e, quiçá, para este blog. Este parece ser um longo caminho...Será?

Final de mais uma ''Onda Timão''

Nos últimos dias era possível sentir a eletricidade no ar. Em todos os lugares, mesmo, corintianos especulavam sobre uma possível ida para a Liberdadores da América- título que o clube jamais conquistou. Os mais animados, diziam inclusive estar reservando os ingressos para a ''final'' da Libertadores no ano que vem...E alardeavam ter ''40 milhões'' de torcedores, coisa que só o Flamengo, quiçá, pode alardear hoje em dia...Após o rebaixamento para a série B, e a não classificação para as finais do Paulistão, o Corínthians estava de volta, com toda força. Colunistas se precipitaram, fazendo um incrível paralelo entre o time do Parque São Jorge com o...Fluminense! Muitos diziam que o time estava jogando um futebol ''fantástico''. Eu dizia, cá com os meus botões, ''menos''. A campanha do ''timão'' não passou por nenhum adversário de peso, à exceção do sofrido Botafogo( logo após a perda de mais um título na final para o Flamengo...). Jogou com o São Caetano, um time da segundona. Enquanto isto, o Sport atropelou Internacional, Palmeiras(respectivamente campeões gaúcho e paulista), assim como o Vasco da Gama de Edmundo e cia. A euforia corintiana aumentou com o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, quando o Sport equivocadamente jogou para empatar ou perder ''de pouco'', e quase botou tudo a perder. Foi salvo, após estar perdendo por 3 X O por um gol de Enílton no finalzinho. Ontem, na ''Ilha de Lost'' ou ''Bombonilha'', o Corínthians sentiu o quanto aquele golzinho fez diferença. Bastava ao Sport fazer 2 gols em casa, e não sofrer nenhum. O time pernambucano fez o seu papel, com folga. A equipe paulista só ''acordou'' e partiu para o jogo na segunda etapa, quando já estava perdendo por 2 gols de diferença. A inoperância de seu ataque, e do argentino Herrera, lembrou aquele grupo que foi rebaixado para a Série B no final do ano passado, e que era dirigido pelo mesmo Nelsinho Batista que hoje treina o Sport...A derrota foi inapelável. A festa ensaiada pela Fiel ''ficou para as cucuias''. Ontem, só quem comemorou gols em São Paulo foi a torcida...dos adversários do Corínthians. Timidamente, alguns foram para as janelas gritar contra os corintianos, ouvimos fogos e alguns buzinaços e só. Para nossa felicidade, além de ver um adversário cair inapelavelmente- pondo fim a uma perigosa ascensão- ainda tivemos uma das noites mais tranqüilas dos últimos tempos...O Corínthians não é, definitivamente, o Fluminense...