segunda-feira, 8 de junho de 2009

O ''Filme do Ano?''

O ano está ainda pela metade. Mal passou a febre dos filmes que conquistaram o Oscar, e superamos em um período de ''entresafra'' no qual as estréias se limitavam a uma ou duas por semana- geralmente sem maior relevância- e enfim podemos afirmar que vimos um grande filme. E só podia ser de origem asiática( japonesa, para ser mais preciso...). Estamos falando de ''A Partida'', filme japonês que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano( esta informação eu não conhecia antes de assisti-lo...). Confesso que hesitei antes de me debruçar ante esta estória sobre um músico que acaba transformando-se em embalsamador de cadáveres em uma cidade do interior do Japão. Isto porque prefiro, em geral, estórias que se passam em grandes centros( pode ser Paris, New York, Buenos Aires, Tóquio, etc.), e a profissão de embalsamador de cadáveres não é lá muito popular( ainda que todos tenhamos de ''passar desta para melhor'' algum dia...). Parece banal, não é? São os detalhes que fazem desta estória simples uma obra-prima, quiçá o ''Filme do Ano''. ''A Partida'', do diretor Yojiro Takita, é a estória de um jovem inseguro, dispensado de sua função como violoncelista em uma orquestra, que se vê diante do desemprego e decide voltar para a cidade de sua mãe, no interior. Lá, em uma rapidíssima entrevista de emprego, lhe é oferecida a função de embalsamar corpos de pessoas recém-falecidas. No início, claro, ele reluta. Após um lento processo de amadurecimento, ele compreende estar diante do ''emprego de sua vida'', e luta contra a rejeição de seus conhecidos( incluindo a própria esposa)para seguir o seu caminho nesta inusitada área profissional. Este é um dos ''ganchos'' da estória. Por outro lado, guarda também mágoa do pai que abandonou a família quando ele era apenas um garotinho. Tudo isto narrado à ''maneira oriental''- com um estilo repleto de silêncios, comunicação por meio de expressões mais do que por diálogos, com várias cenas junto a cerejeiras, rios, e toda a exuberante natureza do Japão- faz deste filme um programa imperdível. Não espere compreender ''tudo'' por estas breves palavras, assim como eu mesmo até agora não consegui fugir do impacto causado por esta narrativa. ''A Partida'' também é um filme repleto de simbolismo, e das contradições que fazem parte da vida: amor e ódio, vida e morte, rejeição e desejo. Ao contrário de nós, ocidentais, que tentamos o quase o tempo inteiro ''solucionar'' tais oposições, a alma oriental compreende melhor que não há ''ying'' sem ''yang''...''A Partida'' é fruto deste tratamento mais harmônico, equilibrado de tais problemas...Só não afirmo aqui, categoricamente, estar em definitivo diante do ''Filme do Ano'' porque ainda estamos um pouco distantes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo( geralmente no mês de outubro). Até lá, quem sabe não assistamos mais um filme com este toque de genialidade que só o cinema do Oriente é capaz de proporcionar? Alcnol.

É tempo de frio...

Início do mês de junho. Para a minha alegria, as temperaturas começam a cair. As máximas ficam na casa dos 20 graus ou menos, com noites ainda mais frias. Nada muito radical mas, claro, muitos paulistanos aproveitam para tirar até sobretudos dos armários- aproveitando para criar um ''look'' de inverno mais apropriado para Bariloche ou Moscou...Quem não gosta de frio( não é o meu caso) e prefere o sol, pode usufruir os belos dias ensolarados desta época. Ontem, no meio da tarde, tínhamos este quadro ''sui generis'': sol e temperatura na casa dos 15 graus, enquanto boa parte dos passantes, na Avenida Paulista, ostentava pesadas roupas de frio...A foto de cima mostra um dos dias mais frios do ano, na última quarta-feira, quando o relógio do Conjunto Nacional marcou meros 8 graus às 9 da noite( em Curitiba, durante a transmissão da partida Coritiba X Internacional pela Copa do Brasil, fazia ainda menos: 5 graus, um ''gelo'' para ninguém- muito menos eu- botar defeito...). Alcnol. PS: Por que tanta alegria com tão pouco frio? Talvez pelo fato de ter nascido em um local onde não há tantas oscilações climáticas...Aliás, em muitas cidades brasileiras só há praticamente uma estação durante o ano todo, e os locais chamam de ''inverno'' a época das chuvas( quando, de passagem, a temperatura continua alta...).

Flagrante em um sinal da Avenida Paulista...

Proximidades do Conjunto Nacional. Antes de cruzarmos a movimentada Avenida Paulista, deparamos com este interessante cartaz aí. Em forma de quadrinhos, mas a mensagem é séria...

Edifício com ''cara'', na Rua Oscar Freire( Pinheiros)

Este prédio tem cara. E uma cara santa. O nome? Edifício ''São Barnabé'', no início da Rua Oscar Freire( região retratada aqui na série de posts ''o outro lado da Oscar Freire''...), imediações da Estação Sumaré do metrô.

O início da movimentada Avenida Doutor Arnaldo fica em Perdizes...

Naquele filme em que faz um operador de tráfego da CET( Companhia de Engenharia de Trânsito), o ator Leonardo Medeiros- o mesmo de ''Budapeste''- faz belas comparações de ruas como veias ou artérias. Eis uma metáfora interessante. Outra é compará-las a afluentes de rios, que rumam no caminho do mar. Neste caso, diríamos que a movimentadíssima Avenida Doutor Arnaldo- que vai até as proximidades da Avenida Paulista- começa como um pequeno riacho no bairro de Perdizes. Um filete de água, para ser mais preciso...Mão única...Seguindo um pouco mais, transforma-se, subitamente, em mão dupla( uma pista para cada lado). É preciso acompanhá-la mais um pouco para flagrar o momento em que ela se bifurca em dois movimentados trechos( com 3 ou 4 pistas para cada lado), assumindo a ''cara'' tradicional da Doutor Arnaldo que conhecemos...A mesma que passa pelas estações Clínicas e Sumaré do metrô paulistano. Alcnol. PS: O que há de comum em todas estas fotos? Todos elas foram tiradas na Avenida Doutor Arnaldo( em seus diversos trechos: mão única, mão dupla, várias pistas para cada lado...).

Ainda na Rua dos Apinagés, Perdizes...

Quase ao lado do moderno restaurante ''Pinotage''( vide post a seguir), flagrei este simpático prédio de 4 andares na mesma Rua dos Apinagés...Modernidade e tradição misturando-se mais uma vez na cidade de São Paulo...

Em Perdizes, com cara de Itaim ou Jardins- Restaurante Pinotage...

Nada melhor do que aproveitar o domingão para fazer outra ''viagem gastronômica'' pela cidade de São Paulo...O local escolhido foi um restaurante em Perdizes, inaugurado no último dia 25 de março. Aliás, a inauguração é um detalhe à parte. Presentes: Ana Hickman, Adriane Galisteu e Alexandre Iódice( estilista de moda), César Giobbi( colunista social), Cristiana Arcangeli( empresária), o músico Paulo Ricardo( ex- RPM), Hortência( ex-jogadora de basquete), a atriz Karina Bacchi, a apresentadora de TV Sabrina Sato, o chef Olivier Anquier, entre outros...Como se vê, imaginei logo que a nova casa- o restaurante ''Pinotage'', na Rua dos Apinagés, 1359, Perdizes- deveria ser um destes lugares da ''moda'', badalados, e tive dúvidas se estaria aberto no domingo para almoço. Estava. Felizmente não desisti, tendo a oportunidade de provar os pães quentinhos do couvert, acrescentados de uma bela entrada de rolinho de camarões com alho poró ao caramelo balsâmico( entrada com cara de prato principal ou sobremesa...). O ''Pinotage'', diga-se de passagem, possui um belo ambiente- melhor ao vivo no que nas fotos noturnas da inauguração...Localizado na esquina das ruas Apinagés e ''Capital Federal''( sic), tem vidros amplos e boa visão para o lado de fora. A área de espera merece um comentário à parte, com confortáveis sofás e poltronas situados não na entrada da casa, como de costume, mas nas proximidades do salão principal( de longe, à primeira vista, pensei que se tratava de mesas também...). Bom, mas voltando à refeição em si, provamos o jarré de cordeiro e o javali( ambos muito bons, mas o mignon de javali mereceu a cotação máxima- graças a seu molho meio picante de páprica). Como estávamos conhecendo a nova casa, pedimos uma sobremesa de arroz doce com calda de maracujá que acabou sendo a única decepção do dia( o maracujá acrescentado para reduzir um pouco do doce- para aqueles que não gostam de muito doce- acabou tomando conta de tudo, dando um gosto final meio confuso). O ''petit'' gateau do Pinotage também, de ''petit''( pequeno)não tem nada...Mas nada que compremetesse a agradável sensação proporcionada pela refeição principal( sobremesas são secundárias, acessórias, dispensáveis...). A sugestão do dia, ontem, era um badejo com limão siciliano e arroz negro, motivo mais do que suficiente para planejar futuros retornos a esta casa de Perdizes com ''ar de Jardins ou Itaim''( resumindo: alta gastronomia e muito estilo...). Alcnol.