terça-feira, 23 de setembro de 2008

Almoço no ''meio do mato''. Local: São Paulo...

As imagens deste ''post'', número 301, foram tiradas na hora do almoço de hoje. Local: a filial paulistana do restaurante baiano ''Capim Santo''( matriz em Trancoso). Comi no ''quintal'', ouvindo o som de uma cascatinha interna e dos pássaros. Detalhe: para poder fazer isto, quanto mais próximo do meio-dia melhor. Após 1 da tarde, o lugar se enche de executivos- e de conversas altas...O ''Capim Santo'' tem sistema de ''bufê''( tudo à vontade, por um preço fixo)e ''á la Carte''. Optei pelo ''bufê''. Entre opções de peixe, carne e frango- após devorar a deliciosa salada- fiquei com a carne. Complementada por fartas porções de arroz integral, feijão, farofa, tapioca, mandioquinha tipo batata palha, abóbora com carne de sol, entre inúmeras coisas de que não consigo me lembrar totalmente...O serviço é muito bom, com a cortesia e a amabilidade dos baianos. De sobremesa, a tentação de uma torta de maçã com sorvete de doce de leite...''Dos Deuses''... No café, eles trazem 3 pequenas colheres com docinhos para tirarmos a acidez da bebida. ''Mergulhei de cabeça'' no belíssimo ambiente do ''Capim Santo'', e depois voltei para a Paulista- DUAS QUADRAS acima...PS: As fotos de uma nova filial do ''Café Suplicy'' , uma das melhores redes da cidade, foram tiradas na esquina mais próxima ao ''Capim Santo''. Bela combinação, para qualquer dia destes( mas sem abrir mão das especialíssimas sobremesas do restaurante baiano...!). PS2: Por um pequeno problema técnico, publicarei as imagens do ''Capim Santo'' no próximo post. Elas estão de ponta-cabeça...Alcnol.

O dia em que fui um pouco...''corintiano''(???!)

O Esporte Clube Corínthians Paulista é o grande rival do meu São Paulo Futebol Clube. A tal ponto que, certa vez, declarei só estar totalmente feliz quando ''o São Paulo ganha e o Corínthians perde''...Aqui no meu prédio há um porteiro torcedor fanático do Corínthians. Fazemos provocações mútuas o tempo inteiro: quando o ''Timão'' foi jogar em Brasília pela série B, eu disse que ia torcer para o Brasiliente...E no último domingo, quando o São Paulo foi a Recife enfrentar o Sport, ele replicou dizendo que era ''pernambucano desde criancinha''. É assim que provocamos um ao outro o tempo inteiro, com humor. A grande novidade do alvinegro Corínthians este ano, em uma genial jogada de ''marketing'', foi ter adotado uma outra cor: o roxo. A lógica é que a nova camisa( roxa, mas que aparece meio azul na TV)foi feita para o ''corintiano roxo''. Os torcedores dos outros times brincaram com a ''maluquice'', mas a coisa pegou. A camisas é hoje uma das mais vendidas do Corinthians. E aí vem o motivo do nosso ''desconforto''. É que, com toda esta onda de partidos políticos( o PT com o vermelho, o DEM com o verde, e o PSDB com o azul e amarelo)e times de futebol( vermelho e preto do Flamengo e do Atlético-PR, verde, branco e vinho do Fluminense, vermelho do Internacional, azul do Cruzeiro e do Grêmio, verde do Palmeiras e do Coritiba e, agora, roxo do Corínthians)se apropriarem de cores, fica difcil você, ora ou outra, não estar vestido com uma cor identificada com alguma destas correntes políticas ou agremiações desportivas listadas acima...Meses após o início da ''onda roxa'' do Corínthians, que pintou inclusive o ônibus que conduz a equipe para os estádios desta cor, não resisti diante de uma oferta ''imperdível'' de uma camisa...roxa...por cerca de vinte reais...e adquiri a mesma. Ontem fui estreiá-la. O porteiro, de cara, ficou super-feliz com a minha ''adesão'' à nação corintiana. Passando em um posto de gasolina aqui perto, um frentista- certamente também torcedor do ''timão''- comentou com o outro que isto era uma ''boa idéia''...E assim foi, dia afora.Caras amarradas daqueles que julgavam, simplesmente por uma peça de vestir, que eu era adepto de uma equipe de futebol, e não partilhavam deste suposto ''gosto''. A dificuldade maior nem é com este exotico roxo: é que eu, são-paulino, gosto bastante da cor verde, e possuo inúmeras camisas e casacos desta cor. A ponto de um conhecido palmeirense brincar, a cada vez que me vê com uma destas peças, dizendo que ''no fundo você é mesmo Palmeiras''! Mesmo com todo este desconforto, o principal é que o melhor da vida é quebrar todas estas ''barreiras'' que nos impõem constantemente. Aqui em São Paulo é meio arriscado você vestir uma camisa de uma determinada equipe e voltar incólume de agressões por parte dos outros torcedores em dia de partidas de futebol. Torcidas organizadas se enfrentam o tempo inteiro, em verdadeiras batalhas. Neste mundo, há sempre os que preferem marchar organizados atrás de alguma bandeira, seja ela qual for, e os que optam por quebrar barreiras e muros. Pertenço ao segundo grupo. O ''diferente'' não me incomoda, muito pelo contrário. Não tenho medo de inclusive parecer com um adepto de uma agremiação adversária, simplesmente porque estava com vontade de vestir uma indumentária de cor semelhante. Neste dia de ''trégua'' com o ''inimigo'', não tive receio de parecer um pouco ''corintiano'' para os demais. Afinal, o que importa mesmo é o que está em nossas mentes...Alcnol.

''Caçador de imagens???"

Este é um texto sem imagens...Confesso que tive um pouco de receio ao começar a tirar fotos com o celular. Medo de estar me rendendo a este universo de imagens que nos circunda, a ponto de ameaçar sufocar-nos em alguns instantes. A imagem é muito ''óbvia'' e ''limitada'' para satisfazer-nos plenamente, comparada com a imaginação, o que obriga-nos a buscar novas...imagens...para completá-las. Isto é um processo infinito, e jamais ficamos minimamente ''satisfeitos'' quando embarcamos nele. No entanto a imagem, como complemento, é um meio forte de ilustrar coisas. De mostrar aquilo que não conseguimos descrever plenamente por meio de nossas palavras para outra pessoa. Imagens são apenas uma outra forma de dialogar com outras pessoas, e é mais para elas do que para nós mesmos que nós as registramos...Além de ferramenta de conversação, as imagens também tem um significativo efeito interno: quando começamos a buscá-las, de algum modo ''misterioso'' parece que os nossos olhos se abrem para alguns aspectos despercebidos do cotidiano. Quando ''caçamos'' uma nova foto para um álbum ou um blog, ficamos também mais alertas para inúmeros detalhes do dia-a-dia que nos escapavam. Todas as árvores que nos circundam, e às quais não dávamos maior atenção na corrida diária e no vaivém incessante da grande cidade, agora se ''infiltram'' nas imagens que registramos. Lado a lado com automóveis e prédios, elas mostram toda a sua beleza e viço, como verdadeiras ''rainhas'' desta ''selva de pedra''. Alguns as vêem como meros ''ornamentos'', os quais podemos retirar a qualquer hora diante de qualquer ''incômodo''. Não. Elas já estavam aqui muito antes de nós, e somos nós que devemos contribuir para a sua manutenção e crescimento, e não o contrário...Enfim, o verde parace ''mais verde'', e na busca contínua das ''novidades'' somos forçados involuntariamente a prestar maior atenção em tudo. Mesmo nas pessoas...Em uma cidade de 10 milhões de habitantes, a presença de um outro ser humano não é nenhuma novidade. Treinamos o nosso olhar não para a visão particular de um outro ser específico, mas para o todo, a multidão. Mas é no todo que vislumbramos, aqui e ali, seres diferentes e originais. Eterna transição entre todo x parte, da parte para o todo e do todo para a parte, o tempo inteiro...Como conclusão, provisória, poderíamos dizer que registramos por meio de imagens algumas coisas que são vistas pelo nosso olhar. E estas imagens, por paradoxal e ''estranho'' que pareça, acabam servindo para treinar e ''abrir'' o nosso olhar para inúmeras coisas que normalmente ''passariam batido''.''Recondicionamos'' o nosso olhar para buscar o belo e o inusitado... Assim, transitamos o tempo todo não só entre o ''todo'' e a ''parte'', mas entre ''interior'' e ''exterior'' de nossas mentes. Aquelas imagens todas aqui foram concebidas e registradas, e agora influenciam não só vocês como a mim...Não como formas de ''preencher o espaço'' e ocultar a pouca inspiração de quem escreve, mas como inocentes pretextos para novas conversas e novos textos...Alcnol.

Pequena parada no café francês...

Nada como um ''pit stop'' em um lugar belo e tranqüilo, em meio à agitação do grande centro. Ainda mais quando esta pequena parada se der em um lugar arejado, com teto de vidro e janelões para contemplar a rua, e com um dos melhores acervos de doces da cidade de São Paulo: ''macarons'', tortas de nozes, amêndoas, MUITOS chocolates de todos os tipos, e um inesquecível sorvete de fabricação própria. Ontem eu pedi o de avelãs, meu favorito. Não tinha. Contentei-me com um igualmente muito bom sorvete de baunilha, uma pequena torta de nozes e uma água mineral com gás. Aproveitei para tirar fotos do lugar, e da belíssima árvore que se encontra na sua frente- com convidadores banquinhos para instalar-nos em um dia qualquer( de sol ou, como prefiro, de frio...).A última foto mostra uma das muitas galerias da Rua Augusta, um dos ''points'' imperdíveis da cidade de São Paulo- por sua agitação cultural e diversidade...

Contrastes...

A cidade de ''espigões'' também tem, em belo contraste de opostos, pequenas vilas de casinhas que foram preservadas da especulação imobiliária graças à legislação do município. Mais um exemplo do clássico conflito interesse público X interesse particular/individual, resolvido, neste caso específico, em favor da preservação da história de São Paulo e de sua qualidade de vida...Hoje uma ''vaga'' em alguns destes condomínios de casinhas é cada vez mais difícil, uma vez que há uma longa fila de interessados em morar- algumas delas estão situadas bem aqui, no meio da região dos Jardins, com acesso fácil a todo o ''agito'' deste local- em um lugar com maior calor humano, arborizado, com a ''cara'' das cidades de antigamente, antes da ''invasão dos automóveis''( digna de um livro de H.G.Wells...). O comércio urbano também se dá, em diversos casos, em algumas casinhas. Isto é garantido, também, por leis municipais- que garantem um ''zoneamento'' eqüilibrado que possibilita a convivência entre prédios residenciais, comerciais, e comércio próximo. Existência de contrastes, de opostos, e um tênue eqüilíbrio entre estes, tudo isto faz com que esta região- assim como várias outras, tais como Vila Madalena, Perdizes, Alto de Pinheiros, etc.- se destaque por sua qualidade de vida em meio à cidade cada vez mais poluída e tomada por milhões de veículos automotores...