sábado, 21 de agosto de 2010

Agora sim, Avenida Libertador. Meio da tarde, ainda com sol, e temperatura de...vejam...

Na saída do restaurante, o atendente perguntou se eu tinha- como os demais frequentadores- deixado algum sobretudo ou casaco com eles. Respondi que não, voltando para o ventinho e o ar gélido das ruas.
Na Avenida 18 de Julio, vendo que o tempo não ia esquentar muito- prometendo até, como na noite anterior, cair bastante após o pôr-do-sol- me ''rendi'' e adquiri um casaco em uma de suas lojas. E, ao contrário do que faço no Brasil- quando escolho roupas de frio por sua ''beleza''- desta vez optei pela simplicidade e funcionalidade, adquirindo o primeiro que vi no meu tamanho...
Assim, agora devidamente ''preparado'', voltei à Avenida Libertador- que anteriormente me agradara graças a sua beleza- para um pequeno passeio no meio da tarde. Ainda fazia um solzinho mas, como vocês podem ver nas fotos, a temperatura não mudou muito em relação à matutina: meros 6 graus...
Com o casaco, não me pareceu desagradável. Ao contrário: até gostaria de ''engarrafá-la''- a temperatura-  para trazê-la para o Brasil...O que vocês acham? Já sei o que vão dizer. Até os apresentadores dos canais de TV argentinos e uruguaios também não gostam lá muito deste ''friozim''...E nem as pessoas que eu vi no centro de Montevidéu, tentanto cobrir-se de todas as formas( sobretudos, boinas, cachecóis, panos na cara, etc.)...
Gosto é gosto...
Assim como há os que não gostam de frio, existem os chamados ''turistas do frio''. Meu hotel estava lotado, com muitos brasileiros. E encontrei vários compatriotas pelas ruas também. No meu caso, acho que provavelmente não gostaria TANTO de Montevidéu se a temperatura estivesse, como no dia de meu retorno, na faixa de uns 20 graus- com sol...O que, após ter me acostumado ao friozinho gostoso, até me deu uma desconfortável sensação de ''calor''...
Alcnol.

Primeiro almoço em Montevidéu...

As fotos publicadas até aqui podem se confundir com os tradicionais relatos ''turísticos'' de diversos viajantes, à medida em que mostramos alguns pontos tradicionalmente frequentados pelos mesmos.
Porém, a gastronomia é um ponto singular. Á medida em que várias são as opções, e só escolhemos aquilo com que nos identificamos- e com que o nosso bolso possa suportar, claro...
Quando soube, com antecedência, que haveria um restaurante situado ''nas cercanias'' do Teatro Solis, em Montevidéu, planejei-me imediatamente para conhecê-lo.
E a casa- o ''Rara Avis''- não me decepcionou...
Já comentei aqui no blog sobre a tendência que os moradores da capital paulista tem de, mesmo em viagem, comparar tudo com os serviços que tem em São Paulo. Muitas vezes em detrimento do que estão tendo- ''ah, se fosse em São Paulo''...Mas, outras vezes, para qualificar favoravelmente algo a que estão tendo acesso: ''poderia muito bem estar instalado em São Paulo''. Este último é o caso deste Restaurante ''Rara Avis'', situado no Teatro Solís em Montevidéu...
I
Isto porque, além de frequentado por diversos executivos, ele tem um padrão internacional. Muito confortável, ''chique'', ele nos impressiona à primeira vista. Nas laterais, ele é composto de mesas tradicionais como a da foto 3( não ficou muito boa por causa da claridade...). Enquanto que, ao centro, divisórias de madeira separam as mesas umas das outras, permitindo que, no máximo, possamos ver uma parte das cabeças dos vizinhos. Na foto 2 uma imagem que estava á minha frente, como que a simular um palco de teatro. Bem bolado, e nada ''casual''- dado o ambiente em que estávamos...
 Prosseguindo, passamos agora para a refeição propriamente dita. Minha escolha: costeleta de cordeiro( ''uruguaio'', fez questão de ressaltar o garçom...), acompanhada de rodelas de cenoura e ervas no fundo do prato. Coisa de primeira. 
Ao contrário do que se come por aqui, os uruguaios costumam preparar a carne dessalgada, permitindo que os clientes a temperem conforme queiram. O resultado é que comer carne bovina lá não é tão desgastante quando aqui no Brasil- em que só suporto fazê-lo com cerca de um mês de antecedência entre uma refeição desta espécie e outra...Em Montevidéu abri uma exceção: só comi peixe- uma merluza negra- uma vez, e ainda assim não registrei com fotos...
C
Concluindo esta refeição inicial, uma sobremesa chamada ''Amor ao Caribe'': macaron, sorvete de côco, caldas de chocolate e um pequeno biscoito. ''Fecho de ouro''...Só não voltei ao restaurante depois porque ele fecha domingos à noite e segundas ao meio-dia, justamente quando eu já estava perto de voltar para cá...
Preços: muitos críticos gastronômicos lamentam a falta de verdadeiros bistrôs em São Paulo- cidade em que há muito já se superou a faixa de R$100,00 nos melhores restaurantes, entre eles diversos bistrôs ''franceses''...Claro que isto não é o que se paga em qualquer refeição, pois os estabelecimentos costumam- durante a semana- proporcionar as chamadas refeições ''executivas''. E os restaurantes vegetarianos escapam a esta regra,  existindo alguns com preços até abaixo de R$20,00...
No Uruguai, embora os restaurantes de primeira linha como este ''Rara Avis'' não sejam verdadeiramente ''baratos'' mesmo para os brasileiros e sua ''forte moeda''(o real, que chega a valer até $10,70 pesos uruguaios), uma refeição como esta ficou na faixa de 1110 pesos mais serviços. Uns, calculo, 20% menos do que uma refeição similar na capital paulista em estabelecimentos do mesmo gênero...Detalhe importante: eu tomei apenas água mineral com gás. Com vinhos este valor deve variar, e para cima...
Embora tenha frequentado outros desta mesma categoria- e, comparativamente, um lugar mais simples especializado em ''parrillas''( cortes de carne)- só no penúltimo dia descobri um estabelecimento que conseguiu aliar( coisa rara)qualidade e preço. Esta estória eu contarei mais adiante...

''Palhinha'' da Ciudad Vieja- antes do almoço...

Esta rua exclusiva para pedestres, nas imediações da Praça Independência, marca também o momento em que eu passei a procurar um restaurante para almoçar. Sabia que ele estava localizado ''nas cercanias'' do Teatro Solis- por que passei neste momento. 
Só ignorava que ele estava DENTRO do Teatro. Até descobrí-lo, ''penei'' vários minutos sob um vento gélido. Imagino a cara que eu apresentava quando cheguei ao restaurante( cabelos arrepiados, olhos vermelhos, etc.). Deveria ter cortado os cabelos bem curtos antes desta viagem...
No próximo post, finalmente, o almoço...
PS: Depois da refeição eu tive de me ''dobrar'' e, finalmente, comprar uma roupa mais adequada para tanto frio...Nada porém no estilo do que vi nestes dias  em Montevidéu, onde algumas pessoas- além de boinas e cachecóis- cobriam o rosto com panos, na desesperada tentativa de lidar com este gélido vento polar...Com uns dois dias já estava me ''acostumando'' e depois, quando a temperatura começou a esquentar, até lastimei a volta do calor...

Praça Independência, em Montevidéu( Uruguai).

Como já passa de 13 horas, neste primeiro dia em Montevidéu que estamos a retratar, meu estômago começa a dar sinais de vida. Porém, antes de procurarmos um restaurante- e ele está bem próximo, mais próximo do que imaginávamos- vamos dar uma breve passadinha por um dos lugares mais especiais de toda a capital uruguaia: a Praça Independência.
Além do Monumento a Artigas( herói uruguaio, líder de sua Independência), e da sede da Presidência da República daquele país, a Praça Independência marca uma espécie de ''limite'', ''fronteira'' entre territórios: além dela esta a ''Ciudad Vieja''- que mostraremos mais adiante, com suas ruas exclusivas para pedestres e o famoso Mercado del Puerto. E nela chegamos também, infelizmente, ao final da Avenida 18 de Julio...
Reparem como o  país, apesar de pequeno- tem pouco mais de 3 milhões de habitantes- não transaciona com o que lhe é mais caro: ''Libertad o Muerte''( Liberdade ou Morte)é o seu lema. O Uruguai está fazendo um belo papel em plena Era da Globalização, preservando suas tradições e costumes ao mesmo tempo em que se abre para o mundo. A isto, dedicaremos um post exclusivo mais adiante...
Alcnol.
PS: Na penúltima foto, um dos quiosques tão comuns no centro de Montevidéu. Que ''vendem de tudo''( balinhas, cigarros, fichas telefônicas, etc.)...