terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pequena Grande Decisão

Um país, assim como uma vida, não é feito apenas de grandes decisões. Embora esperemos ansiosamente por estas, são as pequenas que, na verdade, acabam decidindo o nosso destino. Há pouco tempo manifestamos o nosso apoio irrestrito e entusiástico à Lei Seca. Felizmente, onde há fiscalização, as pessoas começam a se adaptar à mesma. Um passo simples, mas em direção àquele país em que todos queremos viver: mais seguro, mais limpo, mais feliz. Por outro lado, o número de pequenas decisões em sentido contrário não é restrito. Primeiramente, aquela decisão do Supremo Tribunal Federal, contestada veementemente por juízes de graus ''inferiores'', no sentido de liberar as candidaturas de políticos condenados em primeira instância- sob o pretexto de que ''ninguém é culpado até o trânsito em julgado'' ( última condenação, sem direito a recurso). Há pouco tempo, o mesmo Tribunal também editou uma polêmica Súmula Vinculante sobre o uso de algemas, que vem sendo discutida até hoje...Mas não quero falar daquilo que eu- e as torcidas juntas de Flamengo, Corínthians, Vasco da Gama, São Paulo, Grêmio e Internacional- não apóio...O objetivo deste post é APLAUDIR uma recente decisão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça( STJ), no sentido de que a embriaguez ao volante é um agravante no risco dos seguros de vida, e pode implicar mesmo a perda do benefício. Como brasileiros, a gente não pode comemorar muita coisa nos últimos tempos. Mas uma pequena decisão jurídica, no mesmo sentido da chamada Lei Seca e em claro apoio a esta, mostra que, se não há razão para botar a camisa amarela e sair com a bandeira nacional nas ruas, pelo menos ainda dá para respirar.... São decisões como esta que oxigenam a vida pública nacional que, por instantes, parece irrespirável. E nos dão até mesmo esperança: quando se está no ''fundo do poço'', qualquer passo para cima já é um avanço...E mostra o imenso efeito regenerador de um pequeno gesto, contraposto a milhares de decisões e atitudes ''erradas'' ( entre aspas por respeito aos que pensam de modo contrário, e apóiam tais decisões...).