segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os ''Fundamentalistas'' do Vale do Silício comemoram o ''fim dos livros''...

Embora frequentemente se equivoquem em seus prognósticos, ''fundamentalistas'' em geral são divertidos( desde que não queiram eliminar-nos fisicamente...).
De minhas experiências pessoais com alguns deles, situados ideologicamente na chamada ''ultra-esquerda'', guardo o afã com que eles anunciavam a cada semana o iminente ''fim do capitalismo'' - e uma permanente ''situação pré- revolucionária'' em todo o planeta...
Do outro lado, entre os apóstolos do ''sistema'', encontramos na revista  norte-americana ''Wired'' os mais animados defensores da chamada ''Revolução Tecnológica''.
Escrevi, há pouco tempo, um polêmico texto contra estes defensores do ''fim dos livros''. Não nos parece que nenhuma destas geringonças atuais possa substituir completamente o livro- a mais avançada ''invenção'' de todos os tempos. Um livro ''mais completo'', que inclua sons e imagens, mais se pareceria com um programa de TV a Cabo- para dizer o mínimo...
As tentativas de ''aperfeiçoar'' os livros são, na verdade, vãs tentativas de dar a uma multidão cada vez mais incapaz de aquietar-se e refletir a ''impressão'' de que é possível ler como se participa de jogos eletrônicos...
Mas vamos nos esquivar de expor uma vez mais nossas opiniões pessoais( para alívio de quem discorda delas...).
Nossa ''bola da vez'' é o último exemplar da revista ''Wired''- a ''Bíblia'' dos Visionários do Sillicon Valley. Na capa a chamada para o texto ''Rise of the Machines! How tablets will change the world'', de Steven Leuy( tradução: A ascensão das máquinas! Como os tablets vão mudar o mundo). Vejamos o que eles falam do Ipad, a última sensação da Apple:
( Nicholas Negroponte)''Tablets are therefore the new frontier. They are the new book, the new newspaper, the new magazine, the new TV screen, and potentially the new laptop''( tradução livre: Os tablets são a nova fronteira. Eles são o novo livro, o novo jornal, a nova revista, o novo aparelho de TV, e potencialmente o novo laptop).
A intenção de Negroponte( criador do projeto que visa dar um laptop para cada criança em todo o mundo), exposta no trecho a seguir, é até interessante:
''The undeniable beneficiaries of tablets will be those who have no alternative, those who have no books, no libraries, and in many cases no schools or electricity. I mean the nearly 2 billion kids in the developing world''( tradução: Os inegáveis beneficiários dos tablets serão aqueles que não tem alternativa, aqueles que não tem livros, bibliotecas, e, em muitos casos, nem escolas ou eletricidade. Eu penso nas aproximadamente 2 bilhões de crianças no Terceiro Mundo).
Depois dos laptops, ainda longe de se disseminar, Negroponte aposta nos tablets...
O grande desafio será proporcionar acesso gratuito à Internet e baterias para estes tablets todos que se pretendem ''mais perfeitos''  que os livros. E, naturalmente, o investimento para fazê-lo será muito mais elevado do que dotar todas estas pequenas vilas do chamado Terceiro Mundo de ''imperfeitos'' e ''simplificados'' livros...
A matéria de ''Wired'' abusa frequentemente de grandiloquentes termos, bem ao estilo daquela revista: ''future of computing''( o futuro da computação), ''the center of a post-PC era''( o centro de uma era pós- PCs), ''the final stage of an extraordinary era of textual innovation''( o estágio final de uma era extraordinária de inovação textual).
Mas até por isto, por suas posições normalmente  extremadas e visionárias, ''fundamentalistas'' são verdadeiramente bastante divertidos: se depurarmos todo este ''oba-oba'', útil para chamar nossa atenção e vender mais exemplares de jornais e revistas, chegaremos à conclusão de que os novos aparelhos vem para complementar- e não para eliminar- as tecnologias atuais.
O ''fim do livro'' ainda está bastante longe. Mas, nos próximos anos, provavelmente muitos de nós usarão o Ipad ou o Kindle de alguma forma. O que, considerando o quadro completo e o ainda elevado preço destes aparelhos, já é muita coisa...
Alcnol.

Estação Clínicas do metrô e uma exposição...

Depois do almoço de sábado, na Vila Madalena, acabamos nos dirigindo à Estação Clínicas do Metrô para voltar para casa. Tudo normal, não fosse a forte chuva que caía nesta hora( e nós, para variar, não havíamos com nosso guarda-chuva...).
Alguns passos, muitas paradas debaixo de marquises, e acabamos chegando ao Metrô Clínicas. E lá deparamos com esta mostra ''As Fulaninhas''...

Feriado de Páscoa: almoço de sábado...

Sábado de Páscoa, e nós fomos conferir um novo restaurante na Vila Madalena. Na foto 1, a bela vista na Rua Rodésia...Um dos possíveis caminhos para quem sai do metrô Vila Madalena...
O lugar que escolhemos para o almoço fica um pouco mais abaixo, na Rua Mourato Coelho. No momento em que chegávamos ao local, havia ainda uma feira na região, o que nos deixou em dúvida: será que o restaurante está aberto? 
Como indica a foto  2, estava...
O nome do estabelecimento é ''Emprestado''. A ideia é aproveitar os melhores pratos vistos em outros lugares e prepará-los aqui, em São Paulo. Em razão disto, a casa é repleta de cartazes de outros restaurantes...
Na foto 3, a entrada: ''linguiça inconfidente''( linguiça com pimentão e cebola). Uma entrada substanciosa, que vale por uma refeição...
Como prato principal( foto 4), decidimos pedir a versão de moqueca inventada pelo restaurante baiano ''Paraíso Tropical''( da próxima vez que for a Salvador...).
Seu diferencial é o fato de ser preparada não com o azeite de dendê, como de costume, mas com o fruto do dendê. Complicado? Na verdade, o resultado é bastante interessante. Ao contrário das moquecas comuns, mais pesadas, esta versão de moqueca é bem mais leve que o normal...Bom para quem não quer ficar ''empanturrado'' após comer uma moqueca baiana...Ah, sim. O acompanhamento é arroz e farinha( e não farofa, como de costume...).
Para finalizar esta refeição, pedimos uma bananada ''da hora'' com sorvete de creme. O ''grand finale'', inesquecível...
O único ''senão'' que poderíamos fazer a este ''Emprestado'', ao qual pretendemos retornar para conhecer um pouco mais deste cardápio diferenciado, é quanto ao ambiente. No dia em que fomos ao lugar, a varanda localizada no andar de cima estava desativada ''por causa das chuvas''. O ambiente da casa deixa um pouco a desejar, por ser complementamente fechado- sem vista...Porém, depois das primeiras colheradas da entrada- e do atendimento diferenciado e cordial- quem se lembraria mais disto?