sábado, 5 de novembro de 2011

Onde começa a Paz...

Para surpresa de muitos, recentemente um estudioso afirmou que a violência está em ''declínio''- e que o Século XX foi um dos mais pacíficos da História...
Como ?, perguntariam alguns. E a Revolução Russa? E a Revolução Chinesa? E  as Duas Grandes Guerras Mundiais ? E a luta pela descolonização da África ?
E o Vietnã?
Tudo isto parece ser ''fichinha'', ao menos na visão daquele estudioso, diante dos massacres que nós, seres humanos, cometemos até aqui...
A tese é interessante, até mesmo ousada, mas há que se indagar no que consiste o conceito de ''violência''. A mais óbvia é a física. Esta salta aos olhos. 
O mundo atual tem poucos conflitos armados diante de seu tamanho, há que se reconhecer também.
Nem por isto- pela falta de conflitos armados, sanguinolentos- seríamos ingênuos a ponto de dizer que estamos em um mundo ''não-violento''.
O ''bullying'' está aí, por todas as partes. Hoje, graças á Internet, qualquer um pode ameaçar outras pessoas ou, no mínimo, empregar um vocabulário de cunho violento que antes só se empregava em ambientes menos qualificados( como nas mesas de bar): ''vai se catar'', ''vai à m...''.
O anonimato da Internet permite estes pequenos atos de ''bravura''( melhor seria qualificá-los de COVARDIA PURA, já que seus autores não assumem a conduta em público...).
Mas o tema deste post é a paz.
Creio que foi Mahatma Gandhi quem disse: ''seja você mesmo a diferença que quer ver no mundo''.
Ou seja, a paz começa dentro de nós...
A paz não é uma conquista material, um bem a adquirir/preservar.
Trata-se tão somente de um estado mental, fugaz se não alimentado continuamente.
Ao contrário das atuais ''campanhas anti-corrupção'', de alcance reduzido em um país não acostumado a protestar/reivindicar, é ingênuo acreditar que alcançaremos a paz ''lutando contra'' alguma coisa...
Como podemos constar em nossas próprias vidas, aquilo a que nos opomos só faz crescer- com resultados absolutamente contra-producentes...
A paz também não pode ser ''dada'' ou ''distribuída'' por algum político em busca de votos. Isto faz com que este termo não seja muito frequente no vocabulário dos mesmos...
A paz não se vende. Não a veremos ser oferecida em algum comercial, a não ser o daqueles imóveis localizados a uma hora de viagem de alguma grande cidade...E haja paz para aguentar os crescentes engarrafamentos, que nos separam destes ''paraísos anti-cidade''...
A paz não se impõe. Impossível imaginá-la na ponta de uma baioneta, de um fuzil, ou sendo defendida por algum ''valentão'' cheio de tatuagens, que passa o dia a malhar em alguma praça...
Aqui reside o principal problema da paz atualmente( falamos da paz no seio da nossa sociedade, e não da paz entre nações): como sentir paz( e ''paz sem medo'', como na letra de uma famosa canção)em uma sociedade fraturada, caracterizada pela ira e pelo medo?
Como sentir paz verdadeira quando aquele carro passa em frente ao seu apartamento com o som a todo volume ás 3 da manhã?
 Como sentir paz se o seu vizinho decide dar uma ''festinha'' particular todas as noites?
Como sentir paz quando um grupo de adolescentes entra no ônibus/metrô com um rádio a todo volume?
Como sentir paz quando nos sentimos ameaçados ao sair todas as noites? E de dia também...
Como sentir paz quando te olham meio de ''lado'' quando você é negro, homossexual, mulher, baixinho, ''feio'', gordo demais, magro demais, etc. ?
Talvez só haja uma forma de alcançar esta paz aparentemente tão distante: a nossa conduta pode tanto agravar ou diminuir as situações descritas acima...
A paz está, e só pode estar, dentro de nós. 
Ninguém pode tirar a dignidade de um ser iluminado, por mais que o agridam, uma vez que ele sabe que não é apenas este pedaço de carne. Que a ''morte'' não existe.
Eis a boa nova alvissareira: uma vez conquistada esta paz, que está aí mesmo dentro de você, ninguém poderá mais retirá-la/''roubá-la''. Seja o que quer que façam...
A paz, ao contrário dos quiméricos objetivos políticos, não se divide em ''tática'' e ''estratégia''.
A paz é a meta, e também o caminho...
Alcnol.

Mossunguê/''Ecoville''(Curitiba) definitivamente não é ''Águas Claras''( DF)...

Nada poderia ser mais ''anti-Águas Claras''- o ''maior canteiro de obras da América Latina'', segundo reportagem da revista National Geographic Brasil- do que esta área meio bucólica repleta de várias florestas ao redor.
Ao deparar com este quadro, bastante diverso do que eu esperava, decidi descer imediatamente do ônibus e fazer parte do percurso restante a pé.
Como sempre faço quando estou visitando um lugar pela primeira vez, em linha reta- para não perder-me com voltas e reviravoltas...Seguiremos, então, pela linha da ''canaleta''- pista exclusiva para ônibus, uma marca registrada da cidade de Curitiba...
Já que toquei em Águas Claras- uma cidade construída do nada ao lado da Estrada Parque que leva a Taguatinga( DF)- parece evidente que estamos tratando de duas formas de expansão imobiliária.
Longe de cair na ''lenda da Cidade Verde, Ecológica'' que Curitiba construiu no decorrer dos anos...A cidade tem as suas mazelas e, para fazer as novas construções, se tiverem de escolher entre estas e algumas árvores, adivinhem o que será sacrificado?
O Mossunguê/''Ecoville'', ao menos do que vi neste passeio que ainda não foi concluído, possui uma pequena vantagem: seus atuais( e futuros)moradores estão comprando também o ''verde'' no pacote...
Não dá para, como constatei em um breve passeio por Águas Claras, simplesmente ''empilhar'' centenas de prédios uns ao lado dos outros para, futuramente, plantar algumas ''mudas'' ao final, que se transformarão em frondosas árvores no fim deste século( se chegarmos lá...).
Se o preço da conservação das áreas verdes restantes nos grandes centros for a sua transformação em ''moeda de troca''( leia-se, valorização dos imóveis), que se pague este preço...
Antes cercadas- para gozo exclusivo de moradores de condomínios ''super-exclusivos'' - do que postas abaixo...
A lógica deste sistema parece ser ''troque suas verdinhas( dólares)por outras verdinhas( matas)...
Curitiba, ao menos, conta com inúmeras praças e parques públicos, o que garante uma média alta de vegetação por habitante...
Continuaremos, a seguir, com nosso passeio pelas canaletas do Mossunguê...
Alcnol.
PS: As imagens acima lembram um pouco o bairro do Morumbi, em São Paulo. Região arborizada mas também cercada de favelas, um retrato dos contrastes daquela metrópole...

Do Mossunguê/''Ecoville'' ao Campo Comprido( em Curitiba-PR)...

''Centenário- Campo Comprido''.
Os nomes das linhas de ônibus expresso que cortam a cidade de Curitiba soam estranhos a quem não mora aqui.
O que é Centenário? Onde fica o Campo Comprido?
Por muitos anos, antes de vir para cá, minhas maiores ''aventuras'' curitibanas consistiam na Linha Turismo- graças á qual podemos, em uma só viagem, ir ao distante Parque Tanguá e a Santa Felicidade- e em um percurso de 20 minutos de ônibus até o Shopping Palladium( Portão), que me parecia um pouco ''longe''...
A vegetação ao lado do Carrefour/Mossunguê, que via pelas janelas do Park Shopping Barigüi, era um tanto ''misteriosa''. O que haveria além dos muros deste centro comercial?
Embarcar no centro neste expresso ''Centenário- Campo Comprido'', agora reforçado por vários ônibus novos, seria como um ''tiro no escuro'': quanto tempo levarei até o Campo Comprido? Seria este um bairro ''periférico'', ''perigoso''? O que verei no caminho? Por ridículas que sejam, para quem conhece a região, estas eram algumas das perguntas que me fazia quando embarquei no articulado...
As respostas você verá nos próximos posts, que mostram que acabei ficando no ''meio do caminho''. Ou melhor, acabei fazendo meu próprio caminho...
Alcnol.

Avenida João Gualberto, vista de dentro de uma ''estação-tubo''( parada de ônibus)...


Jardinete Paul Harris, no Juvevê...


Vinho e gastronomia- uma tendência curitibana...

Assim como no mercado imobiliário local são comuns os lançamentos de edifícios que combinam parte residencial e escritórios, na parte gastronômica curitibana é frequente achar bons restaurantes anexos a lojas de vinhos.
Exemplos: Ce la Vie e Terra Madre, DOP, e este Vindouro- que conhecemos em plena Restaurant Week.
Endereço: Rua Guarda-Mor Lustosa, Juvevê.
O prato, que faz parte do cardápio normal da casa, é a costeleta de cordeiro uruguaio...
Alcnol.