sábado, 2 de maio de 2009

Passeio nos arredores da Avenida Paulista- continuação...

De cima tudo parece igual, certo? Um mar infinito de prédios, fumaça meio escurecida, pouquíssimos pontos verdes. Esta é a São Paulo do imaginário dos demais brasileiros, e inclusive de estrangeiros...De perto aquela ''igualdade''/ ''padronização'' toda se dispersa para dar lugar a uma localidade enriquecida por sua diversidade. O mais gostoso desta nossa busca pelas particularidades da metrópole é que ela não tem fim...Por mais que os paulistanos médios sejam convencionais, e temam diferenciar-se do resto da multidão- que igualmente veste preto ou cinza, bebe, come pizza, frequenta padarias e shoppings e ''foge'' para outras cidades nos ''feriadões''- a cidade é caótica e única por sua própria natureza. Vivemos, como naquela música feita em homenagem ao Botafogo, ''á beira do caos''...Mesmo eu, que conheço esta cidade há mais de 20 anos, na hora em que faço algo fora da rotina me surpreendo com as novidades que ela ainda tem a oferecer. Cidade que reúne o país inteiro em si, e mesmo o mundo. ''Cidade- Estado'', ''Cidade-Mundo'', acolhedora e devoradora ao mesmo tempo...Estou longe de conhecê-la, apreendê-la, tarefa para- digamos- algumas gerações...Passarinhos cantam no alvorecer do Campo Belo, para a alegria de seus moradores, enquanto do outro lado de tudo são as buzinas dos automóveis e o som frenético de helicópteros decolando e pousando que delineiam a ''paisagem sonora'' da Avenida Paulista...Favelas ao lado de mansões, ''espigões'' de mais de vinte andares ao lado de tranquilas ruas apenas com pequenas casas onde seus moradores vivem do mesmo modo há mais de 40 anos...São Paulo não ''é''. São Paulo, como diz o próprio nome, ''são'' várias coisas, o tempo inteiro minando a nossa ilusória sensação de familiaridade e ''conhecimento'' do que está ao nosso redor...Vejam só esta pequena ruazinha mostrada nas fotos que acompanham este post. Ela termina na Rua dos Franceses- já mostrada aqui...Encaixamos uma informação na outra, prévia, em mais uma montagem deste gigantesco ''quebra-cabeças'' que é a cidade de São Paulo...Esta rua também é São Paulo, dizem-nos, mas a mente demora a processar dados estranhos que parecem contradizer a nossa visão tradicional do que são as coisas...Alcnol.

Continuação daquele passeio pelos arredores da Avenida Paulista...

Como informamos, vários posts atrás, decidimos um dia seguir pela Alameda Campinas até o seu início( final para os veículos...). Alguns passos à esquerda, e estávamos em uma área totalmente diferente do padrão dominante na famosa Avenida( a Paulista), com seus passantes acelerados, milhares de carros e ônibus. Descobrimos por ali, naquela área que mais lembrava uma cidade do interior, até mesmo extensas áreas verdes intocadas pelo implacável ''progresso'' paulistano...E o que encontramos ali, neste ''interior'' bastante próximo da Avenida Paulista? Oficinas mecânicas, prédios residenciais, crianças brincando pelas ruas e, até mesmo, um certo vazio e silêncio- mais um daqueles ''choques ambientais'' que só são possíveis em metrópoles como esta...Deixamos vocês todos um pouco em ''suspense'' antes de concluir este passeio no próximo post...

Prédio com jardim semi-aberto, no Paraíso, é exceção ao padrão dominante...

O que seria de São Paulo se este modelo de prédio houvesse predominado? Ao contrário dos demais edifícios da região- Paraíso- e da cidade, este prédio não possui grades separando o seu jardim da rua...Ou melhor, não há a tradicional separação entre calçada- pública- e jardim do edifício- fechado e exclusivo para seus moradores. Ali a proteção está colocada unicamente na porta de entrada, e só. Este é, diga-se de passagem, o modelo dos edifícios comerciais: portões abertos, controle de entrada na portaria. Chama a atenção por se tratar de um edifício residencial. Chama a atenção em um momento em que o modelo predominante é aquele das duas cancelas para entrar( primeiro você entra em uma parte cercada por grades para, após a identificação, finalmente poder entrar no prédio...). Chama a atenção em uma época em que alguns edifícios procuram até mesmo ''camuflar''/ esconder seus jardins dos olhares estranhos e, possivelmente, cobiçosos...Já foi feita uma pesquisa que apontou que as grades podem intimidar um pouco os meliantes mas estes, uma vez dentro de casas ou edifícios, gozam de uma facilidade muito maior para assaltar seus moradores sem que a vizinhança dê conta disto...Infelizmente o modelo sem grades nos jardins- apenas no portão principal- não vingou na cidade de São Paulo e nas demais metrópoles deste país, sendo hoje apenas objeto de curiosidade de um blogueiro eternamente à busca de ''novidades''...Alcnol.