domingo, 9 de novembro de 2008

A compensação na saída do cinema- sorveteria Mil Frutas...

Esta Mil Frutas do shopping Cidade Jardim- a primeira filial paulistana desta conhecida cadeia de sorveterias do Rio de Janeiro- já está provocando filas de pessoas ávidas por provar os seus originais e incomparáveis sabores. Claro que eu também entrei nesta: sorvete ''na cestinha'' de doce de leite mesclado e ''nozes com ovos moles''...Uma delícia. O único ''porém'' é que sai pelo preço de uma refeição em outros lugares( 3 bolas e uma água mineral por cerca de 20 reais)...É o preço de consumirmos o melhor...Outro dia me vi dizendo que ia a este shopping ''só para poder provar o sorvete da Mil Frutas''. O pior é que era verdade mesmo...

''Barrado na porta'' do último 007...

Como vocês sabem, sou muito mais apreciador do chamado ''cinema alternativo'' do que de qualquer outra coisa. No entanto ontem, movido exclusivamente pela vontade de conhecer as salas especiais de cinema do Shopping Cidade Jardim- com direito a poltronas reclináveis a ponto de deitarmos, e inúmeros petiscos e bebidas, vinho incluso, durante as projeções- tive de me contentar a assistir o que estava passando ali. No caso, este insosso ''Quantum Solace''- o último filme do personagem 007. Nada feito. Nestas horas lembramos que estamos em São Paulo, uma cidade que restringe ao máximo este nosso hábito da improvisação: ''só restam 4 ingressos para a sessão de 22 horas''- informou-me a atendente. E eram apenas 16 horas...Como já estava ali, decidi ver ''qualquer coisa''. E por este ''qualquer coisa'' entenda-se o mesmo filme de 007...Com o mesmo canastrão que tem um físico que mais parece o de um ''leão-de-chácaras''( segurança)de boate- o ator Daniel Craig...Nunca fui muito adepto do personagem mas, no meu restrito conhecimento do Universo de 007, senti falta de cara de algumas coisas que marcavam esta espécie de filme na minha juventude: carros e objetos tecnológicos último tipo, apresentados em um Laboratório Especial do MI-6, assim como a última cena do filme- em que geralmente o herói falava com seus chefes de algum lugar distante, na cama que compartilhava com a ''Bond Girl'' de ocasião...Neste ''Quantum Solace'' a estória é confusa e mal-amarrada, 007 vai para a cama com outra garota e apenas troca uma ''beijoca'' com a ''Bond Girl''( na estória ''boliviana'', mas na vida real uma atriz do Leste Europeu). E, ao invés dos carrões último tipo, entre eles o tradicional Martin, uma profusão de carros ''comuns'' como Fords e Fuscas...Nada que decepcione a multidão que vai aos cinemas em busca de emoções baratas mas, para os que já viram outras estórias com o mesmo personagem, parece que a ''fórmula 007'' está um pouco gasta. A tal ponto em que, nas poucas cenas em que os personagens falam alguma coisa, a vontade que temos é que se calem para que voltemos a assistir as tradicionais cenas de muita ''porrada''...Alcnol.

O fim do restaurante Azait, e a ''Lógica do Cisne Negro''...

Quando soube, ao ler o suplemento ''Paladar'' do Estadão da última quinta-feira, que o Azait iria fechar as portas pensei imediatamente em passar ali este fim-de-semana quem sabe para uma ''última refeição'' naquele belo lugar. Foi o que fiz neste sábado, na hora do almoço. Nada feito. Já estava de portas fechadas, e sem as placas identificadoras do estabelecimento. Nesta hora lembrei de um trecho do livro ''A Lógica do Cisne Negro'', de Nassim Nicholas Taleb, já comentado anteriormente neste blog. Segundo aquele autor, ''considere o ramo de restaurantes em um lugar competitivo como a cidade de Nova York. É necessário ser realmente tolo para se abrir um restaurante ali(nosso grifo), devido aos riscos enormes envolvidos e a quantidade arrasadora de trabalho necessária para que se chegue a algum lugar no ramo, sem contar com os clientes frescos e modistas( nosso grifo). O ''cemitério de restaurantes falidos'' é muito silencioso: ande pela parte central de Manhattan e você verá aqueles restaurantes quentes cheios de clientes com limusines na rua esperando que saiam, acompanhados das segundas esposas, muito mais jovens do que eles. O proprietário sofre com o excesso de trabalho mas está feliz de ter todas aquelas pessoas importantes como clientes de seu restaurante(nosso grifo). Será que isso significa que faça sentido abrir um restaurante em uma vizinhança tão competitiva? Certamente não, mas ainda assim as pessoas o fazem por conta da tola característica de se correr riscos que nos impele a mergulhar nessas aventuras cegos pelo resultado''( página 159). Em São Paulo não é diferente. O mercado é super-competitivo, e casas muito boas- como este Azait e o Saint Tropez( do mesmo dono)fecharam no mesmo semestre- enquanto inúmeras outras acabam de abrir as portas...Praticamente não há um Chef famoso que não tenha passado por um destes desalentos de ter de fechar um estabelecimento, isto já faz parte dos ''ossos do ofício''. Pensamos nestas horas em inúmeras lojas famosas que também fecharam as portas, ''inexplicavelmente''. O sistema capitalista, quer queiram quer não, funciona sob estas regras: o mais forte, o mais capaz, vence. São Paulo é um dos epicentros do sistema. Aqui somos expostos a muito mais propagandas, a muito mais novidades. O dinheiro abre ou fecha portas, e a sensação que temos- por vezes- é que todos estão competindo selvagemente uns com os outros por um lugar ao sol. Às vezes esta tênue sensação se torna concreta, e o empreendimento de alguém perece. Que se esclareça que, nos dois casos dos restaurantes aqui mostrados, não foi por falta de qualidade...Alcnol. Imagens 2 e 3- Azait. Primeira imagem- restaurante amarelo- o Saint Tropez, da rua Haddock Lobo, inaugurado e fechado este ano...

A Eleição de Obama e a Mundialização da Política

Há muito se fala da Globalização e suas conseqüências econômicas. O maior exemplo disto decorre da atual crise- iniciada ''nos Estados Unidos'', acabou tendo efeitos devastadores pelas Bolsas do mundo inteiro...No entanto, a chamada Globalização- esta marca registrada dos tempos que vivemos, no início do século XXI- vai muito além das fronteiras econômicas. A eleição de Barack Obama- pelas atenções que despertou, pela festa que provocou mundo afora, por todo o debate que provocou- marca o início de uma nova fase: a da ''mundialização da política''. Todos os seus passos e medidas de Governo serão acompanhados com lupa além das fronteiras dos Estados Unidos. Alguém duvida que as medidas que Obama tomará contra a crise serão vistas como um modelo mundo afora? Assim como o chamado ''neoliberalismo'' teve início nos EUA, a adoção de um novo modelo econômico naquele país terá um violento impacto mundo afora. Por isto mesmo, a composição do futuro Governo de Barack Obama já está sendo objeto de fortes batalhas políticas no interior do Partido Democrata. A corrente estatizante do Partido, liderada pelo economista Paul Krugman, defende que o futuro Presidente deve simplesmente ''ignorar as idéias conservadoras''. Para Krugman, em artigo no The New York Times- traduzido e publicado no ''Estadão'' de sábado, 08/11- ''uma agenda progressista séria- podem chamá-la de um novo ''New Deal''- não só é economicamente possível, é exatamente do que a economia necessita''. Assim como os economistas, estima-se que o futuro Congresso de ampla maioria democrata será composto por inúmeros ''liberais''- no sentido americano- e ''progressistas de carteirinha''. Muito bom. O único senão advém do fato de que, mundo afora, inúmeros ''esquerdistas'' como Lula e Zapatero foram incapazes de governar segundo as políticas que defendiam durante as campanhas eleitorais que os elegeram. Falando claro: o tão condenado ''neoliberalismo'', até aqui, é também a única política econômica clara e conhecida por todos. O que se vê do ''outro lado''- do lado dito ''progressista''- são apenas discursos vagos...O maior dilema do Governo Obama, em seus primeiros dias, será escolher entre optar por ''distribuir o bolo de imediato''- como prega o economista Paul Krugman- ou por ''voltar a produzir bolo para que, a médio ou longo prazo, se possa pensar em um benefício para a nação como um todo''. O mais difícil será conter aqueles que sonham com uma ''guinada radical'' e totalmente oposta ao que está sendo feito: por enquanto as suas idéias, não aplicadas em país nenhum e por Governo algum, são apenas isto: belas idéias...